Por Você - Robby Keene

Capítulo 42

A noite passou "voando" assim como o dia seguinte, onde Demetri e eu nos concentramos em jogar vídeo game em seu quarto ignorando qualquer forma de contato com o mundo.

Com as cortinas fechadas e o ar condicionado ligado, estávamos bem, presos em nosso próprio mundinho onde só o que precisamos é brigar entre nós e comer doces com muito açúcar.

— O seu telefone não para — Meu irmão disse — Acha que já perceberam a queda do site?

Levantei meus ombros despreocupada enquanto enchia minha mão de pipoca e a levava a boca.

— Não me importo, eu precisava fazer alguma coisa.

— Claro, excluir redes sociais, vandalismo e qual era a outra coisa?

— Beijar o filho do sensei — Lembrei em voz alta.

— Perto das outras, essa é a mais terrível e o Eli? Falcão ou seja lá qual o nome dele, vocês estavam juntos e agora isso? Ficar com meu melhor amigo, okay, eu não aceitei bem, mas trair ele? Isso é baixo até pra você.

— Eu não trai ninguém — Não dessa vez — Eu e o Eli conversamos, decidimos que somos muito melhores como amigos.

Demetri sorriu.

— Não imagina o quanto isso me deixa feliz, meu rosto até dói menos sorrindo agora.

— Pensei que soubesse sobre ele e a Moon — Demetri dessa vez foi quem alcançou a pipoca e passou a mastigar pacientemente — Preferiu trair sua irmão do que seu melhor amigo.

— Você ia partir o coração dele, o que eu podia fazer? E ele me contou que vocês terminaram antes de contar sobre a Moon, quem não me disse nada foi você.

— A gente podia ver um filme agora — Falei puxando mais o cobertor sobre meus ombros enquanto tentava mudar de assunto, meu celular voltou a tocar.

— A não ser que você tenha feito algo antes do término — Ele disse quase em um sussurro se esticando para alcançar o controle que estava jogado próximo aos travesseiros de sua cama.

O celular não parava.

Me levantei e andei até a mesinha de estudos próxima a janela, peguei o celular vendo o nome de Miguel marcando a tela.

Abri um pouco a cortina, do outro lado da rua ao lado do seu carro personalizado estava Johnny Lawrence e seu melhor aluno.

— Você trancou a porta, não trancou?— Perguntei a Demetri.

— Tranquei — Falou procurando por um filme enquanto eu me afastava voltando pra cama — Por que?

— Estão lá fora.

— Quem?

— Eu vi dois — Falei quase sussurrando — E agora?

— Você está mesmo perguntando pra mim? — Assenti — Agora a gente fica quieto e finge que não tem ninguém em casa, tranca a porta do quarto.

Foi o que eu fiz, tranquei a porta e coloquei minha cabeça sobre o travesseiro ainda enrolada em meu cobertor.

— Sua morte iria ser bem triste se as únicas mulheres que tiverem dormido na sua cama fossem eu, a mamãe e a sua avó, não iria?

— Se continuar fazendo piadas sobre isso, eu vou gritar que está aqui — Ameaçou quase em um sussurro — Na verdade, rolou um clima entre eu e a Yasmine aquele dia no lago.

— Não, não rolou.

— Você estava muito ocupada pra notar.

— No dia que Yasmine aceitar se envolver com você eu mesma me retiro dessa família, me recuso a ter que fazer qualquer coisa na presença daquela garota.

— Ela não pode ser de todo mal, ela é gata e mal — Demetri disse piscando algumas vezes com sono — Se invadirem a casa, não grite ao ser torturada.

— É meu irmão, me sacrifiquei por você, ao menos finja que vai fazer o mesmo por mim.

Me virei vendo um sorriso curto em seu rosto.

— Sou um péssimo mentiroso, não posso fingir.