Capítulo 25

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Eu sou maior que meu corpoEu sou mais fria que esta casaEu sou mais cruel que meus demôniosEu sou maior que estes ossos

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Eu sou maior que meu corpo
Eu sou mais fria que esta casa
Eu sou mais cruel que meus demônios
Eu sou maior que estes ossos

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Agora ela era rica. Não só de dinheiro, mas também de possibilidades. Jude possuía a chance de fazer diferente, apesar de não saber o que fazer com si mesma. Não era fácil sair de uma prisão que parecia ser o seu mundo inteiro, então por mais feliz que se sentisse, não conseguia se encaixar.

A sensação não poderia ser explicada para uma pessoa que nunca foi mantida em cativeiro, restrita para ações simples como ter um celular ou comprar vestes novas. Ás vezes sentia medo dos estranhos que não se importavam com sua existência, pensava frequentemente sobre o que achariam de sua personalidade retraída e facilmente ignorável. Tentava agradar todos os gostos, mesmo aqueles que não faziam diferença, tentando se encontrar em tantas versões há muito tempo mantidas em cativeiro.

Jude nunca sofreu com crises de ansiedade, ao contrário de Eva. Bastava sua vida está em ricos pra perder o fôlego como um pássaro ferido e desabar em lágrimas e muito desespero. Ninguém conseguia acalmar Eva, apenas fortes medicamentos que a fazia dormir tempo o suficiente para seu corpo se acostumar com a ideia de ser cortado mais uma vez.

Acreditou que era forte o suficiente para nunca sofrer com problemas na mente. Ela conseguiu suportar todo tipo de pesadelo, lutando bravamente para manter-se na escuridão para ninguém toca-la profundamente, mas os monstros a montaram por noites escuras e aos poucos a ficha caia.

Aquele mundo era grande.

Muito grande para uma pessoa tão pequena.

Jude segurou o próprio pescoço tentando respirar, encostando a testa no colchão. A mudança repentina viera com tanta força que perdeu a força nas pernas, deixando-se cair na frente de estranhos que miraram seus olhos em sua direção. Seus cabelos viraram véus cheios de tons prateados e dourados, camuflando seu desespero.

Mãos gentis seguraram sua mão fria, tentando reconforta-la.

A incerteza da própria existência era um caminho sem volta.

Estava finalmente livre de sua prisão, dormindo em um lugar bonito, comendo tudo que havia de bom no enorme mundo desconhecido. Sorrir era mais que um movimento mentiroso, pois se sentia bem na maior parte do tempo. Tinha dias que se esquecia que não precisava mais ser uma mulher cega sem propósito, então piscava e focava na paisagem.

— Jude?

Ela segurou as lágrimas e se firmou no chão frio, dando as costas para todos que a encarava confusos, saindo pela porta da frente, ouvindo Alina acompanha-la. Os olhos de Charles a seguiram, porque ele prometeu espera-la na recepção. Jude bateu com força na porta do banheiro ao passar por ele, correndo até o vaso e vomitando.

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