Junho já chegou ao fim, o que significa que estou cada dia mais próxima de chegar às minhas férias, no início do mês de setembro. Começo a acusar o cansaço, mas quero focar-me no facto de já só faltarem dois meses para poder descansar e olhar para o copo meio cheio.
Este fim-de-semana, os meus pais estão fora, por isso a minha irmã convidou-me para irmos à praia e delirou completamente quando eu sugeri convidar o Dinis, para não ficar sozinha a segurar a vela. Não é que haja alguma coisa entre nós, porque não há, mas temos saído juntos algumas vezes, para tomar um café ou passear, e ele tem-se mostrado um ótimo amigo e uma boa companhia. Para já, somos amigos. Não sei se poderá surgir algo mais daqui, mas quero descobrir e por isso mesmo é que o convidei para vir connosco hoje.
Acordo por volta das 8h30, porque tenho responsabilidades de vida adulta e preciso ainda de colocar a máquina da roupa e da louça a lavar. Depois das tarefas domésticas tratadas e do pequeno-almoço tomado, vou até ao quarto trocar o pijama por um bikini preto e um vestido cor-de-laranja comprido e fluido por cima. Calço umas sandálias rasas pretas e coloco todos os meus objetos pessoais e necessários para a praia dentro de uma mala de palhinha, que uso especificamente para a praia. Como não sei como vai estar o mar, decido levar o meu fato de surf pelo sim, pelo não, caso me apeteça surfar umas ondas.
Às 9h30, saio de casa e conduzo até Carcavelos, local onde combinámos todos encontrarmo-nos. Percorro o trajeto em pouco mais de vinte minutos e, assim que estaciono, ligo à minha irmã para saber se já chegaram e onde se encontram. Enquanto vou até ao local onde a Cláudia e o Filipe estão, envio uma mensagem ao Dinis a dizer que cheguei e onde estamos, recebendo logo a sua resposta a avisar que está mesmo a chegar.
- Bom dia! – cumprimento a minha irmã e o meu cunhado, quando me junto aos dois na esplanada do café.
- Afinal vens sozinha? – a minha irmã questiona, parecendo desiludida.
- Sim, venho sozinha porque sou uma mulher independente. – comento, revirando os olhos – O Dinis está a chegar. – adiciono, vendo-a sorrir – Nada de bocas, nem comentários parvos durante o dia de hoje, ouviram? Eu e o Dinis somos só amigos e não é por vocês se armarem em casamenteiros que isso vai mudar, muito pelo contrário. Comportem-se só como dois adultos! – aviso-os, como se estivesse a repreender duas crianças.
- Fica tranquila, Lau, nós vamos portar-nos bem. – o meu cunhado, Filipe, responde – Só queremos ver-vos bem.
- Obrigada. – sorrio.
Poucos minutos depois, o Dinis junta-se a nós e decidimos ir para o areal, aproveitar o belíssimo dia de sol e calor. A Cláudia e o Filipe aproveitam para contar as novidades sobre a preparação do casamento, em Maio do próximo ano. Ainda falta imenso tempo, mas a minha irmã é obcecada com organização, por isso já começaram a tratar de algumas coisas, até porque não convém deixar tudo para a última da hora.
- E no próximo fim-de-semana já fiz a nossa marcação para eu ir ver vestidos de noiva e tu e a mãe escolherem também os vossos vestidos. – a Cláudia declara e eu assinto, visto que já lhe tinha prometido que o meu fim-de-semana seria reservado para ela.
- Eu devo ser mesmo burro, não sabia que era preciso tratar dessas coisas com tanta antecedência... - o Dinis comenta, o que nos faz gargalhar.
- E vê tu que a Clau diz que nós já vamos atrasados. – o Filipe acrescenta, fazendo a minha irmã revirar-lhe os olhos – Eu só faço o que ela manda.
- E bem! Se não ainda acabas sozinho no altar. – a minha irmã ameaça em tom de brincadeira.
Uma vez que o sol começa a aquecer substancialmente, nós todos decidimos ir dar um mergulho. Demoro um bocadinho a ganhar coragem, porque a água está gelada, mas vejo-me obrigada a mergulhar quando o Dinis ameaça ir buscar-me à beira do mar. Depois de alguns minutos dentro de água, saio com a minha irmã para irmos apanhar sol, enquanto o Filipe e o Dinis decidem ficar mais um pouco.
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Pontos Nos Is | Rúben Dias
Romance«Hoje é o dia de a agarrar Pra ficar com quem eu sempre quis E se a voz nervosa não falhar Talvez vá ser feliz!»