A primeira coisa que Ochako fez ao fechar a porta atrás de si foi endireitar sua postura, colocar os ombros para cima e manter sua coluna reta, a cabeça se sustentava de pé e não mais encarando o chão, assim como uma expressão neutra e calma se fez presente em seu rosto. Ela só teria que imaginar Mori, o chefe da máfia, o chefe dela, no lugar do diretor e nunca vacilar em sua postura ou confiança.
— Senhorita Nakahara, sente-se. — A criatura, qualquer que seja o tipo de híbrido que este animal é, a persuadiu gentilmente. Ele estava sentado atrás de sua longa mesa de madeira, e seu professor estava ao seu lado direito, de pé.
Aizawa, o pai adotivo de Izuku, se manteve sereno e não falou uma palavra para a chegada dela.
— Você sabe por que está aqui? — Nezu perguntou inclinando-se para frente de seu lugar e cruzando as mãos de frente ao corpo por cima da mesa.
Nessa situação é melhor ser honesta.
Até certo ponto.
— Suponho que seja por causa dos rumores? —
— Exato. — Exclamou — Você já deve estar ciente do quanto esses rumores são preocupantes e que eles são motivo de suspensão ou até mesmo expulsão. — Nakahara engoliu em seco. — Mas eu, como diretor, do mesmo modo que não posso permitir alguém desse tipo na minha escola, eu não gostaria de julgar alguém injustamente. —
Houve uma pausa
— Quero ouvir o seu lado da história, senhorita Nakahara. —
Ochako ponderou sobre o que deveria falar por alguns segundos antes de abrir a boca. Ela falou sobre quando as meninas viram sua tatuagem, sobre os comentários que elas fizerem, mas tomou o cuidado de não colocar sua opinião pessoal. Ela falou sobre a brincadeira que estavam participando quando foram atacadas, quando Momo estava pressionando por uma resposta que 'não existia'. Ela falou sobre a loucura de Toga, sobre como ela foi assediada pela outra garota.
E então, quando acabou, ela esperou e observou.
Se passaram minutos, horas? Ou foram segundos? O tempo em que ela e Nezu se encararam parecia infinito. Ele aparentava ter visto algo que nem mesmo ela conseguia decifrar em si mesma.
Nezu assentiu. — Entendo... nesse caso não foi sua culpa como os rumores estão fazendo parecer, você foi uma vítima, senhorita Nakahara. Não será expulsa por isso, ou sequer conseguirá uma suspensão. Mas deixe-me avisá-la, posso tentar conter toda essa bagunça, porém nem mesmo eu consigo controlar a boca de centenas de adolescentes. Haverá aqueles que se recusam a cooperar. — O rato se virou para Aizawa-Sensei — Aizawa, convoque uma reunião, vamos organizar uma palestra para todos sobre espalhar rumores falsos e como isso prejudica a reputação de um herói. —
Seu professor assentiu, sem uma palavra dita. E Ochako se impressionou com a lealdade que ele demostrava a Nezu.
— Você está dispensada. E, por favor, tente não deixar os comentários alheios te incomodarem. —
Nakahara se levantou — Obrigada. — E saiu.
[...]
— Você sabe que ela estava mentindo, não sabe? — Aizawa perguntou a Nezu assim que sua aluna fechou a porta do escritório.
— Sim, claro. Embora eu esteja surpreso que você também tenha pegado a mentira. —
Aizawa deu de ombros. — Eu tive prática. — Ele pensou em Izuku. — Por que deixou ela se safar com isso? —
— Você conhece o pai dela? Nakahara Chuuya? —
Aizawa assentiu.
— A Máfia dele também não é qualquer uma para que possamos intervir em algo assim. Eu não sabia que ela tinha uma tatuagem até agora, para mim essa era apenas uma parte absurda desses rumores que a senhorita Yaoyorozu espalhou, mas pela confiança na voz dela ao dizer que seu pai havia conseguido autorização me diz que ela acha que essa parte é verdade. Porém eu afirmo com certeza absoluta que Nakahara Chuuya nunca apareceu nos terrenos da escola. E se esse homem fez algo assim com a UA, a maior escola de heróis do país, me diz que ele não tem medo de ir à guerra contra nós, ou toda a comunidade heroica, se preciso, e isso é algo muito, mas muito perigoso, Aizawa. — Nezu se levantou. — Vamos manter o assunto baixo por enquanto, se a Comissão Heróica tentar intervir em nossos negócios, diremos apenas que Yaoyorozu estava delirando pela perda de sangue e viu a luta como algo completamente diferente. —
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E se Izuku tivesse uma quirk demoníaca?
FanfictionIzuku Midorya sempre sonhou em ser o herói N 1º da sociedade, tentando superar o seu Ídolo All Might o atual herói N 1º Então porque o universo lhe deu uma quirk que representa a vilania? Por causa disso o pequeno foi vítima de todo o tipo de bully...