capítulo 8

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Becky

Vários dias se passaram depois do ocorrido, e Freen, nesse período, tornou-se cada vez mais próxima. Agora que eu tinha a suspeita de que ela era minha admiradora, mantive-a ao meu lado o tempo todo. Claro, não contei nada a ela sobre o que eu sabia; eu queria que ela se expusesse sozinha. Mas havia um problema.

- Venha para o refeitório comigo, - convidei-a pela décima vez, sabendo que ela nunca responderia com um "não".

- Tudo bem, - ela sorriu ao pegar seus pertences, e começamos a caminhar.

Freen não demonstrou nenhum interesse romântico por mim, o que me deixou confusa. Ela não deveria pelo menos flertar comigo um pouco? Suas respostas foram amigáveis, o oposto do que eu esperava. Isso me fez duvidar se ela era realmente minha admiradora.

- Você acha que eu sou atraente? - comecei a brincar com Freen, gostando de ver seu rosto corar e observando como minhas palavras a afetavam.

- Claro que você é, - ela respondeu, - Tanto que eu daria em cima de você se eu fosse um homem. - Agora era eu quem estava corando.

{-}

Hoje, faria minha última tentativa do dia para verificar se Freen era realmente minha admiradora. Eu sabia que ela tinha o hábito de sempre chegar cedo na faculdade, então levantei uma hora mais cedo para chegar antes dela.

- Freen! - acenei com a mão quando a vi entrar na universidade. Me aproximei para dar um abraço nela.

- O que você está fazendo aqui tão cedo? -  ela perguntou.

- Te incomoda? - respondi. - Porque quero passar mais tempo com você.

Todas as manhãs, eu recebia uma carta nova. Se Freen ficasse ao meu lado, eu não poderia deixar a carta no meu armário para verificar se era mesmo ela ou não.

Depois de um tempo, os alunos começaram a chegar. Olhei de soslaio para minha admiradora, que permaneceu calma, sem fazer nenhum movimento suspeito. Decidi ir até meu armário com ela.

- Acho que não recebi nenhuma carta, - sorri internamente quando não vi nada. Isso significa...

- Está ali, - apontou para um pequeno envelope que estava entre meus livros.

Definitivamente não era ela, e por algum motivo, fiquei decepcionada quando descobri. Embora quisesse negar, no fundo, gostaria que fosse Freen, pois sua presença era agradável e me trazia uma certa paz.

Freen

Olhei para o rosto de Becky; ela fez uma expressão triste e simplesmente saiu, dizendo que nos veríamos mais tarde. Algum tempo depois, Irin chegou.

- O que está acontecendo? Deixei a carta como você me pediu, sem que ela me visse.

- Eu sei, mas ela parecia triste... você acha que ele suspeita de alguma coisa?

- Becky é muito curiosa e uma observadora muito boa. Claro que você deve estar entre os suspeitos dela, mas vou evitar que isso aconteça, assim como você me pediu.

Eu sabia que Irin insistia que as cartas não eram necessárias e que eu deveria simplesmente confessar meus sentimentos a ela, mas tinha medo da rejeição. Definitivamente, não iria aguentar, principalmente agora que Becky e eu estávamos começando a nos aproximar.

- Eu sei o que você está tentando dizer, mas não estou pronta, ainda não. - Acenei um adeus e caminhei em direção ao campus, onde meu melhor amigo estava. Me joguei em cima dele.

- Você finalmente se lembrou de mim, - olhei para ele com os olhos marejados. - O que houve, Romeu? - Ele rapidamente olhou para mim e me abraçou preocupado.

- Devo dizer a Becky que gosto dela? Não sei o que fazer. Irin insiste que eu me apresse, mas eu...

- Não se atreva a fazer isso. - Eu estava confusa e tentei me separar, mas ele me impediu. - Segure-me forte. Não quero que você se machuque. E talvez Becky não te contou, mas há um boato de que ela está namorando com Non...

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