— Se você está no meio de uma crise de ansiedade, use pelo menos uma tigela, ninguém quer comer sorvete com saliva — Demetri disse ao entrar na cozinha de casa onde eu tento me distrair dos meus pensamentos com sorvete.
— Não estou em crise.
— Ou só não percebeu que está.
Continuei a comer sem vontade de brigar com ele agora, olha que eu amo brigar com meu irmão.
— Acho que tô sentindo falta do meu pai — Confessei — É sempre difícil quando ele vai embora.
— É, aquele hippie faz falta — Demetri encheu um copo de água antes de se sentar na cadeira à minha frente.
— Parece que todas as decisões que eu tomo quando ele está por perto são mais fáceis de lidar, como se eu não pudesse errar quando meu pai está.
— Claro, ele sempre diz que você tá certa.
— Você entendeu o que eu quis dizer.
— Ele é sua família, seu sangue, é claro que tira o peso das suas responsabilidades.
— Vocês são a minha família.
— É, mas você não pode precisar de uma transfusão sanguínea, o que te impede de fazer qualquer coisa que te coloque em perigo.
— Eu morreria porque meu pai não chegaria a tempo e a minha família iria assistir.
— Qual decisão tem pesado seus pensamentos?
Meu irmão precisou se levantar para pegar uma colher e alcançar o pote de sorvete à nossa frente.
— Tenho medo de ter me precipitado com o Eli.
— Isso? Vocês dois se precipitaram, não tem química nenhuma, é só grude e melação pra recompensar todo o resto.
— Estou falando em relação ao compromisso e não ao envolvimento, eu amo o Eli, mas eu ainda estou conhecendo o falcão.
— Tem medo dele?
Neguei.
— Só dele continuar mudando.
— Vai terminar então?— Neguei — Ainda gosta do outro garoto?
— Não o vejo desde o campeonato, então acredito que não. Eu só quero que dê certo com o Eli, ele me faz rir e cuida de mim.
Demetri suspirou comendo o sorvete com uma cara não muito boa.
— Você é uma idiota, mas ainda é incrível então vai fazer dar certo. Você quer o Eli, falcão ou seja lá com qual nome ele irá acordar essa manhã tudo bem, vai dar certo.
— Obrigada por acreditar em mim.
— Não acredito, só estou falando o que você quer ouvir — Ele se levantou — Agora eu vou dormir.
— Também vou, fiquei de acompanhar a Aisha naquele brunch de gente rica — Fechei o pote de sorvete e joguei as colheres dentro da pia antes de guardar o pote de volta no freezer.
Demetri já começava a subir as escadas e eu precisei apressar meus passos já que ele apagava as luzes que via pelo caminho.
O relógio já marcava 04:35 da manhã quando me deitei em minha confortável cama, depois dos dias no acampamento tenho a valorizado como nunca.
Um colchão de ar é a mesma coisa que nada, principalmente se ele mucha durante a noite.
Às 07:50 meu despertador tocou me fazendo lamentar o compromisso que marquei para logo cedo.
Tomei um banho, coloquei um biquíni azul além de um short jeans e uma camisa de botão com alguns abertos.
— Bom dia — Desejei aos adultos que estavam tomando café quando cheguei à cozinha, recebi respostas dos dois.
— Caiu da cama?— Meu padrasto perguntou já servindo meu copo com suco ciente que é o que eu tomo pela manhã.
— Quase isso, disse pra Aisha que vou com ela em um brunch e me arrependo.
— Se vai em um brunch é melhor não comer muito — Ele aconselhou — Não tem nada melhor do que comida de brunch.
— E quando foi que você foi em um?— Sua mulher perguntou do outro lado da mesa me fazendo sorrir.
— Eu tive meus tempos de juventude ou vocês acham que eu já nasci assim?
— Admito que estou surpresa em saber disso — Falei tomando o suco com paciência, até ouvir a buzina do lado de fora e precisar virar todo o líquido bebendo em um gole — Estou indo — Avisei, mas antes de sair voltei para pegar um pãozinho — Agora sim eu vou.
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Por Você - Robby Keene
FanfictionThaís é problema, Robby Keene está muito longe de ser a solução.