Capítulo 14

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OLHA QUEM VOOOLTOOU
obs: depois de muitos xingamentos e ameaças
E depois de 2 anos







O tempo está fechado lá fora, acredito que não irá demorar muito até que uma forte chuva cubra as ruas de Reseda, o Dojo está mais lotado que o comum com a forte divulgação da confusão envolvendo Miguel a alguns dias no refeitório da escola.

Posso ver como o sensei Lawrence é firme em suas palavras e ordens, sem dar tempo para questionamentos ou reclamações de alunos e posso ver a esperança brilhar no olhar de cada adolescente com esperança de um futuro com menos bullying.

Acredito que Johnny Lawrence ainda não tenha notado, mas está quase em um projeto social com um monte de nerd fracassados que precisam fugir do bullying que ele mesmo praticava no passado.

Ontem meu irmão desistiu de estar aqui, para ele parece não compensar toda a humilhação que o sensei o fez sentir e sem conseguir um mínimo apoio quanto a conseguir um pouco mais de respeito ele passou por aquela porta sendo proibido de voltar.

Quando o sensei encerrou todos foram se trocar e pegar suas coisas, me levantei indo até ele.

— Sensei Lawrence — Chamei sua atenção entrando no improvisado escritório que fede a suor e cerveja — Apenas quero avisar que a primeira matéria sobre você e o que ensina já está disponível.

— E onde tá o jornal? Quero ver se a foto que tiramos ficou mesmo boa na primeira página.

Sorri com isso.

— Ninguém lê jornal — lembrei desbloqueando a tela do meu celular e o colocando sobre a mesa à sua frente.

A foto que tiramos consiste em alguma meninos caídos no chão enquanto o sensei derruba Miguel indicando ser mais forte que ele ou algo desse tipo.

Na manchete:

Ex aluno e agora Sensei, Johnny Lawrence, abre Dojo e conquista legião de adolescentes da região.

Deixei que ele lesse o restante, mas ele não se interessou em passar da segunda linha onde eu conto com detalhes que as portas foram abertas inicialmente para um único aluno.

— Pensei que fosse me descrever mais, só com o nome não é o suficiente, cadê tudo o que eu já ganhei?

Revirei os olhos pegando o telefone.

— Tento colocar na próxima.

— Não tem que tentar, tem que escrever mais sobre mim e como eu estive anos planejando isso.

— Você não planejou por anos.

— E quem se importa, as matrículas tão lotadas.

— Sim senhor — Não quis discutir, apenas peguei minhas coisas que deixo jogadas em um canto daquela sala e meu celular antes de deixá-lo só.

— Thais — Miguel me chamou assim que passei pela porta e os encontrei na rua — Vamos pra casa do Eli, Demitri vai encontrar a gente lá, quer vir?

Aisha estava ao seu lado vestindo uma camisa com o símbolo do cobra Kai.

Onde conseguiu algo personalizado tão rápido?

Só então comecei a reparar que todos eles tem algo com a cobra.

— É, pode ser — Concordei sem ter nada pra fazer começando a acompanhá-los pelas ruas — Só não vamos enrolar muito, vai chover.

Miguel passou um dos braços por meu ombro e sorriu olhando pro meu rosto.

— Medo de chuva?

Por que não estou achando ele lindo e trocando flertes?

Estou fraca ultimamente, que coisa.

Perdida em minha própria personalidade.

Ficamos o resto da tarde jogados na sala enorme de nosso amigo jogando vídeo game, bom eles jogaram, eu estava entediada.

— Tô indo embora — Avisei assim que a chuva parou.

— A gente vai pedir pizza pro jantar, deveria ficar — Aisha disse — Sem contar que a chuva pode voltar.

— Eu não sou de açúcar, por mais que seja um doce de pessoa — Sorri pra ela — E tenho que ensaiar pro musical, veio vocês depois. Demetri — O chamei, ele concentrado no jogo não desviou os olhos — Demetri cadê sua chave?

— Não peguei chave, achei que estivesse com a sua.

Revirei os olhos antes de deixar a casa, o céu começava a abrir para a entardecer dando espaço para um céu laranja muito bonito.

Caminhei tranquila pelas ruas, Eli não mora longe de minha casa.

Antes que pudesse chegar em meu destino, meu celular vibrou e lendo o nome marcado na tela meu coração também.

Abri a conversa no mesmo momento.

— Ainda te devo um sorvete com meu primeiro salário.

— Agora?

— Quer que eu te busque?

— E você dirige por acaso?

— Posso dar meu jeito.

Mordo os lábios pensativa, mas sem nada a perder e lhe enviei minha localização.

Por Você - Robby KeeneOnde histórias criam vida. Descubra agora