Tom Menor

Capítulo 15

Noite do disco em qualquer boate tem minha atenção, e isso não é novidade para ninguém. Nem mesmo para Ruby que sempre evita festas gostaria de perder a noite com o novo DJ. Gostaria de curtir a noite junto a Emma, sem namorado enchendo e muita vontade de dançar. Decerto nenhuma gostaria de beijar outras pessoas, mas aproveitariam como se o amanhã não existisse.

Imagine, uma noite com ABBA, Boney M. e Donna Summer? Somados à sua melhor amiga incrivelmente caracterizada? Emma também acabou decidindo por ir, logo se vestiu como uma versão loira da Cher, já que a amiga era praticamente sua versão mais nova. Alta, magra, branca com os cabelos incrivelmente pretos. Ruby era muito linda e isso nunca foi uma questão. E nesse momento, lindas como nunca já dominavam toda a atenção na pista de dança.

Na entrada, poucos metros dali chegava Regina e Cora com roupas simples. Cora tinha uma calça boca de sino, blusa canoa e cabelos naturais misturados com seus brincos de argola. Regina estava uma verdadeira hippie com saia de ceda florida e um top de renda branco. Como disse em alguns capítulos, ela não gosta desses ambientes, mas precisava avaliar o novo DJ.

Após algumas fotos para as influencers contratadas por Cora, finalmente passaram no bar. Onde os olhos de Regina fixaram na bunda de Emma que balançava frenética, não, digo em Emma que estava tão bonita.

— Como pode balançar desse jeito se nitidamente é durinha. - Cora solta o comentário levando um canudinho na boca.

— MAMÃE! Isso é coisa que se diga?

— Ah, Regina, faça-me o favor. - Olha sob os óculos transparentes que compunham o visual. - Você pensou a mesma coisa.

— Mas não disse. - O rosto rubro é disfarçado pelo copo de bebida que o barman acabou de lhe entregar. - Mas que é, é.

— Uma ótima dançarina, ou a bunda é dura?

— Os dois, mamãe. - Não tem constrangimento em admitir. Logo uma música agradável aos ouvidos das duas começa e continuam dançando ali mesmo, observando Emms. Até que uma movimentação a incomoda. - Mas que merda é aquela ali?

— O que? - Seus olhos procuram a dupla de amigas que agora havia virado trio.

Uma loira muito, muito alta dançava com Emma colada em seus braços. Logo foi feito um "sanduíche" onde a nova loira era o recheio. Quem olhava de fora poderia sentir que não existia nada de sexual na dança, estavam inclusive bem afastados. Mas para Regina.... Ah para Regina aquela mulher deveria ter as mãos arrancadas por encostar no quadril de Emma daquele jeito.

— Ela não vai fazer nada? Não vai falar que tem alguém? - Se sentia extremamente ofendida.

— Você se ofende com o que? Você mesma pediu espaço. - A mãe solta sem piedade. Para que toda aquela conversa com a mãe e o pai, resolvendo como seria as coisas na escola, se ela não faria nada? - Se fosse mulher minha, eu mostraria quem manda, mas não é minha, nem sua.

Não estava disposta a ouvir aqueles desaforos. Que mal tem de ser paciente e querer fazer as coisas com calma, sem ser pela impaciência do momento? Perder Emma, aparentemente.

— Talvez eu estivesse certa, mulher mais velha é o fetiche dela. - Sua voz tem um teor de raiva no começo, mas se transforma em desespero quando Ruby, Emma e a tal loira se aproximam.

— Cora! Regina! Que bom ver vocês aqui! - Emma abraça e beija Cora, mas é cortada quando tenta fazer o mesmo com a professora. - Você já conhece a Cora, mas essa é Regina, a mulher mais bonita dessa boate. Essa é Ingrid, veio de surpresa na boate apenas para nos ver!

— Bonita desse jeito, só poderia ser ela! - Se não houvesse ciúmes e não estivesse tão cega achando Emma Swan a pessoa mais sem vergonha do mundo, teria reconhecido o nome e a voz calma e suave de Ingrid Swan. Já que a tia de Emms havia conversado no telefone com a professora algumas vezes para conseguir a vaga no colégio. – Eu sou a...

— Sei exatamente quem você é, querida. – "Uma corna, porque essa daí bem tenta ficar comigo desde que chegou..." Mirou firme nos olhos de Emma. – Veio ver como está a nossa moça?

— Sim, soube que parece andar bem tristinha na última semana, preciso observar de perto isso. – Fez cara de brava na direção da menina de cabelos volumosos e delineado preto. A menina a abraça escondendo o rosto queria desviar o assunto, mas não sabia como.

— E deve, a senhorita Swan não é alguém que desejamos perder de vista.

— Não conversem como se eu não estivesse aqui, por favor! - Súplica, quase apelando para que uma das outras duas entrassem na conversa, mas elas estavam se divertindo demais para tal.

— Converso como eu bem entender. - Fala baixo querendo que apenas a menina escute, o som alto ajuda bastante nisso. - Já que faz o que bem entende. - Você vem sempre?

— Sempre que preciso, se ela está triste, eu venho. -Novamente fala sobre aquele sentimento: Tristeza. E isso preocupa e incomoda Regina.

— Pretendia me contar isso quando, Swan? Sabe que me preocupo com você, não sabe? – Queria mostrar para aquela tal de Ingrid que também sabia assuntos íntimos da menina. Emma nada respondeu, havia notado que suas palavras de pouco se importavam, se falasse algo seria mais uma vez cortada pelos coices da professora de filosofia. As outras saem notando clima tenso, então finalmente Regina fala o que está agarrado em sua garganta. - Eu pude jurar que você realmente estava interessada em mim, Swan. Ao menos agora eu não preciso ficar insegura na sua presença, as coisas finalmente vão entrar nos eixos, porque sua namorada vai estar com você, e vamos poder ser amigas.

— Oque? Do que está falando? - Seu olhar é assustado. Não! Ela não pode estar perdendo sua amada por uma confusão. - Ela é minha tia, Regina!

— Tia?

— Isso! Titia Ingrid, a Dídi! E ela sabe sim, exatamente quem você é. - Fala chegando perto, queria amansar sua fera. - Ela sabe que estou perdidamente apaixonada pela professora mais bonita do estado.

— Apaixonada? - Oh droga, como continuaria com o discurso de amigas?