Charles

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Então, eu fiz o sinal da cruz sobre meu coração descuidadoAbri minhas asas como um paraquedasEu sou o albatrozEu cheguei para o resgateO demônio que você conheceAgora se parece mais com um anjoEu sou a vida que você escolheu

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Então, eu fiz o sinal da cruz sobre meu coração descuidado
Abri minhas asas como um paraquedas
Eu sou o albatroz
Eu cheguei para o resgate
O demônio que você conhece
Agora se parece mais com um anjo
Eu sou a vida que você escolheu

The albatross



— Que história é essa, Charles? Somos melhores amigos! – o rapaz gritou no ouvido do monegasco com grande emoção, recebendo uma clara concordância de Pierre – Para com essa melancolia, não tem graça assim.

— Não estou melancólico! – defendeu-se.

— Está sim! – Gasly respondeu pulando ao som da música.

Ele não queria correr tanto perigo assim em carros velozes, ainda que amasse a sensação de liberdade. A verdade era que ainda não tinha conhecido o fim da linha, apenas uma parcela dela. Então tentava viver sem pensar no que acontecia depois da bandeira quadriculada.

— É o meu carro novo! – Tonio insistiu segurando os ombros do amigo – Temos que aproveitar enquanto somos jovens.

— E não seremos jovens para sempre. – Pierre completou com um sorriso.

— Só se morrermos jovens. – Charles os respondeu, ouvindo os dois resmungar sobre a falta de divertido dentro de si – Não é sobre isso que se trata.

— Ele está falando sobre termos netos e preferir uma cadeira de balanço. – Pierre explicou mais detalhadamente – Vai vir conosco ou correr para os braços da mamãe?

— Não seja idiota! Claro que irei com vocês!

A nova Ferrari preta de Anthoine brilhava com a pouca luz da Lua. Era linda. Sua nova aquisição valiosa. O primeiro carro que conquistou com os próprios ganhos. Durou dias para que ela chegasse em sua porta, por isso estava tão ansioso para estrear seu bem mais valioso ao lado dos melhores amigos, cortando Monte Carlo em alta velocidade.

— Deveríamos dar um nome a ela! – Pierre sugeriu no banco traseiro.

— Depois escolhemos. – Charles rebateu impaciente com a demora.

— Quer saber, devíamos chama-la de panther. – falou alegre, recebendo um assentir extremamente de Pierre – Então vamos na minha gloriosa panther. Cuidarei bem dela durante toda a minha vida. A primeira de muitas.

— Deveria ter pedido uma vermelha. – Charles disse ao ouvir o rugir do motor.

— Bonito e clássico, mas essa Ferrari passa uma mensagem.

— Mensagem de fodão! – Pierre cantarolou.

— Não! – riu do amigo – Ela diz que eu sou invencível. O dono da cidade!

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