Capítulo 15. - O mestre ventríloquo e seu fantoche

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Passar tempo com meu irmão era extremamente tedioso. Com esse homem poderia ser rei? Sua personalidade era maçante, só falava de si mesmo, aproveitava qualquer oportunidade e contava as histórias sobre seus feitos. Duvidava que tinham ocorrido. A pior parte é que não podia dizer nada ofensivo ou de caráter a humilhar sua personalidade. Qualquer sentimento de raiva ou repulsa simplesmente não se mantinham por mais de cinco segundos. Meu irmão era incrível e isso se mantinha no meu sorriso enquanto o ouvia tagarelar sobre sua caçada magnífica que conseguiu encurralar um alce. Matou de tédio contando suas anedotas? Não, não podia pensar assim. Que guerreiro voraz. Meu deus, como estava cansado de me submeter a esses devaneios e nem conseguir estar irritado o suficiente.

Fazia duas semanas que estávamos naquela área do castelo. Recebia visitas constantes de Theodor e sabia que estava investigando como o rei fez para subjugar meus pensamentos. Alexander não tinha permissão de chegar próximo de mim, o próprio rei deixou evidente em documento oficial que o alfa estava proibido de estar até 20 metros de distância de mim. Exagero, suponho.

Foi difícil conviver com William e seu conselheiro, Felder. Era óbvio quem comandava o reino e não era meu irmão falador e mimado. O alfa não tinha capacidade de gerir nem os servos do castelo, quanto mais um país inteiro. Felder estava no poder e fazia a maior parte administrativa e ainda cuidava para que o rei não fizesse algum absurdo. Puxando as cordas do seu boneco, era um ventríloquo e Will, seu lindo e obediente fantoche. Chegava a ser engraçado, não é?

Mas, não tinha o poder do deboche, então precisava assistir aquelas interações tão inconvenientes. Apesar de William ser um adulto, agia como um maldito infantil. E duas semanas de tortura ao seu lado me fizeram perceber que estar ao ali só podia ser influência de alguma magia e algo externo, mas nunca podia pensar profundamente sobre minha condição. Quando tentava ir além da superfície, voltava a achar William a pessoa mais incrível de se estar junto e adorava ouvir suas histórias patéticas.

- Você está prestando atenção? É um assunto sério, Albertin. - Wiliam dizia com raiva e superioridade.

- Sim. - Digo automaticamente, mas não demorou a começar a vomitar. O enjôo foi tão difícil de conter que sujei o chão completamente. E senti uma tontura tão forte que o alfa teve que me segurar antes de cair ao chão. Ficou desesperado e com nojo. Mais repulsa que preocupação.

Encarou a situação como uma afronta e iria me repreender se os guardas não se aproximassem e pedissem um médico imediatamente. Me levaram até o quarto. Não era envenenamento, saberia se fosse.

- Você é um incompetente, não consegue nem ser um bom ouvinte. - Meu irmão andava de um lado ao outro de forma perturbadora.

- Me desculpa... - Digo ainda tonto e enjoado. Queria tanto mandar ele ir comer merda de cavalo. Não, não... Tudo bem, a culpa era minha por passar mal em nosso momento agradável em um lindo café da manhã, no pátio ensolarado. Morrer é uma opção?

- Claro que tem que se desculpar. -William suspirou decepcionado.

O médico e Felder entraram no quarto. O homem robusto com seu equipamento medicinal não demorou a começar a me analisar enquanto me entrega uma porção que me ajudaria com o enjôo. E agradeci muito por não sentir vontade continua de vomitar.

- Vossa alteza está grávido de 4 semanas. - O médico dizia de maneira clínica e seria.

Foi um choque real a todos que estavam presentes. Podia sentir um alarme soar no meu cérebro que estava sendo calado pelo feitiço.

- Você pode omitir a quantidade de semanas? Tenho certeza que um baú com jóias e um centro inteiro sobre seu controle podem resolver esse problema. - Felder sorri de forma maliciosa. O homem realmente era um articulador e sabia que seria mais proveitoso ter o consentimento de um médico renomado do palácio.

Piratas E Castelos - a honra Rebelde Onde histórias criam vida. Descubra agora