Capítulo 17

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- Potter! Não! Não vá. - Gritou Draco segurando o braço do grifinório que gritava em desespero vendo o corpo de Snape cair no chão com um baque, o sangue jorrando de seu abdômen e rosto.

- SEVERUS! SEVERUS!

Era tudo que Harry conseguia dizer, era tudo que poderia falar em meio a força do luto dentro de si. A magia antes tão forte e poderosa agora era tão fraca que quase não a sentia, havia ali apenas o resquício dele que aos poucos se esvaia.

- Sinto muito Harry. - Disse Hermione se ajoelhando ao lado do amigo e o puxando para si deixando-o derramar suas lágrimas em seu ombro enquanto ela mesma chorava com a dor do amigo. - Sinto muito.

- Severus, por favor, não. Não pode ter acabado.

O sussurro chorado era de quebrar o coração, Hagrid postou a besta ao lado na arquibancada e fez um carinho em canino que choramingava observando Harry, o meio gigante fungou e se afastou deixando Rony se aproximar e junto com Hermione abraçar o amigo em um conforto que no fundo não adiantaria. McGonagall e Pomfrey tinham as mãos no peito e cabeças baixas, se sentaram sem acreditar naquele resultado.

Todos confiavam tanto em Severus, acreditavam em sua força Alfa e no fim ela não fora o suficiente para deixá-lo vivo. Um choro que não conseguiu se manter no peito deixou a garganta de McGonagall reverberando pelo local.

- Ah, querida. - Disse Pomfrey pegando a mão da anciã. - Você o tinha em grande estima não é?

- Severus era como um filho para mim e eu só entendi isso após a guerra. Fiz o possível para recuperar o tempo perdido. Ele era meu amigo, Papoula, o escolhi para ser meu sucessor na escola. E agora está morto assim como Dumbledore. Parece que todos que gosto morrem e só eu fico.

Pomfrey soltou um lamento e apertou a mão de McGonagall que puxara um lenço do bolso e assoara o nariz.

A dor era latente, claramente sentida no ar, era possível pegá-la nos dedos e apertar. Estava ali, recém chegada, grande e maldosa espreitando a todos.

A dor já era uma grande conhecida de Draco e ele a aceitou dentro de si, Severus era um amigo, talvez o último que tinha e agora se fora. Ele tentou ajudá-lo, ainda que fosse por seus próprios motivos, oferecera ajuda em seu sexto ano e o salvara de se tornar um assassino, o ajudara a recuperar um pouco de vida ao prestar depoimento ao Ministério a seu favor e sabia que se precisasse ele estaria ali. Não havia palavras bonitas entre eles, mas um respeito mudo, trocado em olhares.

E por esse respeito, agora muito mais do que pelo dinheiro prometido, Draco faria o que o homem o pediu, marcaria Harry como seu para que o jovem pudesse seguir com sua vida miserável sem seu parceiro ideal. Seria uma vida triste, sabia disso, mas ainda assim cumpriria. Não naquele segundo, mas naquela noite. Precisava deixar Harry expurgar o luto do peito. Era o momento dele.

E por respeitar esse momento Draco se afastou indo para o outro lado da Arena onde Pansy Parkinson estava sentada, os olhos presos na cabeça de Zabini que fora lançada por Snape para perto de seus pés.

- Para quem será que você correrá agora? Não temos mais tantos bruxos sangues puros ricos como Zabini era. A maioria caiu com a queda do Lord das Trevas e o confisco de suas riquezas pelo Ministério. Será que vai finalmente baixar mais ainda seu nível e aceitar um mestiço rico, ou um "traidor do sangue" - Fez aspas com os dedos. - Igual os Weasley?

- Não caçoe de mim, Draco. Você também só pensa em dinheiro, sua alma é tão asquerosa quanto a minha. Ou vai me dizer que essa ideia que ouvi de você marcar o Potter é pela sua amizade com ele? - Debochou Pansy se levantando. - Me poupe do sermão.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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