Capítulo 6
O retorno para casa foi muito mais difícil do que Harry poderia imaginar, ainda que demorara de fato apenas alguns minutos entre caminhar até o ponto de desaparatação e enfim se ver diante da casa onde morava. Diferente do dia anterior, o antes desse e todos os outros que os precederam dessa vez havia um peso nas costas de Harry, o peso da verdade, o peso de saber que era o ômega de alguém, era predestinado biologicamente a ser parceiro e não propriedade. Havia a chance de conhecer pela primeira vez o que era estar com alguém porque queria, porque desejava e não apenas para suprir os desejos nojentos de um ser dominante.
Parado diante da casa Harry desejou voltar para Hogwarts, voltar para Snape, tocá-lo novamente como fizera a pouco. Ao fechar os olhos podia sentir o calor do hálito dele em seus lábios, a maciez dos dedos em seus cabelos e a eletricidade que passava por suas peles. Era intenso e profundo como Harry jamais sentira antes e queria sentir de novo, ah como desejava sentir de novo e sentir mais, muito mais. No entanto, aquele provavelmente não era um futuro a qual estava destinado, pois Snape não o queria. Ainda que a atração o chamasse, o professor o negava, o mandara embora.
Harry se lembrava de ler em algum dos livros que Snape o fizera ler sobre sua espécie que dois predestinados que não se unissem podiam sofrer muito, seus corpos definhariam e ainda que não morressem, viveriam em sofrimento por muito tempo devido a distância. Snape preferia esse futuro a lutar por si, o mestre de poções escolheu seu caminho sozinho e por ele seguiria o deixando a mercê do Alfa dominante que naquele exato momento abria a porta da frente da casa e o encarava com olhos furiosos.
- Quer me explicar o motivo de estar parado no meio do jardim, na chuva?
Chuva? Apenas naquele momento Harry percebera as gotas de chuva que batiam em seu rosto e desciam por suas bochechas, era uma chuva fina e fria, mas que nem de longe chegava ao vazio e tristeza que sentia dentro de si, por isso não havia reparado nela, aquelas gotas poderiam até estar fazendo carinho visto os espinhos que Snape cravara em seu coração. Ele não o queria.
- Estava pensando. – Respondeu caminhando para dentro passando ao lado de Zabini e sentindo o quão diferente era a energia que emanava daquele corpo em comparação com o que sentira perto de Snape. Era uma energia repulsiva, fria e até mesmo cortante.
- Pensando? – Riu Zabini quando Harry passou ao seu lado. – Desde quando você pensa, Potter? Que eu saiba apenas aquela sangue ruim da Granger pensava entre vocês.
- Não fale assim dela. – Disse Harry se virando e encarando Zabini, a raiva subindo por sua pele. – Você não tem direito, ela é mil vezes melhor do que você e esse seu sangue idiota.
Harry não sabia dizer o que o fazia agir daquela forma, se era todo o sentimento acumulado pelo que já passara nas mãos de Zabini ou pela negação de Snape, mas era algo que ardia dentro de si e o fazia perder o medo das consequências de seus atos diante do sonserino. Virando as costas para Zabini, Harry caminhou pela sala a caminho do quarto, os pés batendo forte no chão e a água que escorria por suas roupas molhadas deixando um rastro no chão. Tudo que queria era se jogar na cama e esquecer que aquele dia acontecera, esquecer Snape e sua rejeição, seu cheiro que ainda inebriava sua mente e mais ainda o toque de seus dedos, tão macios e confortáveis, mas a ira de Zabini o golpeou com força.
- Volte agora! – Gritou o sonserino.
O grifinório levou a mão ao pescoço onde estava a marca que Zabini deixara em sua pele. Ardia como nunca ardera antes, parecia que havia um ferro em brasa sendo enfiado com toda a força naquela região exaurindo sua magia e sua força o fazendo obedecer a ordem do Alfa dominante. Os dentes de Harry cerraram enquanto seus pés arrastavam-se sozinhos em direção a Zabini, a cabeça explodindo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Seu olhar Alfa
RomanceSnape sempre reprimiu seu gene Alfa, certo de que nunca encontraria seu Ômega. No entanto um jantar lhe coloca diante de um jovem ômega que atiça seus instintos mais profundos, mas tal ômega já tem um dono. Seria Snape capaz de fazer de tudo pelo pa...