Parte 44 - Estresse

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Era a terceira vez que aferia sua pressão naquela quarta-feira e ainda são dez da manhã. 15x9. Não pode tomar o remédio para pressão de novo ou acabará se envenenando. Sasuke massageou a testa, vestiu suas luvas e retomou o trabalho de desamassar um carro de luxo que só Deus sabe como virou uma caixa de fósforo e o dono está vivo.

Só dormiu cinco horas nas últimas duas semanas e hoje é o pior dia para se estar vivo. Desde que acordou, está suprimindo suas lágrimas e os seus sentimentos. Ele só quer se afastar de tudo, mas não pode. A Amaterasu está com pouco pessoal por conta das férias e muita demanda. Sasuke tem trabalhado por três mecânicos na última semana e sente que a qualquer momento vai pifar. Nem ele tem um coração de ferro e a cada hora, sua pressão aumenta e junto dela, a dor de cabeça, o sinal óbvio de que seu limite está bem aí.

Enfim conseguiu desamassar, então avisou ao colega que vai dar uma pausa de quinze minutos para tomar água e esfriar o rosto. Até respirar é difícil no seu estado de nervos, de tudo que é possível acumulado. E para piorar tudo, não tem visto o amor da sua vida com a frequência de que precisa. Desde que Naruto recebeu aquelas mensagens com ameaças de morte de números desconhecidos, ele tem andado distante e sério demais.

Não transam desde novembro.

Não saem em família desde novembro, mas é compreensível porque os meninos estavam numa correria danada.

E agora, faltando quatro dias para o seu cio, seus hormônios estão cobrando um preço alto pela ausência da intimidade.

Sasuke entrou no banheiro masculino depois de tomar um copo de água gelada. Lavou o rosto na água corrente e arfou longamente. Naruto prometeu passar o seu cio consigo, então ele tem que ter paciência.

Encostou na pia e suspirou.

-Aguenta, cara. Só mais um pouco e o dia acaba. - mal terminou de falar e a porta abriu. É Naruto. Sasuke sorriu para a coincidência. O loiro, ao ver o seu alfa, foi direto a ele para abraçá-lo e beijá-lo. - Meu príncipe. - sussurrou aliviado.

Aspirou o cheiro.

A dor de cabeça reduziu quase pela metade.

-Oi, amor. - tocou-o no rosto. Está quente e vermelho. - A pressão não baixou? - ele negou com desgosto. - Não pode trabalhar assim. - tirou o seu lenço do terno, molhou na pia e colocou contra a testa dele. Sasuke arfou.

-Eu preciso. Tem muita coisa para fazer. - quase revirou os olhos de alívio.

Naruto pensou um pouco e teve uma ideia.

-Vem comigo. - segurou a mão dele e levou direto para a sala de Kakashi. Bateu porque viu a placa de não perturbe. Ele perguntou quem era. - Sou eu.

Um minuto depois, o beta abriu e deixou o casal entrar.

Obito estava lá dentro, para a surpresa de ambos. Naruto olhou de um para o outro e sorriu porque sabia o motivo. Kakashi é um dos poucos que tem uma sala privada porque faz o próprio horário, como parte do acordo com Madara. E é uma concessão ao sobrinho policial que raramente pede alguma coisa.

-Posso ficar aqui uns minutos, Kakashi?

-É que... eu e Obito estávamos... ocupados.

Sasuke demorou a entender.

-Vamos, Naruto.

-Não. Calma. - afagou o braço dele. - Vocês dois estavam...? - Kakashi negou.

-É a outra... coisa.

-Ah. - Naruto chegou pertinho do amigo para sussurrar. - Preciso de uns minutinhos. Eu vou... Você sabe.

-É que eu combinei com Obito antes e eu não posso fazer desfeita.

Canil dos UchihasOnde histórias criam vida. Descubra agora