Capítulo dezenove: Ela tem o controle de todo o mar.

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N/A: tô desde janeiro esperando por esse capítulo

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N/A: tô desde janeiro esperando por esse capítulo. o final dele. é aqui que filho chora e mãe não vê!!!!!

Capítulo dezenove:

— Tudo bem — suspirou Taylor, se levantando da cama para se ajoelhar no chão com uma agulha e linha em mãos. — Agora só falta a sua coxa. Catarina, troque a água do balde, por favor, está cheia de sangue de novo.

O ferimento na coxa de Elizabeth era o maior e parecia prestes a infeccionar. Em um cenário ideal, Taylor o limparia com ervas e unguentos, mas nada disso estava disponível. O navio, onde estes recursos estavam, fora levado de volta à costa do Império Suli por Du Yunwen e Jasper. Tinham que encontrar o restante da tripulação e garantir que todos conseguiriam escapar do país em segurança. Seria uma batalha e tanto, uma que Elizabeth não participaria e ela estava inquieta por ter ficado de fora. A perna boa não parava de balançar. Sua expressão de descontentamento com Taylor — que a obrigou, com a ajuda de Catarina, a ficar na estalagem enquanto Du Yunwen retornava ao país — estava mais firme do que as eventuais caretas de dor.

Outra vez, Catarina buscou o balde cheio d'água manchada de vermelho por causa do sangue e o levou para fora do quarto, resmungando baixinho "como ela não está gritando de dor?", deixando Taylor e Elizabeth sozinhas.

Elizabeth soltou a respiração que prendia.

— Tá doendo pra caralho — disse, feito uma constatação, sem muita expressão no rosto. Taylor suspirou e continuou a costurar a pele aberta da coxa, um corte incongruente e profundo que deixaria uma cicatriz feia. — Falta muito?

— Um pouco — com honestidade, Taylor respondeu, olhando para cima por um instante. Elizabeth não parecia nada bem. Estava pálida, com o suor brilhando sob a iluminação amarelada do quarto e os nós dos seus dedos estavam brancos de tanto apertar os lençóis debaixo de si. Vestia apenas calcinha e uma camiseta de manga comprida larga, mas suava mesmo assim. — Você quer vomitar.

Não foi uma pergunta.

— Não — respondeu Elizabeth cheia de teimosia.

Taylor, outra vez, se encontrou suspirando, porque agora podia afirmar que a conhecia bem o suficiente para perceber seus trejeitos e táticas; ela massageava a têmpora esquerda toda vez que tinha uma enxaqueca. Mastigava o lábio inferior e engolia repetidamente quando queria vomitar. Franzia o nariz para segurar o choro. Se tornava rude e arisca para encobrir o medo ou a culpa. Elizabeth fazia tudo isso desde que se sentara na cama para que pudesse receber os cuidados nos seus ferimentos, mas a madrugada gradativamente findava-se no céu em tons de púrpura e cinza, anunciando o amanhecer nublado próximo, e essa passagem de tempo com o silêncio e ignorância do que acontecia no Império Suli se tornava um fardo pesado demais para suportar.

Entretanto, Elizabeth não admitiria isso em voz alta.

Logo, Taylor puxou um outro balde vazio para perto e não disse nada quando Elizabeth vomitou segundos depois. Aprendera, em especial nos últimos três meses, que esse não era o momento para conversar — ao menos que quisesse ser tratada com grosseria. Mesmo assim, após terminar todos os curativos e assistir Elizabeth se colocar de pé e cambalear até a janela entreaberta mais próxima, não pôde evitar se sentir profundamente irritada. Ela se manteve ajoelhada no tapete próximo a cama e deu de ombros quando Catarina retornou com o balde, agora com água limpa, e encontrou a irmã em pé, repuxando os pontos recém feitos.

Treacherous Sea • tswiftOnde histórias criam vida. Descubra agora