Sangue na minha camisa, uma rosa na minha mão
Você está me olhando como se não soubesse quem eu sou
Sangue na minha camisa, o coração na minha mãoTeeth
Pierre curvou-se no meio da rua, vomitando todo o jantar. A lataria da moto fora manchada com o tom escarlate, tornando-a um exemplo do tipo de destruição que Charles buscava no mundo. O forte odor o deixava doente, intoxicado com a sensação de perda que tentava esquecer. Ainda conseguia ouvir e sentir o crânio ceder diante da velocidade imposta, completamente vulnerável a um assassinato.
Não soube por quanto tempo esteve ajoelhado no chão. O som das ondas não chegava até seus ouvidos, sendo abafadas pelo que a mente preferia lembrar.
Ele odiava a morte.
Todo seu corpo sentia grande repulsa com a verdade que o esperava logo à frente.
A morte levou seu melhor amigo. Sua alma gêmea. A pessoa mais importante na vida de Pierre. Em noites confusas, ele andava sozinho por Monte Carlo, procurando o rosto do melhor amigo, para que a mentira aplacasse sua profunda tristeza.
Charles nunca aceitou. Fingia ter digerido o que fizeram com ambos, porém bastava relembra-lo o que significava sentir dor.
A dor da perda era sombria. Torturante. Ás vezes nada era capaz de amenizar a fúria que assolava a alma. A negação se tornava um remédio viciante sem promessa de cura.
Como se não bastasse os traumas adquiridos com pouca idade, Charles o colocava entre a forca e a espada.
Claro que seria ele.
Não podia ser outra pessoa.
Pierre limpou o vômito no queixo com a manga do casaco. Sua dignidade fora jogada no lixo.
Ele matou um homem.
Um estuprador.
Precisava pensar naquilo. Focar no crime cometido, não na culpa que o perturbava.
O som da Ferrari não foi o suficiente para que Pierre levantasse do chão, mantendo-se com os ombros caídos e cabeça baixa.
— O que deu em você? – fora tudo que Charles disse.
Não havia remorso, tristeza ou culpa. Não existia nada dentro de Charles fazia anos. Pierre ainda se lembrava com clareza dos dias específicos que eram o suficiente para prostrar um homem que se intitulava incapaz de sentir. Eram momentos nublados e frios, propício a lágrimas sem fim e desespero. Não havia sono ou paz.
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Anti-Hero ✔
FanficEle era o príncipe maquiavélico que todos temiam no fim do dia. Um homem corrompido pelo aroma fúnebre da morte, com toque mortal que sugava a luz dos mais santos. Seus passos eram machados de fogo, lágrimas e sangue. A escuridão estava por toda a...