Fly on, Voe

Capítulo 12

Sábado, 27 de junho de 2020

Violetta

— Deu até vontade de lavar uma roupa agora! Oh Calor, papai!

Fiquei sem entender o comentário aleatório da Cami até olhar na direção que ela estava olhando.

— Ah se o Bro ouve isso. — Naty a repreendeu.

— Amiga eu namoro, mas não sou cega. Vê se não dá vontade de dar uma esfregada naquele tanquinho? Estou falando de roupa suas pervertidas. Broduey está mais para um tanquinho invertido— fez um movimento com a mão em frente a barriga.

— Cami você não vale um centavo.

— O que foi gente? Eu só sou verdadeira. Eu realmente não posso lavar uma roupa ali, mas "torcer" para as amigas eu posso. No caso a Vilu, a Naty já tem o rolo dela. Se bem que a Vilu...

— Se bem que nada, eu tenho máquina de lavar em casa, não vou lavar roupa no tanquinho de ninguém.

— Se está dizendo — ela olha para mim maliciosamente.

León realmente estava em ótima forma, mas não daria esse gostinho a minha amiga enxerida, não podia dar a bandeira. Na verdade não está rolando nada, talvez tivesse até rolado... mas isso tudo é coisa da minha cabeça, só pode. Ainda mais agora sabendo que ele é famoso, eu nunca teria chance.

— Vocês pretendem entrar agora ou vamos ficar só olhando — Naty pergunta.

— Podíamos pegar um pouco de sol, primeiro estou precisando pegar uma cor.

— Então vamos — Naty e Cami ficaram de biquíni e me puxaram com elas

— Podem ir meninas, vou ficar por aqui mesmo.

— Nada disso, você vai junto e pode tirar essa saída de praia, você não vai ser a única com roupa aqui.

Quando eu propus a piscina na minha casa, pensei em ajudar o León e esqueci dos meus próprios problemas com o meu corpo.

Sofri muito bullying na escola por causa da minha magreza, as pessoas já chegaram até a insinuar que eu tinha distúrbios alimentares. Mas esse nunca foi meu problema. Sempre fui magra, mas minha condição de saúde acaba fazendo com que eu fique ainda mais, por mais que eu tenha um estilo de vida saudável. Bem que queria ter o corpo de uma garota normal com curvas e até uma barriguinha não me incomodaria, se fosse pra me sentir uma garota como qualquer outra.

Não sabia como lidar com o olhar deles sobre mim. Talvez estivesse tensa em receber os olhares principalmente do León, que tinha o corpo tão lindo e malhado, enquanto eu só era uma tábua de passar roupa, como costumavam me zoar.

Quando percebi estava completamente travada segurando a saída de praia de forma possessiva.

— Ei amiga, está tudo bem. Se não quiser tirar. Não vamos te forçar. A gente fica aqui na sombra com você.

Cami me conduziu até uma cadeira e as meninas se sentaram ao meu lado.

— Se não quiser falar nada sobre, está tudo bem, vamos te respeitar — Naty coloca uma mão sobre a minha.

— Vocês devem me achar uma estranha...

— Ei está tudo bem, eu tive problemas com o meu corpo, eu sei como é isso. Mas saiba que ninguém aqui vai te julgar.

— Vilu, isso tem alguma coisa a ver com o que me contou da sua escola em Madrid?— simplesmente abaixei a cabeça — Não deixe que aquele bando de idiotas faça que você continue sofrendo, amiga. O que eles diziam sobre você não é verdade. Fica tranquila, eles não estão aqui e você pode acreditar que não somos como eles. A gente te aceita exatamente como é, apesar de você ter esse corpo de dar inveja em muitas pessoas, inclusive eu.