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Heloísa Barreto, 18 de setembro de 2012

Hoje eu e meu namorado estávamos completando um ano de namoro, um ano que eu disse sim pro cara que eu sonho em passar a vida inteira! Estava agora saindo da escola, meu namorado era pedreiro mas era repetente, sendo assim ele estudava na mesma escola que eu, mas eu séries diferentes.

Pela manhã ele cursa o - se Deus quiser - último ano escolar, e pela tarde trabalhava de auxiliar em algumas obras por Londrina, eu morria de orgulho dele, por ser um homem honesto, trabalhador e me tratar como uma princesa. Apesar de Renato ser um pouco mais velho que eu, meus pais o adoram! Sua família é mais que incrível.

Eu curso o segundo ano do ensino médio, juntamente com a Daniela, irmã de Renato. Hoje era um dia atípico, eu tive que ficar na escola por conta de um trabalho, agora estava no caminho de uma lojinha aqui do bairro, iria comprar alguma coisa para dar de presente pra ele.

Eu não tinha um emprego fixo, ganhava alguma coisa trabalhando como babá de algumas crianças da região. Mas o meu salário mensal não passava de 400 reais, mas pra mim, que somente ajudava em casa, não tinha como obrigação pagar as contas inteiras de casa, já estava mais que perfeito.

Já eram quase quatro horas da tarde, eu precisava estar em casa antes das cinco para poder receber uma encomenda da minha mãe. Apresso meu passo, só paro quando escuto um assovio vindo de uma obra, o famoso "fiu fiu", meu corpo gela no minuto exato em que escuto, já tinha acontecido outras vezes de ser assediada por pedreiros. Olho para trás somente para ver o rosto do infeliz, já que não teria coragem para xingar ou qualquer coisa do tipo.

Mas foi totalmente o contrário, abro um sorriso enorme vendo que o meu namorado que tinha assoviado, ele vinha na minha direção com a roupa suja de cimento e seu fiel boné virado para trás. O que mais me ganhava nele era esse sorriso enorme sempre estampado em seu rosto.

- Eai minha gatinha, onde você tá indo? - Ele pergunta me dando um selinho rápido e eu imediatamente o abraço. - Tô todo sujo, branquinha.

Esse sempre foi o seu apelido pra mim, desde que começamos a conversar.

- Não tem problema, amor! Eu vou comprar uns potes que minha mãe pediu, ali na lojinha da outra rua, e depois vou pra casa. - Minto sobre os potes - E você? Achei que fosse ficar na obra perto da sua casa hoje. - Solto ele, mas continuo com as nossas mãos entrelaçadas.

- Eu ia, mas precisaram de mim aqui. Aí eu vim, tô sem crédito no celular, por isso não te avisei.

- Fica tranquilo, a gente vai se ver hoje a noite né?

- Vamos! Te busco na sua casa às 20h, o que você acha de ir no trailer da tia? Pra comemorar o nosso 1 ano?

- Eu acho perfeito! - Seguro seu rosto com as duas mãos e deixo um selinho em sua boca perfeita.

- Bora Renato! O chefe vai ficar sabendo que você tá de namorinho com criança em horário de serviço. - Um dos colegas dele grita de dentro da casa que estava sendo construída.

- Não liga, linda! - Acaricia minha cintura. - Criança é o rabo dele.

- Não liguei, amor! Pra adulta eu não sirvo mesmo. - Rimos. - Agora é melhor você voltar mesmo, antes que seu chefe saiba, eu tenho que ir também.

- Me manda uma mensagem quando chegar, branquinha. Mais tarde a gente se vê. - Ele me da um selinho.

- Se cuida amor, eu te amo. - Sorrio segurando seu rosto.

- Eu te amo, princesa! - Sorrio e solto ele me virando e indo até a esquina, antes de virar a rua olho para trás, e lá está ele, com aquele sorriso perfeito me mandando beijo. Mando de volta enfim viro a esquina.

Em minutos estava dentro da lojinha, rodo o local atrás de alguma coisa que fosse a cara dele, assim que chego na sessão de brinquedos me deparo com algo que eu tinha certeza que era o presente certo! Um mini skyline exatamente igual ao carro do Brian O'conner! O carro que ele sonha eu ter um dia, que o personagem do filme favorito dele tem.

Pego o carrinho de brinquedo e pego alguns doces e besteiras pra nós comermos. Pego também uma caixinha para por tudo dentro, eu já tinha comprado um porta retrato para por uma foto nossa, e iria colocar junto no presente.

Depois de pagar tudo, corro pra casa, já eram vinte pras cinco! Minha casa não era tão longe dali, em cinco minutos já estou entrando em casa, largo as coisas no sofá e escuto palmas na frente de casa. Eram as encomendas da minha mãe. Minha mãe era sacoleira, então uma vez por mês chegava inúmeras sacolas de roupa aqui em casa, para ela revender.

Acho que daí surgiu o meu amor pela moda, se hoje não fosse um dia extremamente especial, eu já estaria revirando aquelas sacolas que enchiam a sala da minha casa. Levo todas as minhas coisas pro meu quarto, largando a mochila em qualquer canto, sabendo que eu só pegaria ela novamente domingo à noite. Abro uma gaveta do meu roupeiro pegando um conjunto de calcinha e sutiã que eu havia ganhado da minha mãe. Ela sempre foi muito transparente comigo, e desde que eu comecei a namorar ela me alerta sobre os prós e contras da relação sexual, e alguns meses ela me deu esse conjunto dizendo que era pra eu usar quando achasse que seria um dia especial.

E meu coração diz que eu devo usar hoje.

Procuro no roupeiro um vestido coladinho preto, que ele amava quando eu usava e depois de achá-lo vou direto pro banho. Tomo um banho relaxante, lavo meu cabelo e tudo! Já eram 18h e logo meus pais estariam em casa.

Começo a fazer a minha maquiagem quando escuto a porta de casa ser aberta, meu pais haviam chegado do trabalho. Minha mãe além de sacoleira, era cuidadora de idosos, fazia o turno do dia na casa de uma senhora aqui perto, e meu pai era mecânico, era até chato quando ele e o Renato se juntavam pra falar de carros.

- Oi meu amor! Vai sair? - Dona Tânia aparece na porta do meu quarto.

- Sim, mãe! Hoje eu e Renato completamos um ano de namoro. - Eu parecia o coringa, sorriso de orelha a orelha.

- Ah sim, é verdade!

Conversamos um pouco mais, e logo meu pai aparece para conversar junto. Eu amo os meus pais mais que tudo nesse mundo, não sei o que seria sem eles!

...

FIRST LOVE 🖤 - Renato Garcia Onde histórias criam vida. Descubra agora