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Nota da autora:

Recomendo que vocês escutem a música "You Are In Love (Taylor's Version)", da Taylor Swift, a partir do ponto que eu marcar com um "*".
Ela me passou um pouco da vibe dos personagens nesse momento, mas não se apeguem muito na letra.

Percy.

Flashback

—Onde você vai? —minha mãe pergunta quando passo pela sala segurando as chaves do carro.

Ela está sentada no sofá aos pés de Estelle, que dorme profundamente. Na TV está passando um desenho daqueles bem infantis e coloridos, mas não o reconheço.

—Annabeth me chamou para ver um filme na casa dela. —expliquei. —Mas estou de volta antes das onze, prometo.

Minha mãe ergueu as sobrancelhas, um sorriso crescendo nos lábios. Sei o que está pensando em dizer e abro a boca para reprimi-la, mas Sally é mais rápida:

—Já disse ao Paul que vai usar o carro dele para sair pra namorar?

—Ela não é minha namorada! —exclamei quase imediatamente depois de suas palavras, sentindo as bochechas corarem. Por que minha mãe tinha sempre que fazer isso? —Eu nunca encostei nela, deuses!

—Na verdade, encosta demais. —pontuou minha mãe, ainda sorrindo. —E você disse que ela te chamou para ver um filme?

Respiro fundo.

—Foi.

—Sozinhos?

—A mãe dela está viajando, então sim. —me arrependi de ter dito isso quando vi o sorriso de Sally aumentar. —Mas não vamos estar totalmente sozinhos, ok? A governanta deles mora na casa. Não é como se Annabeth estivesse por conta própria.

—Entendo. —ela juntou as mãos sobre o colo, a expressão agora ficando um pouco mais séria. —Mas você sabe o que eu penso sobre sexo na idade de vocês, certo?

Se meu rosto antes estava vermelho, agora já quase podia substituir o sol. 

—Eu estou saindo com uma garota, mas não é a Annabeth. —soltei, cansado daquele assunto. Annabeth era minha amiga. Há anos. Era estranho ver minha mãe insinuando o fato de eu estar indo fazer sexo com ela. —Feliz agora?

As coisas ainda não estavam realmente sérias entre Rachel e eu. Tínhamos nos beijado uma vez e ela pediu pra eu não contar para ninguém.

Dessa vez o cenho da minha mãe se franziu.

—Quem é ela? —perguntou.

Neguei com a cabeça.

—Te conto quando for a hora.

Sally fez uma careta, é claro que não gostou muito da minha decisão, mas sei que vai respeitá-la. Minha mãe é gentil demais para se colocar acima das minhas vontades.

Mas sua pergunta seguinte me surpreende:

—E a Annabeth sabe?

Me apresso em voltar a negar com a cabeça.

—Ninguém sabe, só contei para você.

Ela suspira, seu olhar sobre mim se tornando mais pesado, quase triste.

—Então devia contar pra ela.

É a minha vez de franzir o cenho, tentando compreender a situação atual e o porquê de minha mãe ter mudado tão de repente. Era no mínimo muito estranho, e eu sabia que tinha de haver algo nas entrelinhas, algo que eu não estava vendo.

Red - (au percabeth)Onde histórias criam vida. Descubra agora