Capítulo 8
Os dias passavam devagar e para Harry aquilo era perfeito. O jovem aproveitou cada segundo que estava em Hogwarts para se curar de todos os danos que sofrera por tanto tempo. As amarras que Zabini colocava em si tornando-o um submisso eram difíceis de serem retiradas, mas Snape tinha paciência consigo e toda vez que o via de cabeça baixa ou sem responder alguém de forma autêntica ele o ajudava a se lembrar quem era. As vezes de uma forma bem sutil como seu dedo erguendo sua cabeça ou em suas costas apoiando para que falasse ao invés de se calar. Mas em outras foi preciso que o mestre de poções fosse mais incisivo.
- Pelo amor de Merlin, você é Harry Potter. - Disse Snape uma vez quando Harry ouviu sonserinos o destratarem e baixou a cabeça para aqueles adolescentes. O professor dispensou os alunos com desconto de pontos para sua própria casa devido à má educação de ambos e com ameaça de detenção se isso se repetisse, então levou Harry para o quarto do jovem. - Aqueles adolescentes acéfalos deveriam se ajoelhar aos seus pés e idolatrá-lo, pois mesmo sendo filhos de comensais eles não tem ideia do perigo que passavam quando o Lord estava no poder. Um deslize, um passo no caminho errado e o Lord não perdoava ninguém. Um cruciatus de um comensal não se compara em nada com o poder que o Lord infringia nesse feitiço e ouvir a risada dele enquanto você se contorce com a pior dor já sentida é como uma passagem para o inferno. – Harry sentiu o peso daquelas palavras e mais ainda a verdade deles indicando claramente que Snape já passara por isso. - Eles tem que agradecer por você ter enfrentado e derrotado o Lord das Trevas livrando esse mundo de seu poder. Você fez isso Potter, precisa se lembrar desse fato. Você não é o que Zabini fez de você. Você é poderoso, é intenso, é atrevido, prepotente, corajoso, arrogante e até mesmo insolente. Esse é você, impulsivo fazendo as coisas pelo simples fato de não conseguir ficar parado vendo algo errado acontecer, você age, você fala o que pensa sem filtrar, sem se segurar. Lembre-se de quem você é aqui. - Apontou para seu coração. - Nunca mais baixe sua cabeça para ninguém.
- Nem para você? - Perguntou Harry na ocasião, os olhos marejados de emoção pelo que ouvia.
- Muito menos para mim, nunca baixe sua cabeça para mim. Você não é meu servo, você é meu ômega, eu que devo te servir, te proteger, te seguir. É a minha cabeça que deve baixar perante você e não o contrário. Lembre-se sempre que você é Harry Potter o garoto que sobreviveu, algumas vezes diga-se de passagem.
A risada que Harry soltou fora tão gostosa, tão sincera e intensa que Snape queria se juntar a ele e rir de sua própria piada, mas diferente do menino ele não sabia rir, ficou apenas admirando o jovem e amando ouvir aqueles sons.
O beijo que se seguiu a risada fora profundo como muitos outros quando ficavam sozinhos naquele quarto, mas não passavam disso. Snape respeitava seus limites e por vezes quando aparecia após o dia de aulas o professor apenas se sentava em uma das poltronas e ouvia Harry contar de forma alegre sobre seu dia passeando por Hogwarts, ajudando Hagrid com algum bicho estranho e fazendo feitiços em alguma sala vazia para fortalecer sua magia. Então o jovem saia de sua poltrona e se sentava em seu colo abraçando-o, sentindo o poder de estarem perto se tocando. Os beijos, todos iniciados apenas quando Harry desejava, eram calmos, um bailar de línguas em meio a melodia de seus corações. O jovem amava a forma dos lábios finos do seu Alfa e como se sentia bem e seguro nos braços dele. Seguro o suficiente para aos poucos ir se soltando atrevidamente. Uma mordida de lábio aqui, um lamber de lóbulo ali e Snape muitas vezes teve que parar para respirar, as mãos tremendo de vontades, o peito arfando.
- Harry.
Seu nome pronunciado naquela voz sedosa e baixa era delicioso de ouvir e Harry sabia que quando o professor falava daquela forma era porque ele estava em seu limite, um limite que dava para sentir duro em seu quadril. Mas ainda não estava pronto para passar daquela linha, por isso quando ouvia seu nome Harry respirava fundo e encarava os olhos negros enquanto passava a mão nos cabelos lisos e compridos do Alfa sentindo como a conexão entre eles se fortalecia. Snape sempre ficava em seu quarto até que o sono estava presente e só ia embora após deixá-lo confortável embaixo das cobertas.
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Seu olhar Alfa
RomanceSnape sempre reprimiu seu gene Alfa, certo de que nunca encontraria seu Ômega. No entanto um jantar lhe coloca diante de um jovem ômega que atiça seus instintos mais profundos, mas tal ômega já tem um dono. Seria Snape capaz de fazer de tudo pelo pa...