Capítulo 5
"Não o Potter" essa frase povoou sua mente por horas a fio após o jovem ter ido embora. Aquilo não podia estar acontecendo. Por anos e anos inibira seus genes, pois sabia que não encontraria sua outra parte, nem mesmo ele queria encontrar uma vez que dera todo seu amor única e exclusivamente para Lilian Evans que era comum, sem nenhum gene ômega. Por toda sua vida as pessoas não demonstravam interesse em si, não havia alguém que quisesse sequer se aproximar, quanto mais tocá-lo, beijá-lo, deitar-se com ele e ter consigo uma ligação tão profunda. Desistira dessa possibilidade há tempos.
Mas agora, quando após tantas horas ainda conseguia sentir o cheiro dele, sabia que seus destinos estavam ligados por muito mais que uma aula. A imagem de Harry pipocava em sua mente a cada segundo e seu corpo respondia com uma extrema vontade de se levantar e ir atrás dele arrancando-o das mãos de Zabini.
A magia que desprendeu de seu corpo ao se lembrar de como o grifinório era tratado por seu Alfa era intensa e fez tremular as chamas dos archotes nas paredes, as sombras pareciam vivas e grotescas guiadas pela raiva que sentia. Sua mão abria e fechava em punho deixando marcas brancas onde a pele se esticava nos nós dos dedos, havia uma coceira incomoda que parecia arder em sua palma como se desejasse esmagar alguma coisa, talvez algum pescoço.
Entre tantas pessoas no mundo bruxo, por que justo Harry Potter tinha que lhe atrair dessa forma? Se fosse uma atração normal que surgira por ele ter se tornado um adulto de certa forma atraente poderia aceitar, afinal, não era de ferro e seu corpo pedia para saciar suas necessidades que até aquele momento apenas sua mão era suficiente. Mas era algo muito mais profundo. Sentia seu sangue, suas veias, sua magia, seus pensamentos chamarem por ele e a cada minuto que se passava essa vontade aumentava assim como os arrepios ao sequer pensar no menino.
Se fosse alguma outra pessoa seria tão fácil, poderia lidar com a situação, juntaria-se a ela de bom grado, uniria-se a sua magia, poderia até ser um dos estudantes da escola que aguardaria a maioridade chegar com paciência. Mas justo Harry Potter que já tinha um Alfa, o que significava ter que matá-lo da forma mais brutal possível, com suas próprias mãos.
Snape jamais matara alguém dessa forma, aqueles que sua varinha ceifara a vida fora por obrigação por sua posição de espião e apenas porque não podia evitar. Mas jamais fizera a morte vir carregar uma alma tirada de sua própria mão.
Faria isso por Harry Potter?
Ainda carregando dúvidas em sua mente e se lembrando do perfume do menino Snape seguiu os outros três dias com um sentimento inquieto sem saber que Harry também trazia em seus pensamentos dúvidas talvez até maiores que as dele.
O grifinório se olhava no espelho após o banho, mas na real não via sua imagem, seus olhos estavam perdidos nas imagens confusas dos sonhos que andara tendo nos últimos dois dias. Sonhos carregados de vultos escuros e cabelos negros. Sonhos que o deixavam sem fôlego quase podendo sentir ao acordar o toque macio e delicado dos dedos compridos e pálidos em seu rosto.
No fundo sabia o que aqueles sonhos significavam, pois antes deles já haviam pensamentos assim, confusos, estranhos, interessantes e recheados da imagem do mestre de poções.
Quando o vapor do banheiro se dissipou e o frio arrepiou sua pele, Harry pegou o roupão cobrindo o corpo e os hematomas que Zabini deixara com a selvageria que vinha tendo na cama ao possuí-lo parecendo querer marcá-lo cada dia mais, pelo menos seu rosto não apresentava machucados, a pomada que Snape dera ajudou bastante, mas não poderia usar no restante do corpo, Zabini odiaria não ver sua pele marcada e faria pior, nem a pomada de Snape ajudaria.
"Snape, justo Snape" pensou Harry ao voltar ao quarto e ver Zabini ocupando quase a cama inteira com seu corpo nú, roncava completamente satisfeito depois de exigir seu momento de prazer. O grifinório o observou por alguns segundos e quando não suportou mais olhá-lo se dirigiu ao segundo quarto da casa, o aposento que usava para ficar sozinho. Ao se deitar na cama e encarar o teto sem realmente o ver levou a mão ao peito sentindo a batida ritmada de seu coração. Um coração que poderia estar parado, estilhaçado se não fosse a intervenção de Snape.
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Seu olhar Alfa
RomanceSnape sempre reprimiu seu gene Alfa, certo de que nunca encontraria seu Ômega. No entanto um jantar lhe coloca diante de um jovem ômega que atiça seus instintos mais profundos, mas tal ômega já tem um dono. Seria Snape capaz de fazer de tudo pelo pa...