Capítulo Doze: Vou pular com você.

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Capítulo Doze:

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Capítulo Doze:

A crepitante fogueira no coração do vilarejo destoava do restante da ilha, afundada na escuridão que o inverno trouxe. Poucos flocos de neve, no entanto persistentes, adornavam o chão de cascalhos do vilarejo. As estrelas cintilantes desapareciam na imensidão negra do céu noturno. A música, ecoando melodias de tambores intensos, guiava os passos e os movimentos da pequena roda que se formou no coração do festival.

Tão perto do rosto de Elizabeth quanto poderia estar, Taylor se aventurava nos passos daquela música desconhecida. Embora o calor do fogo contra sua bochecha esquerda fosse constante devido à proximidade, era mais fácil sentir a mão de sua parceira de dança no fim de suas costas e a outra, adornada por anéis gélidos, segurando suas mãos. Deveriam estar dançando há minutos ou horas, era difícil dizer.

O jogo não tinha acabado. Taylor estava cansada após a sua aventura noturna. O que fez na cama da capitã. O bordel. A fogueira e a posterior ideia de fumar um cigarro pela primeira vez deixaram-na exausta, entretanto, ela jamais negaria uma dança, ainda mais quando Elizabeth tomou a iniciativa de convidá-la.

O que isso significava? Taylor cansou de saber. As palavras que trocavam sobre as pessoas da festa, suas roupas excêntricas ou comentários que conseguiam ouvir pareciam superficiais. Existia algo borbulhando feito lava no interior de um vulcão prestes a explodir e se derramar sobre ambas — mas, em uma escolha consciente, nenhuma das duas ousava reconhecer. Era, de fato, um jogo. Quem daria o primeiro passo? O primeiro beijo? Quem cederia primeiro?

As perguntas não deixavam a mente de Taylor nem por um minuto. Elizabeth, que manteve-se calada e alheia — em aparência — sobre a pequena "surpresa" deixada em sua cama, demonstrava pensar o mesmo. Contudo, seus gestos estavam um pouco mais ousados. O maxilar trincado toda vez que Taylor se aproximava um pouco mais.

Uma corda impedia que ambas caíssem no precipício daquela situação.

— Odeio cobras — Taylor ouviu uma garota dizer, dançando um pouco mais adiante. Ela franziu o cenho. Tinham cobras ali? — Ali tem um ninho cheio delas!

— Credo — murmurou Taylor, e sem pedir, puxou Elizabeth para mais longe da cena sobre o ninho de cobras que se desenrolava.

Elizabeth riu baixinho.

— Não são venenosas, senão as pessoas não estariam tão calmas.

— Sei — desconfiada, Taylor retrucou. Então, encarou Elizabeth. Seu rosto esculpido pelo sol, iluminado pelo fogo. Seus olhos verde-acastanhados reluzentes pareciam estar convidando as chamas para dançar dentro de suas pequenas íris. — Só porque algo não tem veneno, não significa que não seja perigoso.

— Estou aprendendo isso — respondeu Elizabeth, com um sorriso malicioso que fez Taylor se perguntar se havia algum duplo sentido em sua resposta.

— O que quer dizer?

Treacherous Sea • tswiftOnde histórias criam vida. Descubra agora