Capítulo 4
Ao desaparatar diante da casa Harry quis imediatamente voltar. Ela era linda, grande com três andares, arquitetura impecável de deixar as outras casas mais próximas com inveja. Trazia em seus mínimos detalhes a riqueza da família Zabini, que não era tão grande quanto a dos Malfoy, mas tinha igual prestígio perante boa parte da comunidade bruxa. Entretanto, não adiantava a casa ser linda e perfeita, pois para Harry ali era nada mais nada menos que uma prisão, um local vazio e sem vida onde era obrigado a estar. Jamais poderia chamar aquilo de lar como Hogwarts ou a Toca. Ah que saudades sentia da Toca, da casa pequena, amontoada e cheia de tralhas, mas que continha o calor amoroso da senhora Weasley e as alegrias de seus muitos filhos subindo e descendo as escadas tortas, se trombando por aqui e ali, além da imensa curiosidade inocente do senhor Weasley perguntando sobre os artefatos trouxas e se encantando com os detalhes mais simplórios que pudesse contar de sua vida com os trouxas.
Aquela casa não era a Toca. Nunca poderia ser.
Era grande demais, arrumada demais, vazia demais.
Sabendo que não poderia ficar mais tempo do lado de fora apenas pensando em como não queria entrar naquele lugar, Harry adiantou-se e abriu a porta da frente adentrando a uma bela sala de estar com uma lareira acesa e quentinha cujo o fogo esquentava Blásio devidamente sentado em sua poltrona marrom com o jornal do Profeta Diário em mãos. Ele poderia ser o homem perfeito se quisesse, era bonito com feições finas e longas, um corpo musculoso que brilhava quando a luz batia em sua pele negra. Ele poderia, se quisesse, mas Blásio escolhia ser desprezível e Harry precisava engolir.
- E então, como foi? – Perguntou Zabini fechando o jornal e olhando para Harry que franziu a testa com a pergunta. Zabini não era de falar consigo, normalmente o deixava quieto em seu quarto até querer algo de si. Aquela pergunta tinha uma razão de ter sido feita, Zabini estava desconfiado de algo.
- Era uma aula com Snape, não foi agradável. – Respondeu revirando os olhos.
- O que fizeram?
- Ele me mandou ler alguns livros chatos sobre magia e feitiços antigos.
- Só isso?
Harry olhou atentamente para Zabini e pensou em dizer a verdade já que ele acabaria descobrindo, mas por um momento se lembrou das palavras que Snape lhe dissera sobre a ligação por meio da dominação e preferiu tentar uma meia verdade. Se não desse certo tudo que aconteceria consigo não seria muito diferente do que já acontece.
- Ele me insultou quando não consegui lançar um feitiço decente.
- Ah! – Exclamou o sonserino se levantando e aproximando-se de Harry. – Snape sempre foi um homem sagaz.
E então sem esperar Harry se sentiu prensado contra a parede, segurado pelas mãos firmes e fortes de Blásio em seus braços o imobilizando.
- O que está fazendo? – Perguntou Harry ao sentir o nariz de Zabini afundar em seu pescoço.
- Snape é um traidor. O único motivo de deixá-lo ter essas aulas com ele é devido a ajuda que ele dera a mim no Ministério para que não fosse preso em Azkaban junto com os seguidores do Lord das Trevas. Assim como ele se sente em dívida com você, eu me sinto com ele. Então dessa forma eu quito minha dívida com e ainda saiu vangloriado caso você consiga enfim ter glória em alguma coisa, o que acho que não acontecerá.
Enquanto explicava o motivo de atacar Harry daquela forma, Blásio cheirava cada canto de Harry, seu pescoço, sua nuca, seus braços, suas costas e pernas. Chegou até mesmo a enfiar o nariz na virilha do outro.
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Seu olhar Alfa
RomanceSnape sempre reprimiu seu gene Alfa, certo de que nunca encontraria seu Ômega. No entanto um jantar lhe coloca diante de um jovem ômega que atiça seus instintos mais profundos, mas tal ômega já tem um dono. Seria Snape capaz de fazer de tudo pelo pa...