Capítulo 16

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Eu não consigo desviar os olhos, estou totalmente presa, hipnotizada, fascinada.

Todo movimento que ele faz meus olhos o acompanham como imãs.

E ele não para de falar, fala sem parar.

O que está acontecendo?

Me aproximei um pouquinho de Demetri em busca de respostas, mas ele parecia tão preso quanto eu.

— Falcão — Ele se apresentou pra mais uma garota que flertou com ele no refeitório.

Fiz uma careta confusa, ele tá flertando com garotas aleatórias e falando sem nenhuma timidez?

Quanto tempo eu passei envolvida com o teatro e quantas mais coisas eu posso ter perdido?

— Se continuar me encarando assim vou começar a achar que flertava sério comigo — Ele disse trazendo sua atenção pra mim.

Quase apontei pra mim mesma pra ter certeza que ele estava falando mesmo comigo.

— Cala a boca — Falei sem saber mais o que dizer, foi a única coisa que pode escapar dos meus lábios.

— Desculpa desapontar você, gatinha, mas você não é bem o tipo que eu tenho pensado em me envolver.

— Acho que vou vomitar — Ouvi Demetri murmurar em um tom quase impossível de ser ouvido.

Quase disse que iria o acompanhar.

— E você agora é o que, um badboy? Um dos caras maus? Um libertino de cabelo maneiro?

— Eu posso ser o que você quiser que eu seja.

— Meus truques de flertes não funcionam comigo mesma, Eli.

— Falcão — Me corrigiu.

Estiquei minha mão pegando o sanduíche que ele mal tocou.

— Saúde — Desejei antes de morder o sanduíche — Acha que ele consegue?— Perguntei olhando Samantha e Miguel conversando não muito longe.

— Se ele tivesse mais atitude já teria conseguido — Por que ele ainda está falando?

— Cala a boca — Pedi novamente fazendo uma careta em sua direção antes de me levantar — Eu tenho que ir, ainda preciso atualizar o site antes de ir pro auditório.

— Você deveria cobrar, o Lawrence tá te fazendo de boba — Demetri disse enquanto eu recolhia minhas coisas.

— Na verdade eu tô fazendo um milagre com o site do cobra Kai, Miguel tá ocupado e o sensei é um velhote.

— Agora ele é seu sensei?— Meu irmão disse achando graça.

— Não vamos discutir isso agora, tenho um dia corrido.

— Não ganho um beijinho?— Eli fez biquinho enquanto me via passar por ele.

— Claro, faz uma transferência bancária e eu faço esse enorme esforço — Deixei claro passando por ele em direção a porta.

Realmente tive um dia cansativo, o site do cobra Kai tá cada dia mais acessado e gerando comentários que faço questão de responder convidando quem é a favor e contra para conhecer o Dojo.

Atoa porque quando as pessoas são a favor e vão visitar Johnny Lawrence os fazem mudar de ideia em minutos.

— Se você falar que tem 16 anos de novo, vou enfiar a sua cabeça na privada — O sensei parou o ensino para me ameaçar.

— Eu estou ensaiando, quero o papel da Liesel.

— E eu não tô nem aí.

— Que bom humor.

Sorri sentindo meu celular vibrar já sabendo quem é, Robby está me chamando pra dar uma volta.

— Tô indo embora cantar longe dos seus ouvidos de velho — Avisei ao sensei enquanto me levantava no chão para guardar o notebook no escritório — Tenta não matar ninguém enquanto não volto pra documentar.

Por Você - Robby KeeneOnde histórias criam vida. Descubra agora