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Nota da autora:
Vocês não tem ideia do prazer que é estar de volta 😎

Annabeth.

Estou jogada na cama quando escuto a porta da frente se abrir. Dei a chave para Percy e pedi a ele para que buscasse sorvete para vermos um filme antes de dormir.

Dormir. Eu deixei bem claro que só iríamos dormir.

—Trouxe flocos e pistache. —anuncia da porta do quarto, erguendo duas sacolas.

—Você é um amor. —falei, sorrindo.

O moreno também sorri, mas não o suficiente a ponto de alcançar os olhos. É um sorriso pequeno, discreto.

—Vou pegar as colheres.

Abro a Netflix e encontro o filme facilmente. Percy não demora para voltar. Me passa o pote de sorvete de pistache e uma colher, se sentando ao meu lado, apoiado na cabeceira da cama.

Ele estranhamente presta muita atenção ao que passa na tela, parecendo realmente entretido. Quase não faz perguntas, o que me surpreende. Como quase o pote de sorvete inteiro e algumas lágrimas escapam, assim como da primeira vez. Quando acaba, percebo que consegui amar ainda mais.

Me viro para ele, novamente sorrindo, curiosa para saber suas impressões, mas noto que Percy está distante, preso no mundinho dentro de sua própria cabeça.

Meu sorriso some.

—O que foi? —pergunto, preocupada, deixando o sorvete e a colher de lado.

Ele só balança a cabeça, olhando para os créditos finais subindo na tela.

—Só estou cansado, é isso. —dá de ombros.

Mas não estou convencida, parece uma desculpa esfarrapada daquelas que estou acostumada a usar. Ele não estava assim antes de sair, por que mudou do nada agora?

—Não é só isso. —concluo. Percy insiste em permanecer sem me encarar. —Você sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe? —estendo a mão para tocar o seu braço estendido.

Meu namorado coça a ponte do nariz com o indicador.

—Eu sei. —seu tom é quase um sussurro. —Acho melhor eu ir, já tá tarde.

Então puxa o braço e se levanta. Fico tão chocada que demorei mais do que deveria para reagir, tomando a iniciativa de o seguir apenas quando já atravessou o quarto.

—Pensei que fosse dormir comigo. —falo quando o vejo deixar o pote de sorvete na pia da cozinha.

Percy se vira, esfregando a nuca com a palma da mão.

—Não dá, Annabeth. Desculpa.

A sensação que tenho é que, se ele tivesse me dado um tiro, doeria menos. Eu não entendia. Simplesmente não entendia.

—Fiz alguma coisa errada? —ele ainda não me olha e isso me tortura. Me tortura vê-lo distante assim e saber que provavelmente está escondendo coisas de mim. Automaticamente me sinto mal por não ter ao menos pensado em falar para ele que estive trocando mensagens com Luke mais cedo.

Red - (au percabeth)Onde histórias criam vida. Descubra agora