dezoito

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Uma semana e meia depois, 14 de agosto de 2025

A minha motivação para estes dias de trabalho tem sido mesmo o facto de só faltarem quinze dias para ir de férias, porque sinto-me efetivamente cansada, desmotivada por ver toda a gente a ir de férias menos eu e muito pouco produtiva, porque o país parece que para em agosto e não consigo adiantar tanto trabalho quanto gostaria. Visto que tenho algumas horas extra em banco de horas, o meu chefe deixou-me trabalhar só de manhã hoje e assim aproveito ainda melhor o fim de semana prolongado.

- Olha ela, a ostentar o seu sorriso por sair à hora de almoço e ir de fim de semana prolongado mais cedo. – Tânia brinca comigo, piscando-me o olho.

- Nem tens o direito de queixar, visto que vocês os dois vão de férias já a partir de segunda e me vão abandonar! – aponto o dedo, em tom de brincadeira.

- É justo. Aproveita bem o fim-de-semana, Laurinha! – o Gonçalo sorri-me.

- Obrigada! E vocês aproveitem bem as férias. Boas férias! – aceno a ambos, antes de pegar em todas as minhas coisas e sair do escritório.

Aproveito a boa disposição de quem tem um fim-de-semana prolongado pela frente e o dia de sol para ir almoçar a qualquer lado antes de ir para casa. Decido parar no Italian Republic, que fica bastante perto do sítio onde vivo, e comer uma bela carbonnara acompanhada de uma limonada fresca. São duas e meia da tarde quando chego a casa e, antes de pensar em fazer o que quer que seja, aproveito o tempo livre, que é raro, para me deitar um pouco no sofá a ver uma série. Só quando recebo uma chamada da minha irmã, duas horas depois, é que me levanto.

- Boa tarde, maninha! – a Cláudia exclama quando atendo a chamada.

- Alô. Como estás?

- Bem e tu? Que voz é essa? – a mais velha pergunta-me.

- Voz de quem está no sofá há duas horas sem falar com ninguém e quase a dormir. – gargalho.

- Ah pois é, não me lembrava que não trabalhavas hoje de tarde...

- E nem imaginas como me está a saber bem! – gargalho – Deduzo que me estejas a ligar para combinarmos para logo.

- Vês como sabes? – ela gargalha – Estou a sair agora do trabalho e o Filipe também sai às 17h, vamos só a casa trocar de roupa e depois vamos aí ter contigo, pode ser?

- Claro que sim. Ontem fui às compras e já tenho aqui umas coisas para petiscarmos antes de sairmos. – afirmo – Vou mandar mensagem ao Dinis para ele cá vir ter entretanto, também.

- Boa! Quanto tempo a pé achas que demoramos? – Cláudia pergunta.

- Pelo menos, vinte minutos. Temos é a opção de deixar um carro a meio caminho, se vocês preferirem... - respondo.

- Eu não me importo de irmos a pé... Facilitava-nos a vida. Temos só de sair um bocadinho mais cedo de casa. – a minha irmã observa.

- Por mim também não há stress. Quando vocês chegarem combinamos melhor. – declaro.

- Está bem. Então, até já! – a mais velha despede-se, desligando a chamada.

Quando termino a chamada com a Cláudia, envio uma mensagem ao Dinis para pô-lo ao corrente dos nossos planos e dizendo-lhe que venha ter cá a casa quando estiver pronto. Decido, depois, levantar-me do sofá e começar a fazer algo de útil, nomeadamente começar a adiantar os petiscos que comprei para o nosso lanche-ajantarado.

Pontos Nos Is | Rúben DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora