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Me chamo Cho Minji, tenho 22 anos e sou uma ômega, moro com meus pais e meu irmão mais novo.

Minha vida era "boa" até que fiz 18 anos e passei pelo meu primeiro cio, onde fui obrigada a me relacionar com o melhor amigo de meu pai que era 38 anos mais velho que eu, meus pais ficaram extremamente decepcionados quando descobriram meu gênero, pois o desejo deles era de que o primeiro filho, independente do sexo, fosse um alfa. No meu aniversário de 19 anos, descobrimos que minha mãe estava grávida pela segunda vez e foi aí que minha vida se transformou em um verdadeiro inferno, meus pais começaram a me fazer de empregada, se eu não fizesse o café antes do meu pai chegar do trabalho, ele e minha mãe me agrediam e me deixavam de castigo sem poder comer pelo resto do dia, se não tivesse roupa lavada, meu pai fazia questão de esfregar as roupas na minha cara e por aí vai.

Quando nós descobrimos que minha mãe estava grávida de um menino, meu pai ficou todo feliz e orgulhoso, logo eles começaram a guardar dinheiro para poderem fazer o teste de gênero para saber se meu irmãozinho seria o alfa que eles tanto queriam. Três meses depois, faltando apenas 1 mês para a chegada de Minho, eles conseguiram todo o dinheiro para o teste de gênero e então descobrimos que meu irmão era um alfa, meus pais ficaram extremamente orgulhosos e jogaram na minha cara que eles finalmente iriam ter o filho que eles sempre quiseram.

Mas assim que Minho nasceu, ficou em minhas costas toda a obrigação de cuidar dele, nem amamentá-lo minha mãe se prestava a fazer. Além de dar conta de tudo dentro daquela casa e cuidar dele, eu ainda tinha que aguentar meus pais voltando bêbados para casa, em pouco tempo minha mãe se tornou uma viciada em drogas e mudou completamente a forma como me tratava e tratava Minho. O menosprezava e tentava bater nele toda vez que ele ameaçava chorar e rapidamente o jogava pra cima de mim dizendo que se arrependia de ter tido nós dois e que devia ter interrompido as duas gestações quando teve tempo, então a partir daquele dia, eu decidi me tornar para Minho, a mãe que nós nunca teríamos se dependesse de Soo-ra.

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Três anos depois...

Eu estava em casa guardando as roupas lavadas e colocando as roupas sujas para lavar, quando ouço o telefone fixo tocar na sala, minha mãe estava dormindo depois de chegar bêbada e drogada pela manhã, meu pai trabalhava e Minho estava na escola, corri para atender o telefone e assim que atendi a voz da secretária da escola de Minho se fez presente.

- Alô? É da casa de Cho Minho? - A voz perguntou do outro lado da linha.

- Boa tarde, sou eu, Minji, a irmã dele. - Respondi ouvindo um suspiro aliviado vindo da mais velha.

- Minji-ah, desculpe estar te incomodando com essa ligação, mas Minho está ardendo em febre e chorando muito! O pobrezinho vomitou todo o café da manhã e almoço, achamos que não era nada demais, mas ele começou a ficar molinho e com o rostinho extremamente vermelho. Foi quando percebemos que ele está com febre. - A mais velha explica em um tom de voz levemente desesperado. - Teria como a senhorita vir buscá-lo?

- Oh, mas é claro! Estarei ai em alguns minutos. - A mais velha agradece e encerra a ligação.

Coloco o telefone no lugar e corro até meu quarto, troquei de roupa, peguei minha carteira e saí correndo até o ponto de ônibus, por sorte, assim que cheguei o ônibus passou. Logo desci no ponto perto da escola de Minho e andei apressada até a secretaria, assim que entrei, vi meu pequeno sentado em um banquinho em frente a secretaria do lado de dentro da escola, andei até a janelinha da secretaria e logo fui atendida.

- Oh, que bom que chegou, senhorita Cho! Já estava ficando desesperada! - A mais velha disse já me dando o papel que declarava a saída antecipada de Minho.

- Me perdoe a demora, eu estava ajudando minha mãe com as roupas limpas e precisei pegar um ônibus até aqui. - Disse assinando o papel rapidamente e devolvendo para a mais velha que sorriu, guardou o papel e veio abrir o portão.

Meu pequeno se levantou e andou até mim devagar, como se andar fosse algo extremamente difícil e dolorido, agradeci a mais velha e me ajoelhei para ficar do tamanho de Minho.

- Oi meu amor, eu estou aqui agora! Nós vamos ter de ir ao médico para saber o motivo do seu dodói. - Disse ajeitando o cabelinho dele e logo o pegando no colo depois de colocar sua mochila nas minhas costas.

- Eu não quero ir no médico mamãe. - O pequeno disse choroso e se agarrando ao meu pescoço. Eu já tentei corrigi-lo milhares de vezes, mas nunca funcionou, ele sempre me chamava de mamãe, então eu só deixava ele me chamar dessa forma. - Eu só quero colinho mamãe.

- Então nós vamos pra casa e lá eu te dou um remédio e banho para abaixar sua febre, mas se você não melhorar, teremos que ir ao médico tudo bem? - Perguntei enquanto caminhava com ele em direção ao ponto de ônibus.

O menor concordou com a cabeça e aconchegou o rostinho em meu pescoço, ficamos alguns minutos esperando o ônibus e logo o mesmo chegou, embarquei com ele pensando que a viagem seria rápida para que desse tempo de fazer o café, mas acho que o universo não estava ao meu favor aquele dia. Depois do percurso, que normalmente duraria de 25 a 30 minutos, durar 1 hora por causa do trânsito ocasionado por um acidente, finalmente descemos do ônibus perto de nossa casa, andei apressada já imaginando a imensa bronca que levaria de meu pai.

Mas assim que coloquei meus pés pra dentro de casa, percebi que o mais velho ainda não tinha chego, porém minha mãe estava sentada no sofá com uma expressão brava.

- Onde é que você estava? Você sabe muito bem que seu pai gosta de ser recebido com café quente e pão fresco, mas você decidiu sair de casa para dar um passeio, mesmo sabendo o horário do seu pai.

- Eu não saí para dar um passeio, eu tive que sair as pressas para poder buscar Minho na escola, pois o mesmo estava passando mal e ardendo em febre. - Disse olhando para a mais velha que ergueu uma sobrancelha ao perceber que tinha respondido ela, coisa que eu nunca havia feito antes, mas ignorei aquilo e deixei a raiva tomar conta de mim. - Se está tão preocupada assim, você pode muito bem se levantar e ir até a cozinha para poder fazer o café e depois ir até a padaria no final da rua para comprar o pão fresco. - Falei colocando Minho no chão e guardando seus sapatos juntos com os outros.

O menor pegou sua mochila e correu para subir as escadas e ir até seu quarto, enquanto minha mãe se levantava e caminhava em minha direção.

- O que te faz pensar que pode falar comigo dessa forma? - A mais velha perguntou olhando nos meus olhos.

- Eu já estou cansada de você sempre estar me dizendo que fazer, se você está tão preocupada, então vá lá e faça o café você mesma! - Disse calmamente olhando para ela. - Você ao menos se preocupou com o fato de que teu filho está passando mal e de que eu tive que buscá-lo!

- Pra que eu vou me preocupar com ele se você já está aqui? - Ela perguntou com um sorriso sarcástico. - Agora cala a droga dessa maldita boca e vá fazer o que eu mandei!

Naquele momento eu respirei fundo e encarei profundamente os olhos da mais velha, tomando coragem para responder.

- Não, se quiser café feito e pão fresco, vá você até o fogão fazer o café e depois vá até a padaria e compre a droga do pão, porque eu vou cuidar do Minho até que ele esteja bem novamente.

- Como é? - Ela pergunta me olhando desacreditada e desfere um tapa em meu rosto. - Nunca mais se atreva a falar comigo dessa forma novamente garota, você só está aqui ainda, porque eu não quis dar um fim em você, mas basta eu estalar os dedos que você some daqui.

Olho surpresa para a mais velha e levo minha mão até a bochecha que ela tinha acertado, dou um sorriso de canto e saio andando em direção as escadas, com os olhos cheios de lágrimas, deixando a mais velha esbravejando sozinha.

And suddenly...I Love you || SAN ATEEZOnde histórias criam vida. Descubra agora