Capítulo 16

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N/A - Quero muitos comentários hein.... nem demorei pra postar dessa vez.... 

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O carinho que recebia em seu rosto era delicado, confortável e trazia uma enorme sensação de pertencimento. Não queria abrir os olhos, estava gostoso dormir, ainda que a brisa estivesse fria e deixasse seu corpo arrepiado com o gelado que batia em sua pele.

- Está na hora de acordar.

A voz era doce e baixa, apenas um sussurro, mas forte o bastante para que abrisse os olhos e encarasse um céu estrelado com uma lua cheia e alaranjada. Tão linda como nunca vira.

Devagar ergueu o tronco se sentando no que parecia ser uma praia, a areia fazia cócegas em seus pés descalços e sujava suas mãos que fecharam-se pegando um punhado e então deixando escorrer por seus dedos caindo em um montinho ao lado de seu corpo. Piscou devagar sem compreender onde estava e nem porque estava naquele local. Fora a praia uma única vez há muitos anos, tantos que quase não se lembrava.

- Você veio a essa praia com sua mãe quando era criança. - A voz o assustou o fazendo se erguer rapidamente olhando para trás e encontrando ali uma senhora de cabelos brancos como neve, a pele alva brilhando ao luar e os olhos roxos e brilhantes. Era bela, ainda que as rugas em seu rosto denunciassem uma idade avançada. - Foi um lindo dia. Tobias ficaria dois dias fora de casa devido o trabalho e Eileen aproveitou para trazê-lo aqui. Você brincou tanto na água. - Comentou abrindo um sorriso bonito. - Ela ficou apenas o olhando, observando sua felicidade, você quase nunca sorria.

- Não havia motivos para sorrir.

- E ela sabia. Eileen gostou muito de ver você sendo apenas o que era, uma criança. Você riu, jogou água nela, correu pelas areias e desejou que aquele dia não acabasse nunca.

- Mas acabou da mesma forma como sempre acabava, Thobias voltou antes e estava nos aguardando em casa. Pensei que mataria minha mãe de tanto bater nela aquela noite.

- Você foi muito forte, Severus.

- Mas não consegui salvá-la das garras dele.

- Você tinha 7 anos.

- Não é desculpa. - Disse Snape sentindo o cheiro do mar e se lembrando de cada momento pequeno de felicidade que passou com sua mãe naquele lugar. - Como sabe de tudo isso? Quem é você?

- Eu sempre sei tudo de todos em todo lugar. É minha função. Por que perguntou quem eu sou, se já sabe a resposta? Você sabia antes mesmo de vir para cá.

- Pensei que a morte fosse mais feia.

- Eu não sou feia ou dolorosa para aqueles que me aceitam. Todos pensam que sou horrenda, o bicho papão que espreita embaixo da cama ou dentro de um armário, eles querem que eu seja isso para que possam me temer e viver mais.

- Eu não a temo.

- Eu sei. Você me chama há muito tempo.

- E você nunca aceitou meus chamados.

- Porque não era sua hora.

- E agora é?

- Depende. - Disse a morte caminhando até seu lado e olhando para o horizonte na água que quebrava em ondas na beirada, sua água chegando a molhar os pés do homem. - Você precisa me aceitar sem ter nenhuma ressalva, só assim poderei te guiar para o destino certo da sua alma.

- Eu te aceito.

- Não aceita não, não como antes. - A morte se aproximou erguendo a mão e tocando em sua bochecha. O toque era quente e confortável, sentiu vontade de fechar os olhos. - Não sou eu que vou escolher o seu caminho, eu apenas o guiarei para onde desejar ir. Você precisará escolher.

Seu olhar AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora