Capítulo 11

49 6 0
                                    


É difícil descrever quem iniciou o segundo beijo, quem ansiava mais pelo toque de pele ou quem sorria em maior deleite quando selinhos acabou o contato de línguas.

— É ainda mais gostoso do que eu imaginei, Professora Mills. -

— Não diga bobagens Emma. - Com a palma esquerda, limpa a boca da menina, tirando seus resquícios vermelhos. Queria ser forte, mas cede quando lábios tocam seu pescoço. - Emms... Não, por favor!

— O que? Eu pensei que... – Aquele maldito dedo fino de unhas vermelhas, sobrepõe seus lábios enquanto a boca carnuda emite um chiado.

— Não importa o que pensamos, Emma, nós nunca... - Desvia o olhar, finalmente com a aluna fora de seu colo. - Não quero que isso se repita.

— Se você também quer, qual o sentido disso?

— Não! A vida não é simples assim, e exige autocontrole.

— Controle? Regina, se há algo que não existe nesse aspecto da vida, esse negócio é o tal do controle! Eu vou envelhecer, Regina. - Encara seus dedos entrelaçados entre os corpos naquela rede. - Eu vou envelhecer, assim como minha avó está envelhecendo. Eu vou envelhecer. - Repete, e repetiria quantas vezes fosse necessário para que a morena entendesse. - Vou envelhecer como seus pais e até você, estão envelhecendo! Vou envelhecer porque os nossos pais biológicos não puderam. Mas para que eu envelheça, preciso viver e a vida me chama! O amor nos chama!

— Emma... Você não entende.

— Não, Regina! Eu estou entendendo, te juro. - Beija aquela mão fria, que desejava nunca poder soltar. Eu não desejaria. - Meu ímpeto é desbravar tudo ao máximo pelo mesmo motivo que o seu é resguardar, pelo visto. E por isso não te julgo e nem me entristeço.

— A situação poderia ser outra, Emma. - Ela sofria e qualquer um poderia ver. Regina queria fugir daquela rede, estava por inteira arrependida de ter cedido aos impulsos de ficar sozinha com Emms Swan. - Você poderia ser mais velha alguns anos... E talvez meu pensamento fosse outro, talvez eu desbravaria o mundo com você, ou quem sabe aceitaria seu beijo ao notar que chupou uma bala de hortelã para que seu cigarro não me incomodasse? Mas a corrupção é uma linha fina, Emma e eu jamais serei capaz de cruzá-la.

— Isso quer dizer que... - Não conclui, o pesar está travado na garganta. Um fora tão direto aos seus flertes simples que existiam em entrelinhas. Encara o relógio de pulso da professora. Meia noite. - Mas eu acabei de completar dezoito anos, Regina!

— Ainda esta manhã você tinha dezessete. - Encara confusa, com o semblante exausto. Sua cabeça doía, então acaricia a pele branca da garota. - Nada impede de sermos aventureiras cautelosas, mas por hoje, já tivemos aventuras demais.

— Então isso não é uma despedida para nunca mais? - Tem esperança na sua voz, tem esperança no seu peito. Mas não recebe resposta além de um beijo no rosto como despedida. 

Tom MenorOnde histórias criam vida. Descubra agora