Capítulo 8

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Sexta-feira, 26 de junho 2020


Minha tarde de compras com a Camila foi muito divertida. Achei que estaria mais desanimada por causa da minha partida, pelo contrário estou estranhamente feliz.

Estamos sentadas na praça de alimentação depois de uma tarde de compras no shopping e minha amiga inicia um interrogatório, que segurou a tarde toda para fazer.

— Vai me contar agora o porque você está sorrindo pras paredes desse jeito, ou vou ter que arrancar isso de você. Até parece que viu um passarinho azul ou seria um príncipe azul?

— Eu encontrei o estranho hoje.

— Estranho? Explica isso direito Violetta.

— O gato triste.

— O cara do bosque? — assinto — Está explicado essa sua cara de boba. Eu não disse que era do destino.

— Como destino? Cami, a gente se encontrou por acaso e nos despedimos. Se fosse destino eu ficaria. Se bem que...

— Ahhh, não me deixa curiosa. Me conta tudo do início e com clareza de detalhes e não me esconda nada.

— Tá bom, tá bom. 

— Eu trombei com ele essa manhã quando fui ver o sol da manhã bosque e ficamos ali conversando. Quando estava indo embora tive uma tontura e ele me levou numa cafeteria para tomar café com ele. E foi só isso.

Ela examinou meu rosto, para ver se estava escondendo algo, apesar do tempo que não convivemos, Cami sempre soube quando mentia ou inventava alguma coisa, e talvez a gente não tivesse mudado tanto assim. Eu não pretendia contar mais do que tinha ocorrido, queria que os acontecimentos do início do meu dia ficassem guardados só pra mim.

— Até bonitinho ele te levar para tomar café, mas eu sei que tem coisa ai Violetta, você não ficaria toda abobada só por essa história, sem emoção que você está contando. Pode desembuchar essa história toda, sei que está escondendo coisas, esqueceu a parte que quero detalhes.

— Ah... só quis dar uma resumida...

— Pelo jeito vou ter que pescar as coisas de você. Me diga então, teve contato físico? — diz mexendo as sobrancelhas, como se insinuava algo. 

— Eu toquei no ombro dele.

— Ah, isso não conta, você quer mesmo me torturar, né!? Eu sou uma pessoa ansiosa amiga, não faz isso comigo se não vai ter que pagar meu psicólogo, e não é barato, é o único que me suporta aqui em Buenos Aires. 

— Táaaaaaaaaa, ele me abraçou...

— Hum, agora sim estamos conversando, mas preciso de mais informação?

— A gente estava conversando sobre umas coisas e acabei chorando e ele me abraçou por um tempo, e ...

— Ai que fofo, hum e... então tem mais coisa! Pode ir soltando.

— Depois que fiquei tonta ele decidiu me carregar até a cafeteria.

— Amiga se eu fosse você agarrava esse gato e nunca mais largava, que romântico ele carregando pelo parque estilo noiva. 

— Maneira na fantasia Camila, foi muito menos, estava mais para cavalinho.

— Mas ainda assim dá pra tirar uma casquinha, ele é gostoso?

— Amiga sua pevertida, vou fazer de conta que não ouvi. Se ficar quietinha e não me interromper vou contar TUDO. Até parte que não pretendia te falar.

Fly on, VoeOnde histórias criam vida. Descubra agora