Quarta-feira, 24 de junho de 2020
O jantar com o meu pai foi chato e longo. Para compensar ele me prometeu passar o dia comigo, mal nos vimos desde que estamos na Argentina.
Acabamos chegando tarde em casa ontem e perdi a hora de ver o sol nascer no parque, minha nova tradição acabou de ser quebrada em seu terceiro dia.
Meu pai propôs que eu deveria redecorar meu quarto, que tinha uma decoração totalmente infantil e iria me ajudar. A vantagem de ter um pai arquiteto renomado é que ele realmente será muito útil na nossa saidinha de pai e filha.
Eu só não entendi muito o porquê disso, as minhas aulas começarão em Madrid em agosto, então não poderei desfrutar muito o meu quarto novo, já que ficaria no máximo um mês por aqui. Mas não vou reclamar, quem sabe ele pretenda voltar mais vezes, o que seria ótimo, e queira já deixar meu quarto mais apresentável.
A nossa manhã foi muito agradável, escolhemos tudo para o meu quarto e depois fomos almoçar juntos. Porém, meu pai teve que voltar ao trabalho, mas me deixou na 21 Records, gravadora em que minha tia trabalha. Decidi aceitar o convite do Pablo e conhecer pessoas da minha idade. Não sei se realmente faria amigos, mas não custava ao menos conhecê-los.
— Com licença. Sabe me dizer se o Pablo ou Angie estão por aqui? — Pergunto a uma garota ruiva sentada na recepção.
— Ah, eu não trabalho aqui, só estou esperando uma pessoa, mas posso chamar eles sim. É da parte de quem?
— Obrigada, avisa que é a Violetta.
Ela levanta da cadeira na hora e começa a me encarar.
— Castillo?
— Sim. Como...
— Viluzinha, não se lembra de mim? Sou a Camila, estudamos juntas desde a creche.
— Torres? Todo castelo tem suas torres?
— Sim! Toda Castillo tem sua Torres — responde nossa piada interna.
— Não acredito — corri para abraçá-la. — Você não sabe quanto senti sua falta.
Camila e eu praticamente crescemos juntas. Sempre demos sorte de estudar na mesma turma. Quando fui embora tentamos continuar manter contato, mas depois de alguns meses o telefone que ela tinha já não chamava e depois passou a ser de outra pessoa, com isso não mais nos falamos.
— Cara nem me fala, perdi aquele número de celular. Tentei te achar nas redes sociais, mas não te achei.
— Não tenho mais redes sociais.
— Como assim? — ela fez uma cara como se pergunta-se "quem nesse mundo não tem rede social?", eu só respondi.
— É meio complicado.
— Mas o que faz aqui?
— Minha tia trabalha aqui.
— Nossa esqueci totalmente que a Angie é sua tia. Quer que a chame?
— Sim, mas antes acho que você mesma pode me ajudar. Você conhece todos que trabalham aqui?
— Praticamente, por quê?
— Pablo sugeriu que eu conhecesse o pessoal da nossa idade que trabalha aqui. Eles são legais?
— Amiga, você falou com a pessoa certa. São todos meus amigos. Você vai adorar eles. Deixa só eu ver se podem sair agora.
Ela sai e logo Pablo aparece com a minha tia ao lado.
— Vilu que bom que apareceu. Se eu soubesse não tinha mandado o Leon tão longe.
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Fly on, Voe
FanficEla enfim estava onde deveria estar. Ele estava perdido, precisado se encontrar. Inspirada na música "O" Coldplay