My Blue Moon | Hyunlix | Hibrido!Felix

07. Pensar Sobre Isso

Hwang Hyunjin

Se passou uma semana de Felix entrando em lugares aleatórios para se esconder e cobrindo os olhos quando me via, como se pudesse ficar invisível fazendo aquilo.

Ao ponto de eu ter que pedir Tyler para conversar com ele, explicando que não precisava ficar tão assustado e que eu me manteria em meus limites, já que ele parecia estressado.

Tentei não admitir para eu mesmo que suas reações eram fofas e engraçadas apesar de me deixarem confuso.

Me mantive longe para que ele se sentisse mais tranquilo em relação a mim, lembrando que tínhamos menos de um mês e meio para fazer o trabalho de Sociologia.

Durante mais uma semana, me contentei em observá-lo a distância, notando algumas atitudes quase estranhas, porém, fofas.

Felix colocava a língua para fora e provava a bebida antes de, de fato, beber. Em duas semanas, ele apareceu com nove cores de touca e um boné maior que sua cabeça.

Ele fugiu várias vezes para o banheiro, tentando se desvencilhar de todas as garotas que fez amizade.

Felix ficava com os olhos vidrados em objetos aleatórios, principalmente os que se mexiam, e acompanhava com toda a atenção antes de tentar pegar, sorrindo satisfeito assim que conseguia.

Me acabei de rir quando ele tentou pegar o chaveiro que balançava na mochila de Taylor, que desviou no momento em que ele ia conseguir. Felix ficou tão revoltado, que fechou a expressão, virou a garota e puxou o chaveiro com tudo, jogando para o outro lado da rua.

As garotas encaravam Felix com confusão e carinho, como se ele fosse apenas uma criancinha imperativa. E a constatação fez eu me questionar se valia a pena perturbá-lo.

Felix não parecia maldoso ou falso, parecia preso em sua própria bolha e apenas pouco interessado. Parecia até mesmo não compreender o mundo ao redor, tentando manter o mínimo de contato com tudo.

— Querido! — Scarllet cumprimentou com um grande sorriso assim que eu entrei na cozinha. — Como está o meu menino rebelde sem causa? Já está pronto para conversar? — Riu com bom humor.

— Estou péssimo. — Suspirei e me recostei no batente da porta. 

— Bem, é como sempre está. — Zombou antes de encarar meu rosto com atenção. — O que houve? — Assumiu um semblante preocupado.

— Não quero falar sobre isso agora. — Desviei o olhar.

— Brigou de novo com os seus amigos?

— Eles não são meus amigos. — Resmunguei, insatisfeito.

— Então esse é o problema? Não ter amigos? Acho que se você parasse de tentar chamar a atenção dos seus pais aprontando e se esforçasse em fazer amigos e não inimigos, seria bem mais fácil e bem mais legal. — Usou a brecha para repetir o mesmo conselho de sempre.

— Eu não preciso de amigos, não preciso de ninguém. Pelo menos... Não de lá. — Sentei em cima do balcão e roubei um cupcake que ela estava decorando.

— Todos precisam estar rodeados de amor. — Disse em um tom quase sonhador e adicionou um morango no topo do cupcake que eu havia pegado.

Sorri debochado e girei meu dedo ao redor do meu corpo. — Está vendo alguém? Não tem ninguém me rodeando de amor aqui. E falando em ninguém... Cadê os Hwang? — Lambi a cobertura do cupcake mais uma vez e olhei através do vidro da janela da cozinha, para ver se o carro estava estacionado.