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O meu despertador toca às 8h, mesmo sendo domingo, visto que combinei encontrar-me com o Dinis, na Ericeira, por volta das 9h. Levanto-me da cama e abro as janelas do quarto, sendo brindada com um incrível dia de verão, com céu azul, calor e uma leve brisa – o que me deixa instantaneamente de bom humor.

Dirijo-me à cozinha para um pequeno-almoço leve e saudável – uma taça de iogurte com cereais e fruta -, comendo a minha refeição enquanto aproveito para ler umas páginas do livro que estou atualmente a ler. Findada a minha refeição, coloco a louça na pia do lava-louça, para lavar mais tarde, e vou até ao quarto, trocar o pijama por um biquíni, uns calções e um top, calçando as minhas (velhinhas) Converse brancas e preparando uma mala com toalha, chinelos, protetor solar e outros essenciais que não podem faltar num dia de praia, bem como alguns snacks rápidos, visto que a minha irmã e o Filipe ficaram encarregues de tratar do resto da comida.

Chego à praia uns minutos depois das nove horas, encontrando-a ainda não demasiado cheia e com poucas ondas, tal como gosto e o ideal para poder ensinar o básico do surf ao Dinis. Uma vez que ele ainda não chegou, vou até à escola alugar dois fatos e duas pranchas, para preparar tudo antes da sua chegada. Cerca de dez minutos depois, ele junta-se a mim.

- Bom dia! Desculpa o atraso. – ele diz, cumprimentando-me com um abraço.

- Bom dia. Está tudo bem, não te preocupes. – sorrio-lhe.

- Como estás?

- Bem e tu?

- Também. Entusiasmado, mas um bocadinho nervoso. – ele admite, fazendo-me rir.

- Não precisas de estar nervoso. O mar está bastante tranquilo, o que é ótimo para poderes aprender o básico. Até porque não é num dia que vais ficar um profissional. – gargalho – Vamos começar por aquecer, está bem? – ele assente.

Damos uma pequena corridinha e fazemos alguns movimentos simples para aquecer as articulações, antes de lhe começar a explicar toda a parte técnica, ainda fora de água. Repetimos as várias posições e mudanças de posição, explico tudo e respondo a todas as questões que o Dinis vai fazendo.

- Pronto para entrarmos na água? – pergunto-lhe, por fim.

- Estou pronto para entrar na água, mas não prometo estar pronto para me pôr em cima da prancha dentro de água. – ele gargalha.

- Garanto-te que não vais conseguir à primeira. Talvez nem à segunda. É normal. Mas vais ter uma noção melhor da rapidez e da fluidez dos movimentos, da força e da estabilidade que tens de ter. – observo, sorrindo-lhe – Vá, 'bora!

Seguimos os dois para junto de água, até ficarmos com água pela cintura, mais ou menos. Entre os exercícios básicos iniciais e muitas quedas à água, eu e o Dinis passamos a maior parte do tempo a rirmo-nos.

- Eu sou uma nódoa. – ele comenta, após mais uma queda da prancha.

- Vá, tens de te concentrar. Vais conseguir. – encorajo-o.

Desta vez, o Dinis consegue, finalmente, colocar-se em pé na prancha, embora não consiga manter a posição por muito tempo. Ainda assim, é um progresso.

- Lau, acho que preciso de dar a nossa aula concluída por hoje. Sinto que amanhã não vou conseguir mexer-me. – ele queixa-se, o que me faz rir.

- Não sejas fracote, Dinis. – desdenho, o que o faz correr na minha direção e mandar-se para cima de mim, de modo a cairmos os dois dentro de água.

Pontos Nos Is | Rúben DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora