Capítulo 30

678 72 4
                                    

— Tem certeza que não vão querer o repelente?— Demetri disse chacoalhando o vidro diante de nossos olhos.

— Já disse, repelente é pra mulherzinhas — Eli disse no segundo em que dei um tapa em meu próprio braço.

— É, pra mulherzinhas — Foi a vez de Eli acertar um tapa na própria perna.

— Tá legal — Meu irmão disse confortável à beira da fogueira.

— Eu trouxe um violão — Papai disse vindo do trailer — Mas a mãe de vocês disse que também deveríamos discutir assuntos importantes.

— Acho que a gente prefere um ataque de urso — Demetri disse.

— O que querem falar primeiro? Gravidez na adolescência, Drogas ou bullying?

— Oh, oh, oh, oh — Comecei estalando os dedos para mudar de assunto — All I can say is that my life is pretty plain — Meu pai ama essa música então logo puxou o violão para seu colo — I like watching the puddles gather rain.

— And all I can do — Continuou.

— Is just pour some tea for two — Cantamos juntos.

Vi os garotos se levantando para preparar alguns espetos de marshmallow e sorri quando Demetri se sentou ao meu lado estendendo um deles na minha direção.

Eli se sentou ao seu lado e eles trocaram sorrisos, o clima não está dos melhores entre eles nos últimos dias, então sorri mais notando que aquele não era o falcão.

Por mais que eu ame o falcão, eu amo o nosso Eli muito mais.

Estiquei meu braço levando o graveto até as chamas quentes na nossa frente.

— And it rips my life away, but it's a great escape — Eli cantou quando meu pai aprontou para ele mesmo sem parar de tocar e todos nós completamos com 'escape depois dele.

Eu sinto tanta falta de ter momentos assim sempre, de ter meu pai o tempo todo sendo incrível como só ele pode ser.

Meu sorriso cresceu olhando pra ele concentrado cantando sua música favorita com suas pessoas favoritas.

É difícil dizer quando tempo ficamos em volta daquela fogueira cantando uma música atrás da outra, logo a seguinte já foi mais animada o que nos fez cantar em coro como se estivéssemos de fato em um acampamento.

Por uma ou duas horas eu até esqueci dos mosquitos nos engolindo vivos.

Mas no dia seguinte as bolinhas vermelhas e a coceira me fizeram lembrar de cada um deles, mas não importava.

Não importou quando coloquei meu biquíni antes do sol nascer e nem quando subi nas costas de Demitre que nós jogou do pesqueiro.

Não importou quando jogamos água um no outro ou quando o Eli finalmente tirou o topete pra que não se molhasse.

Nada mais importava enquanto pousavamos pra uma foto tirada pelo meu pai enquanto estávamos na água, nada importava pra gente gravando um vídeo fingindo saber fazer churrasco ou quando o Demetri cismou que conseguiria pescar o jantar.

Papai mergulhou por de baixo do pesqueiro para colocar um peixe comprado no anzol de meu irmão, Eli e eu comemoramos como se ele de fato tivesse pescado.

Nada mais importava quando nos sentamos cansados, com a pele ardendo de sol e sorrisos tomados pela diversão à beira da fogueira na segunda noite.

E me sentia incrível.

Como se o pouco tempo com as pessoas que me amam nadando na beira de um rio pudessem recarregar as minhas energias.

Eu estava incrível, que sensação incrível de usar boné a noite e dançar em volta a fogueira.

— Já se arrependeu de ter vindo? — Perguntei a Eli empurrando meu corpo contra o dele por um segundo.

— Vou me arrepender quando os ursos aparecerem — Garantiu me fazendo rir.

— Com a música alta e a fogueira acesa, acho que não vai demorar muito — Continuei sorrindo — Senti sua falta.

— Como se eu sempre estive aqui?

— O falcão está, eu gosto mesmo é do Eli.

— Claro, um garoto inseguro que você tem na palma das suas mãos.

— Você também sempre me teve, só não quis.

Falcão encarou meus olhos, ele estava de volta.

— Talvez as coisas tenham mudado agora.

Engoli em seco.

Robby e Samantha estão juntos.

Ainda encarando ele respondi como responderia a alguns meses, como a Thais que eu sou sempre agiu em situações assim.

— Então deveria aproveitar essa nova oportunidade.

Falcão não exitou, seus lábios logo tocaram os meus e eu retribui o seu toque abrindo mais meus lábios.

Eu desejei isso por tanto tempo que agora, por mais que bom e totalmente satisfatório, não tinha um significado.

Nao se mete, Eli sempre foi o genro que eu escolhi — Ouvi papai dizer assim que nós afastamos, sei que o lutador também ouviu, mas fingimos que não sorrindo um pro outro.

Por Você - Robby KeeneOnde histórias criam vida. Descubra agora