Capítulo 4. - Destino? Eu riu na cara do destino.

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As mãos fortes pressionam meus braços. Tentava me concentrar, mas havia um zumbido estranho decorrente da bebida alcoólica que não consigo ignorar. Aquele homem notoriamente, além de soldado, é um nobre. As suas vestes eram muito melhores, havia um símbolo diferente e carregava consigo um anel de sinete da sua família. Sua pele era negra como a noite, os olhos claros cor de mel brilhantes, além dos cabelos castanhos amarrados em um coque no topo da cabeça. Os lábios carnudos e provocativos. Só conseguia sentir um cheiro doce e amadeirado que me fez quase derreter pelo toque repentino. Era alto e forte, queixo mais quadrado e uma dentição perfeita. A voz que dizia palavras incongruentes (na minha cabeça) era tão perfeita. Estava derretendo no corpo do homem mesmo sabendo que podia acordar na cadeia.

Nunca senti tanta sintonia na presença de um alfa como estava sentindo naquele momento. Era como se pequenas fagulhas saíssem das pontas dos dedos que arrastam na minha pele, deixando a área formigando e nem estava sendo tocado diretamente por causa do tecido da roupa.
Acho que minha mente estava flutuando, porque as palavras do alfa não chegavam a ser compreendidas pelo meu cérebro. Notando que não estava respondendo, o homem olhou ao redor. Segurou meu pulso e me puxou em alguma direção que segui. Meus instintos diziam que não deveria. Pra que instintos se você tinha enchido o cu de álcool?

Podia me defender facilmente. Sacar a espada e cortar sua mão, mas, estava curioso. Além disso, não sabia se era efeito do álcool, mas tinha a total chance daquele cara ser meu companheiro destinado. Achei que era uma bobice que alguns comentavam sobre. É tão raro que quase nunca acontece. E de repente estava sentindo tantas emoções de uma vez. Parece que minha vida tinha virado o poema de um menestrel.

Entramos por trás de uma casa bem bonita. Não estava entendendo nada.
- Vamos fazer amor? - Perguntei em devaneio. Não obtive uma resposta. Nunca havia entrado em uma mansão tão bonita.

Não havia pessoas nas ruas naquele horário, e o local que estávamos era obviamente mais restrito. O alfa sabia para onde ir e me guiou por trás evitando qualquer funcionário ou guarda. Entramos pela cozinha passando por um corredor. Sem muito cuidado, subimos a escadaria e assim que chegamos em uma espécie de lavabo. O homem pegou um balde d'água e atirou na minha direção. Acabei me assustando e quase caindo no chão. As roupas belas que havia comprado estavam arruinadas.

- Que porra você tá fazendo? - Ainda estava sob efeito do álcool, mas o homem parecia satisfeito.

- Você finalmente parece estar conseguindo me ouvir. - Disse. Porém, segurou meu braço e começou a ver as tatuagens. Minha roupa branca estava transparente mostrando minhas pinturas corporais. - Oh, céus, isso é de verdade? Como você maculou seu corpo assim?

Puxei meu braço de volta e fui empurrando o alfa enquanto saia do lavatório. Encarei ao redor e era um belo quarto.
- Vamos transar? - Perguntei levemente eufórico. Queria tanto aproveitar a nossa compatibilidade.

Aquele quarto era muito bonito. Austero. Grande. A cama que chamava mais a minha atenção, lençóis cheirosos e limpos, a janela enorme que estava coberta por uma cortina dava para uma sacada. Alguns livros nas prateleiras, um tapete que cobria quase todo o quarto. Sem dúvida a casa de um nobre.

- Não, claro que não. - O homem diz com a voz retumbante. - Você é o Albertin, tenho certeza disso. Mas, você deveria estar morto.

- Desculpa decepcionar você por estar vivo. - Vou caminhando pelo cômodo de maneira bem curiosa. Tinha uma porta que mostrava um enorme guarda roupa. Várias vestimentas para ocasiões variadas com cores predominantes em preto. Além do brasão da família com o desenho de um tigre.
- E não tenho ideia de quem é Albertin.

-... Você está uns anos mais velho, mas tenho certeza, não poderia esquecer seu rosto nem em um milhão de anos. - Aquele homem se aproximou, segurou meus dreads e ergueu, expondo minha nuca. - E os três lunares estão aqui.

Piratas E Castelos - a honra Rebelde Onde histórias criam vida. Descubra agora