*Flashback*
Annabeth.
—Não olhe para a câmera, Annabeth. Tenta focar em outra coisa. —aconselhou Luke, mas o ignorei, me sentando no sofá para em seguida me colocar de pé. Percebo seus olhos em mim, cheios de confusão, mas passo por ele e vou em direção à sacada.
Fico olhando para o enorme pátio da mansão lá embaixo, onde é possível ver o jardineiro podando alguns galhos dos arbustos de flores que ladeavam o portão de entrada. Eram belos de fato, mas eu estava cansada deles. Eu estava cansada de cada detalhe daquela casa, por mais encantadora que ela fosse.
Mas eu também não queria sair. Eu não queria vê-lo. Parecia bobo, mas ainda estava doendo. Aquelas imagens repassavam em minha mente sempre que eu fechava os olhos, como um pesadelo que sempre voltava para me assombrar.
—Você está bem? —ouço a voz de Luke novamente, olhando por cima do ombro e o vendo parado atrás de mim, já não mais segurando a câmera.
Volto a olhar para frente antes de respirar fundo, apertando ainda de leve a pedra da borda da sacada e fechando os olhos, absorvendo o vento do verão que tocava minhas bochechas.
—Vou ficar. —é o que respondo, o tom meio baixo.
Luke se aproxima mais e logo sua presença ao meu lado fica bem perceptível.
—Sabe que pode falar comigo, não sabe?
Assenti, tombando a cabeça um pouco para trás e voltando a abrir os olhos.
—Talvez eu não seja boa o suficiente. —declarei.
Não olhei, mas foi como se eu pudesse sentir as sobrancelhas de Luke se franzindo.
—E de onde você tirou isso? —pergunta. —Eu pessoalmente te acho ótima em tudo que se propõe a fazer.
Nego com a cabeça.
—Você não é imparcial.
—Porque eu não seria?
—Tecnicamente, você trabalha para mim. Vai puxar o meu saco na esperança de ganhar um aumento.
Luke ri, e finalmente o olho. Está com o cabelo loiro penteado para trás, a camiseta preta de manga até o punho justa no corpo e jeans. É tão lindo que por um instante tenho que prender a respiração.
—Eu não faria isso. —se defende. —Acho que posso dizer que também somos amigos, não posso?
Amigos. De novo aquela maldita palavra, que passei a odiar nas últimas horas que sucederam a noite de ontem, quando vi Percy e Rachel. Isso me fez desviar os olhos de Luke de novo, olhando para as mãos sobre a pedra da sacada.
—É. Acho que sim. —respiro fundo em seguida, engolindo em seco. —Então, posso te fazer uma pergunta estúpida?
—Claro. —ele não hesita por um segundo antes de responder, e quando o encaro novamente há um brilho de curiosidade nos olhos azuis, junto com um sorrisinho que brincava nos lábios.
—Alguém já partiu seu coração? —eu não queria que a minha voz tivesse soado tão baixa, mas foi o que saiu naquele momento.
Vejo sua testa se franzir, o sorriso se perdendo na expressão confusa que o rosto do loiro moldou.
—Você quer dizer, romanticamente falando? —confirmo com a cabeça em resposta e é a vez de Luke desviar o olhar. —Foi mais de uma vez, mas teve uma que foi mais recente, na faculdade. O nome dela era Silena. Nos apaixonamos, passamos um tempo juntos e ela me largou no pior momento da minha vida, quando meu pai morreu.
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Red - (au percabeth)
Fiksi PenggemarOnde Percy Jackson é um prodígio jogador de futebol que acabou de fazer sua estreia como profissional Ou Onde tudo que Annabeth queria era uma vida normal, mas tem essa ilusão desfeita quando seu crush de adolescência decide se declarar no meio de...