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Percy.

A observo olhar em volta enquanto se aproxima, boquiaberta. O vestido longo branco tem uma fenda na coxa e deixa Annabeth completamente deslumbrante. Estendo a mão quando para em minha frente, balançando a cabeça negativamente antes de permitir que eu beije a dela. Estou vestindo uma camisa social azul, mas nem de longe tão arrumado quanto minha namorada.

—Oi, meu amor. —falo, abrindo um sorriso atrevido.

—Você sabe que eu vou te matar, não sabe? — Annabeth parece estar falando realmente sério. —Você ter me mandado flores, uma carta e ter me trazido nesse lugar lindo não vai mudar isso.

Tenho a audácia de rir.

—Eu precisava fazer isso. Você precisa entender que foi pelo bem da surpresa.

—É melhor você dormir com os olhos bem abertos à noite. —me lança um olhar ameaçador antes de se virar para sentar na cadeira de frente para a minha na mesa. —Jantar às três da manhã? Muito original da sua parte.

Ocupo o meu próprio lugar à mesa.

—Não é um jantar, exatamente. É mais um ponto de encontro para a verdadeira surpresa.

—Você está planejando isso há quanto tempo? —Annabeth parece intrigada agora.

—Desde hoje de manhã. —dou de ombros. —Não foi nada demais.

—Você fechou um restaurante. —aponta ela. —Por minha causa.

—Não existe nada no mundo que eu não seja capaz de fazer por você. —acabo confessando e nunca falei tão sério em toda a minha vida.

Ela sorri, sacudindo a cabeça ao mesmo tempo que um garçom entra com uma bandeja de drinks. Não há nada de álcool, fui bem cuidadoso quanto a isso. O restaurante em que estamos é um dos rooftops mais populares de Los Angeles. À noite, varais de luzes amareladas iluminam as mesas e os sofás dispostos pelo enorme terraço. O lugar também nos dá acesso a uma das vistas mais bonitas da cidade. Pesquisei essas curiosidades sobre a cidade ao longo das últimas semanas com a intenção de fazer com que Annabeth tivesse as melhores experiências possíveis enquanto estivessemos juntos aqui.

—Então —a loira se encosta na cadeira, dando um longo gole em sua taça de bebida não-álcoolica. —Qual é essa real surpresa?

—Se eu contasse não seria mais surpresa. —aponto, também arriscando um gole. É quase como refrigerante e fico grato por isso. —E, além disso, preciso me redimir com você antes de te levar para qualquer outro lugar.

Ela ergue as sobrancelhas, assumindo uma expressão mais séria agora.

—Se redimir por ter me feito chorar a tarde toda pensando que você tinha me deixado? Vai ser um pouco difícil.

Faço uma careta, deixando a bebida sobre a mesa e esfregando a parte de trás do pescoço.

—Eu deveria ter deixado uma mensagem. —reconheço meu erro. —Me desculpa, eu realmente fui um idiota. Vou entender se você nunca me perdoar ou querer me assassinar por isso.

Annabeth semicerrou os olhos, bebendo outro gole antes de também deixar a taça sobre a mesa. Ela está realmente fabulosa com esse vestido, mas não existe nenhuma forma em que ela não fique. Fabuloso é seu estado natural e sou tão apaixonado por ela que dói fisicamente. Fui idiota. Muito idiota e impulsivo e agora estou olhando para ela com uma cara de cachorro que caiu do caminhão da mudança, torcendo para que ao menos esteja cogitando me perdoar.

—Olha, gatinho, eu te amo por ter pensado numa surpresa dessas pra mim e tudo mais —estala a língua no céu da boca. —Mas a partir do momento em que você transa comigo e some na manhã seguinte sem dar nenhum sinal de vida...

—Me desculpa. —sussurro novamente, interrompendo. —Me desculpa mesmo. Eu não tinha pensado nisso e agora estou me sentindo a pior pessoa do mundo.

—Está tudo bem. —o tom dela é tão suave que realmente consigo acreditar em suas palavras por um momento. —Você cometeu um erro. Pessoas erram o tempo todo, é comum. Agora sei que você teve as melhores intenções, que se arrepende, e eu considero isso. Só me promete que nunca mais vai sumir assim.

—Eu prometo. —digo quase imediatamente. —Deuses, eu prometo nunca mais sair do seu lado e até deixo você colocar um rastreador em mim se isso significar que vai me perdoar.

Então Annabeth joga a cabeça para trás e ri. Ri de verdade e eu me desfaço em partículas de vapor. Ela é meu mundo e não sei exatamente quando me tornei o ar que ela respira. Ela está me respirando agora mesmo porque não consigo encontrar outro propósito para a minha vida miserável sem ser a causa de seus sorrisos. Enquanto eu ainda for capaz de fazê-la sorrir, posso caminhar por essa terra como um homem feliz.

—Você exagera muito às vezes. —ela diz, por fim, esfregando os olhos.

—Eu sei. —confirmo com a cabeça. —Mas como eu disse mais cedo, não há nada nesse mundo que eu não seja capaz de fazer por você.

Minha namorada, surpreendentemente, enrubesce, abaixando a cabeça para encarar a mesa que há entre nós. É extremamente adorável vê-la com vergonha dessa maneira.

Minha garota. Ela é minha garota.

—Annabeth? —chamei-a de volta, que hesita por breves segundos antes de erguer o olhar. —Posso te contar um segredo?

—Acho que... —parece intrigada e meio hesitante, então pensa melhor e dá de ombros. —Claro. É claro que pode. Sempre.

Respiro fundo, apoiando as palmas abertas sobre a superfície da mesa e fazendo questão de olhar em seus olhos quando falo bem baixo, como se realmente estivesse confessando um segredo muito importante:

—Eu sempre vou amar você.

Vejo o exato momento em que ela engole em seco, fechando os olhos por um, dois, três segundos. Quando volta a abri-los, os cantos de seus lábios tremem com um sorrisso.

—Eu também sempre vou amar você.



Nota da autora:

Referência a La La Land? Quem pegou?

Beijos e desculpem a demora pra atualizar!

Red - (au percabeth)Onde histórias criam vida. Descubra agora