Capítulo 10

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Sexta-feira, 26 de junho de 2020

— Que bom que voltou Violetta, quero que enfim conheça uma pessoa...




— Esse é meu sobrinho, Leon.

Simplesmente congelei, quando me dei conta de quem estava à minha frente. Era ele... Esse tempo todo era para nos encontrarmos e não sabíamos. Seria diferente se o conhecesse no primeiro dia que pisei na gravadora? Eu não faço ideia, mas talvez não tivéssemos a nossa "despedida" e aquele momento sempre vou guardar na memória.

Ele abre um sorriso imenso e estende uma das mãos.

— Prazer em finalmente conhecê-la Violetta. — Eu o olho com confusão. Será que ele está fingindo que não me conhece? Na verdade só hoje ele sabe meu nome.

Sem saber como reagir, simplesmente entre no jogo.

— O prazer é todo meu Leon.

— Ah, parabéns! — Ele coloca as mão nos dois bolsos parecendo procurar algo e tira uma caixinha do bolso e me entrega.

— Obrigada! Não precisava.

— Posso te dar um abraço?

— E-e-é claro. — me enlaçei em seu corpo pela quarta vez naquele dia. Quem diria que um estranho não seria tão estranho assim.

— Nunca um ano passou tão rápido na minha vida. — sussurrou no meu ouvido. — Vamos deixar as pessoas acharem que não nos conhecemos.

Nos afastamos e concordo com a cabeça. Pablo se aproxima batendo nos ombros do sobrinho.

— Agora por favor ajude esse rapaz que está a quase três semanas em Buenos Aires fazer o que você não precisou nem de uma semana para fazer, se enturmar. Sua mãe sempre teve esse dom de unir pessoas, acho que não é diferente com você. — Pablo diz com a mão apoiada no meu ombro.

— Posso tentar, mas não garanto nada — disse olhando para o Estranho que agora tem nome, Leon.

Pablo agradece juntando as mãos e sai para outro cômodo.

— Vamos sentar com o pessoal — digo para Leon e seguimos rumo a sala — Não esquece do conselho que te dei hoje.

— Como você sabe que estava falando deles?

— Palpite.

— Mas como eu faço isso?

— Já tentou falar com eles hoje? — Ele nega. — Então comece por um boa noite, já é um bom começo.

— Mas... — saio do seu lado e vou em direção ao pessoal, me aproximo de Andrés, sabia que ele seria a pessoa certa para cumprir a minha missão e sussurro em seu ouvido "ele é uma boa pessoa, só precisa de uma chance".

Ele olha pra mim sem entender nada, mas parece ter entendido quando vê León parado, todo deslocado na frente de todos.

— Boa noite, gente! — ele diz sem graça.

— E aí cara —Andrés levanta e o abraça — que bom que veio.

— Ele está na casa dele, Andrés — Broduey responde em tom de deboche.

— Ah é ... você é o sobrinho do Pablo, esqueci — ele diz de uma forma tão engraçada que acaba fazendo todos rirem.

— Esse Andrés... — Maxi diz, meneando a cabeça.

Leon olha pra mim como se pedisse ajuda, já não sabia o que fazer.

— Meninas, vocês me ajudam a pegar mais bebida na geladeira?

— Claro — Cami responde extremamente animada com o meu convite, aí tem! — Vamos Naty.

— Eu pego, você é a aniversariante. — Ele vem na minha direção, sei que queria fugir, mas não ia deixar ele tinha que resolver os próprios problemas.

Passei por ele e bati em seu ombro e sussurei:

— Se enturmar e pedir desculpa é uma boa.

Quando saímos da vista dos meninos Camilla, me puxa para um canto com Naty

— Me conta tudo, o que está rolando entre você e aquele gato? Naty, como você não me disse que tinha um homão desse trabalhando com vocês?

— Você nunca perguntou e você tem namorado...

— Quando digo pra vocês me contarem as coisas com riqueza de detalhes o que vocês entendem? — Ela bufa, chega a ser engraçado o desespero dela em saber de tudo. Ela leva muito a sério uma boa fofoca. — Agora diga Violetta e não se faça de sonsa que eu vi vocês trocando olhares quando você voltou. Do meu lugar do sofá tinha uma visão privilegiada do hall de entrada, nem adianta esconder. Conta o que está rolando?

— Nada.

— Sei...

— Pablo pediu para eu ajudar o Leon a se enturmar com o pessoal. Inclusive os namorados de vocês não estão ajudando, vocês podiam dar uma força com eles.

— Eu não sei do que está falando, não namoro ninguém — a cacheada diz envergonhada.

—Naty, até a Violetta que não te conhece nem há uma semana já percebeu o que está rolando entre você o Maxi, só vocês que não assumem, não sei o porquê, está tão na cara.

— Nada a declarar.

— Tive uma ideia! O que acham de passarem o sábado na piscina lá em casa? Preciso que garantam que os meninos vão.

— Fechado.

— Agora vamos levar esses sucos antes que eles estranhem.

Quando retornamos, Andrés estava em pé no meio da sala contando alguma história engraçada. Pelo pouco que captei parece que ele achava que o cachorro dele era um alienígena. Os garotos morriam de rir enquanto Leon ainda estava um pouco deslocado encostado no canto da parede.

A noite passou entre risadas, Pablo levou Imagem e Ação para jogarmos. Era simplesmente hilário tentar achar alguma lógica entre as palavras e a mímica principalmente do Andrés, algumas eram bem geniais na verdade, quando lambia as costas da mãos e fazia cara de zangado, para acertarmos Agatha Christie, fazendo uma gata triste, que estava mais para uma gata com raiva. Até o Leon estava mais solto, mas não podia dizer que tinha se enturmado.

— Gente, está ficando tarde, tenho que ir. Vamos Cami? Parabéns mais uma vez — Broduey diz me abraçando.

— Obrigada!

— Vou com vocês — Maxi também se levanta e me dá um beijo na bochecha — Parabéns! Fico feliz que tenha ficado.

— Obrigada!

— Obrigado pelo convite Viluzinha! — Andrés abraça e me levanta do chão.

— De nada, eu acho.

— Andrés não tinha como ela te convidar, se era surpresa para ela.

— Ah — ele dá de ombros.

— Tchau gata, até amanhã — Naty me abraça.

Cami só me abraça e coloca um dedo embaixo do olho como se disse "Estou de olho".

— Tchau gente, espero vocês na minha casa amanhã.

Nos despedimos e quando me dei conta só estava eu e Leon na casa, nem mesmo minha tia e Pablo estavam ali.

— Parece que agora estamos sozinhos, senhorita Estranha, ou melhor Violetta. Acredita que meu tio falava tanto que queria que eu te conhecesse que já estava pensando que era feia.

— Não sou?

— Quê? Claro que não. Você é linda. — Diz se aproximando de mim e já estava nervosa, o que ele pretendia fazer? Me beijar de novo?

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