Capítulo 33

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— Se você está no meio de uma crise de ansiedade, use pelo menos uma tigela, ninguém quer comer sorvete com saliva — Demetri disse ao entrar na cozinha de casa onde eu tento me distrair dos meus pensamentos com sorvete.

— Não estou em crise.

— Ou só não percebeu que está.

Continuei a comer sem vontade de brigar com ele agora, olha que eu amo brigar com meu irmão.

— Acho que tô sentindo falta do meu pai — Confessei — É sempre difícil quando ele vai embora.

— É, aquele hippie faz falta — Demetri encheu um copo de água antes de se sentar na cadeira à minha frente.

— Parece que todas as decisões que eu tomo quando ele está por perto são mais fáceis de lidar, como se eu não pudesse errar quando meu pai está.

— Claro, ele sempre diz que você tá certa.

— Você entendeu o que eu quis dizer.

— Ele é sua família, seu sangue, é claro que tira o peso das suas responsabilidades.

— Vocês são a minha família.

— É, mas você não pode precisar de uma transfusão sanguínea, o que te impede de fazer qualquer coisa que te coloque em perigo.

— Eu morreria porque meu pai não chegaria a tempo e a minha família iria assistir.

— Qual decisão tem pesado seus pensamentos?

Meu irmão precisou se levantar para pegar uma colher e alcançar o pote de sorvete à nossa frente.

— Tenho medo de ter me precipitado com o Eli.

— Isso? Vocês dois se precipitaram, não tem química nenhuma, é só grude e melação pra recompensar todo o resto.

— Estou falando em relação ao compromisso e não ao envolvimento, eu amo o Eli, mas eu ainda estou conhecendo o falcão.

— Tem medo dele?

Neguei.

— Só dele continuar mudando.

— Vai terminar então?— Neguei — Ainda gosta do outro garoto?

— Não o vejo desde o campeonato, então acredito que não. Eu só quero que dê certo com o Eli, ele me faz rir e cuida de mim.

Demetri suspirou comendo o sorvete com uma cara não muito boa.

— Você é uma idiota, mas ainda é incrível então vai fazer dar certo. Você quer o Eli, falcão ou seja lá com qual nome ele irá acordar essa manhã tudo bem, vai dar certo.

— Obrigada por acreditar em mim.

— Não acredito, só estou falando o que você quer ouvir — Ele se levantou — Agora eu vou dormir.

— Também vou, fiquei de acompanhar a Aisha naquele brunch de gente rica — Fechei o pote de sorvete e joguei as colheres dentro da pia antes de guardar o pote de volta no freezer.

Demetri já começava a subir as escadas e eu precisei apressar meus passos já que ele apagava as luzes que via pelo caminho.

O relógio já marcava 04:35 da manhã quando me deitei em minha confortável cama, depois dos dias no acampamento tenho a valorizado como nunca.

Um colchão de ar é a mesma coisa que nada, principalmente se ele mucha durante a noite.

Às 07:50 meu despertador tocou me fazendo lamentar o compromisso que marquei para logo cedo.

Tomei um banho, coloquei um biquíni azul além de um short jeans e uma camisa de botão com alguns abertos.

— Bom dia — Desejei aos adultos que estavam tomando café quando cheguei à cozinha, recebi respostas dos dois.

— Caiu da cama?— Meu padrasto perguntou já servindo meu copo com suco ciente que é o que eu tomo pela manhã.

— Quase isso, disse pra Aisha que vou com ela em um brunch e me arrependo.

— Se vai em um brunch é melhor não comer muito — Ele aconselhou — Não tem nada melhor do que comida de brunch.

— E quando foi que você foi em um?— Sua mulher perguntou do outro lado da mesa me fazendo sorrir.

— Eu tive meus tempos de juventude ou vocês acham que eu já nasci assim?

— Admito que estou surpresa em saber disso — Falei tomando o suco com paciência, até ouvir a buzina do lado de fora e precisar virar todo o líquido bebendo em um gole — Estou indo — Avisei, mas antes de sair voltei para pegar um pãozinho — Agora sim eu vou.

Por Você - Robby KeeneOnde histórias criam vida. Descubra agora