Quarta-feira, 22 de julho de 2020
Depois de 10 dias intensos de reuniões, jantares de negócios, lendo contratos, avaliando propostas, assinando papéis, idas a bancos, contadores, advogados, e mais papeladas. Estou enfim passando o dia em casa curtindo um bom momento de solitude em um dos meus cantos favoritos da casa, o ateliê da minha mãe.
Cercada por seus quadros e coisas favoritas estou folheando o caderno dela que Pablo me entregou. E me deparo com um poema que ela costumava cantar pra mim quando criança e que tem entoado em meus pensamentos desde que retornei a B.A.
Fecho os meus olhos e me ponho a cantar aqueles versos que representam tanto minha mãe e os conselhos que ela dava pra mim.
Es seguro que me oíste hablar
De lo que se puede hacer
De la magia que tiene cantar
Y de ser quien quiere ser
Ya no importa que pueda pasar
Sino lo que tu haz te hacer
El color que uses al pintar
Lo que piensas y el pincel
Sé que existe duendes y hadas
Y que intentar es mejor que nada
No te detengas no guardes nada
Vuela más alto y verás
Voy...
— Depois diz que não canta.
— AAAAH — grito de susto e caio da cadeira ao perceber que não estava sozinha.
— Ei, se machucou — diz me levantando e passo a mão na minha cabeça.
— Não, foi só um susto mesmo. O que faz aqui? — digo tentando ajustar a minha roupa e cabelo pós efeitos da queda.
— Nossa achei que seria recebido de forma mais calorosa. Com pelo menos "oi, Leon, tudo bem? Como você está? Estou morrendo de saudade de você ex-vizinho!" — Faz uma imitação de voz feminina que não tinha nada a ver com a minha.
— Talvez eu fizesse isso se você quase não tivesse rachado meu crânio — fico tateando minha cabeça à procura de um galo.
É claro que eu estava exagerando, não tinha sido uma queda tão forte assim, o tapete felpudo do ateliê amorteceu a queda.
— Desculpa mesmo, não queria te machucar. Vou pedir um gelo — ele sai dali rapidamente, enquanto isso tento me recompor daquele susto.
— Aqui — Ele estende a mão para mim com uma bolsa de gelo.
— Obrigada, você ainda não me disse como entrou aqui, não ouvi a campainha tocar — coloco o gelo na área atingida.
— Vantagens de ser Alvaro Daniel — ele solta uma risada fraca. — A sua empregada me viu do jardim, me deixou entrar direto e disse que estaria aqui.
— A Olga realmente é muito sua fã, só pode. Ela é apaixonada por novelas mexicanas. Agora, se você é realmente bom ator, não saberei porque alguém não permite que eu pesquise.
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Fly on, Voe
FanfictionEla enfim estava onde deveria estar. Ele estava perdido, precisado se encontrar. Inspirada na música "O" Coldplay