Parte 37 - Revelação

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O casal chegou bem no momento em que as crianças desfrutavam da sobremesa e que Madara terminava de falar com Hashirama ao telefone. Shisui dava de mamar para Lilly na varanda e acenou para o casal, que acenou de volta. Naruto checou se os seus filhos comeram salada e vegetais e Sasuke foi saber se Shisui já havia almoçado. Com o fim da mamada de Lilly e do almoço das crianças, os quatro foram postos na sala de estar em frente para brincar com a bebê enquanto os adultos comem.

Hana ficou no sofá, de máscara e coberta, jogando uma bola para o irmão, que era jogada para Lilly e depois para os outros. A menina gargalhava todas as vezes que a bola com chocalhos passava por cima da sua cabeça. Não é um brinquedo com partes que machucam. É bem macio, apropriado para a idade dela, então estava tudo bem desde que ninguém usava força na brincadeira.

-É só enquanto almoçamos. - Itachi avisou. Haru assentiu. - Obrigado por ser um ótimo irmão mais velho. - bagunçou os cabelos dele.

-Posso jogar videogame depois?

-Duas horas agora ou duas horas à noite, você é quem sabe. - Shisui disse da mesa. Itachi apenas concordou. O menino ficou muito pensativo, sem saber o que escolher.

-Você me diz depois do almoço.

-Ok.

Itachi voltou para a cozinha.

Sasuke percebeu que Naruto estava mais próximo de Madara e até arrancava alguns sorrisos dele com certos comentários. Está em bons termos com o seu pai. Além de ser um ótimo vendedor e um amigo formidável para a família, ele se tornou um companheiro amoroso e parece que, enfim, Madara percebeu tudo isso. Sasuke sente que por este caminho, imaginar a si mesmo casado com Naruto e sendo oficialmente pai de Menma e Natto não é um sonho distante.

Por hora, no entanto, guardará para si seus próprios pensamentos.

Obito acabou de chegar de mãos dadas com Kakashi e com Kisame logo atrás.

Shisui e Itachi foram cumprimentar o namorado.

O almoço foi regado com bastante conversa, mas Sasuke permaneceu em silêncio observando cada um naquela mesa e imaginando que, no futuro, talvez daqui 10 anos, eles possam estar assim, talvez numa mesa maior para caber seus filhos adolescentes e adultos e os pares deles, se tiverem.

Será que é pedir muito? Sempre pensou, quando era criança, que caso se comportasse bem, se fosse um bom menino, conseguiria realizar os seus sonhos. Por mais que esteja perto dos 28 anos, no fundo, bem lá dentro, onde sua criança interior que brinca no pula-pula do Habib's habita, ainda acredita que caso se comporte bem, caso seja um bom homem, tocará os seus sonhos. Abraçará os seus sonhos. Sasuke respirou fundo ao terminar o seu prato e o levar para a pia.

Paciência e controle, é tudo o que precisa para chegar lá, por mais que sinta tanta necessidade, tanto desejo, tanta gana de ter o que mais anseia que sente que pode esmagar as coisas entre suas mãos com o menor aperto; parece tão difícil, tão pesado, mas Sasuke está preparado.

Pode esperar 50 anos só com toda a energia que recebeu durante a conversa daquela manhã.

Tem que ir ao seu cardiologista naquela semana, depois de tomar sua medicação intravenosa. Sasuke foi até o armário que fica sobre a geladeira e tirou de lá a caixa de remédios. Lá dentro fica o recipiente com os seus medicamentos diários. Ele sempre deixa um na cozinha, um no seu armário da oficina e outro no banheiro do quarto do seu pai, onde costumava cochilar antes de receber permissão de cochilar na casa de Naruto. Tomou os comprimidos e esperou encostado na geladeira.

-Sai daí, quero pegar a sobremesa. - Obito demandou ao encostar no primo. A vantagem de ser mais alto é que dá para usar de escora. Virou para Naruto. - Oh, não deixa eu pegar a sobremesa.

Canil dos UchihasOnde histórias criam vida. Descubra agora