Capítulo 22

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Prolongar o recesso foi uma decisão unanime na casa dos Swan. Mãe, filha e avó não queriam se desgrudar nem um pouco, ainda mais no dia de ontem quando os pais de Ruby veio passar o dia. Conversaram sem parar, jogaram o jogo que destrói amizades (UNO), assistiram filmes e até Regina foi com Lola assim que anoiteceu.

O amanhecer na casa da árvore, onde Regina dormiu com Emma, não poderia ser mais acolhedor nem se tentassem. Cheirinho de café recém passado na cozinha, as vozes distantes de Mary e Ingrid conversando no andar de baixo ao vigiar a cadela fazer as necessidades no quintal e Emma nua lhe sorrindo assim que acorda. Quando Regina Mills pensou que seria tão completa em uma hora tão simples de quarta-feira pela manhã?

— Bom dia, namorada. - A professora sussurra penteando os cabelos loiros com os dedos. Aquele momento a faz lembrar de cobrir mais seu corpo. Agora era dia e não lhe agradava que Emma visse qualquer defeito que fosse.

— Ah não. - Afunda o rosto no travesseiro, tentando tirar a frustração de ter acordado. O combinado com todos era que hoje voltassem as aulas de verdade, não queriam se dar ao luxo de perder o bimestre, tampouco Helena gostaria de ficar à toa. Buscar um trabalho estava em sua mente e hoje distribuiria currículos nos colégios mais próximos.

— Ah sim, sim! - Regina ri do movimento infantil da namorada. - Hoje temos um grande dia pela frente, além de que precisa repor matéria.

— A gente poderia fazer um amorzinho, né? - Estava manhosa, tateando a cama a procura do corpo da namorada que se esquivou. - O que foi?

— Sua mãe está logo alí do outro lado daquela porta, preparando um café.

— É só a gente fazer baixinho. - Faz uso de sua cara mais doce e levada. Realmente é um absurdo acordar com uma mulher daquelas e não poder fazer nada. - Amor, 'cê' não tem noção do quanto acordou gostosa hoje. 'Deixa eu' brincar só um pouquinho? Te ver um pouquinho?

— Emma! - Gargalha com a situação. A jovem já havia visto seu corpo inteiro mais de uma vez, ela também estava ciente de que não era nem um pouco feia ou desproporcional. Então tira o lençol que tanto desagradava a namorada. Essas inseguranças não deveriam ter lugar entre elas. Então repete a pergunta feita por Emma. - Só um pouquinho?

— Uau... Eu não me acostumo com esse exagero todo. Que mulher gostosa meu Deus!

Uma transa sem sorrisos, é só uma transa, já notou? O Sexo que não tem risadas, mesmo com a pele pegando fogo, é frio demais. Uma foda onde o gemido ao pé do ouvido não entrega a sinceridade de que aquela é a única pessoa da qual gostaria de estar, é pequena demais. Um sexo bom e bem-feito pode ser rápido, com seu rosto entre as pernas da sua namorada às seis e vinte da manhã, a assistindo chegar ao ápice mordendo o próprio braço para não denunciar a ninguém o que estava acontecendo.

— Meninas! Vamos, já estão ficando atrasadas. - A voz de Mary, seguida de batidas na porta anunciam que era hora de iniciarem as obrigações do dia.

Emma seguiu para a aula com Ruby na garupa após se despedirem de seus pais. Regina teria o primeiro horário livre, então levou Helena até as escolas que sabia ter deficiência de professores tanto na área das artes quanto em filosofia que era uma das formações da ruiva, afinal, se conheceram na faculdade. É reconfortante ver um casal que não foca apenas em si, que continua a dar atenção aos amigos e família, e se não se esquecem dos outros. Todavia, nem todos merecem continuar por perto e Tinker é um exemplo disso exemplo, ainda mais depois do que aconteceu hoje:

— Emms, vem comigo! - O tom urgente e ofegante de Tinker assim que viu a amiga entrando no Instituto não a deixou pensar duas vezes antes de segui-la.

Tom MenorOnde histórias criam vida. Descubra agora