Freen
- Sou seu admirador. - Vi ele estender várias cartas, cartas minhas. - Eu gosto muito de você, Becky. - Eu o vi se aproximar dela e pegar seu rosto, unindo seus lábios.
- Maldito! - Billy queria entrar, mas parou quando me viu. Sem perceber, comecei a chorar enquanto observava Non e Becky se beijando. - Freen, como seu melhor amigo, peço que entre e diga que tudo o que ele disse é mentira, que as cartas na verdade são suas. - Comecei a negar e inconscientemente o empurrei para fugir sem ouvir a resposta que Becky iria dar.
Sem ter recolhido minhas coisas, cheguei em casa com a respiração pesada e rapidamente fui para o meu quarto. Meu corpo estava começando a ficar fraco; segurei meu peito com força.
Por que isso me machuca tanto? Talvez a culpa tenha sido minha por ter criado esperanças de que isso não iria acontecer, ou talvez tenha sido meu descuido em não esconder meus sentimentos, ou talvez… ou talvez por ter sido uma pessoa estúpida que acreditava que poderíamos nos tornar algo mais com algumas cartas estúpidas.
Talvez nada mais seja como antes e possivelmente eles comecem a namorar. O que eu poderia fazer? Não tive coragem de ir até Non e gritar que, na verdade, eu era o admirador.
Por enquanto, eu diminuiria os sentimentos e os selaria. Assim seria mais fácil; permaneceria como uma simples amiga aos olhos de Becky, e assim ela nunca saberá o grande amor que tenho por ela. Com o tempo, os sentimentos sempre desaparecem.
Becky
- Eu sou seu admirador. - Vi ele me estender várias cartas. Fiquei surpresa ao ouvir isso; isso não era possível, não era ele.
Eu ia repreendê-lo, mas senti ele pegar meu rosto e começar a me beijar.
Não eram os lábios que me beijaram naquele beco; eu ainda lembrava de como eram suaves, doces e, acima de tudo, o amor com que ele me beijou. Não eram os mesmos lábios, não eram a mesma pessoa.
Separei-me fortemente dele, dando-lhe um tapa forte. Pude perceber como ele franziu a testa, me olhando com raiva. Não sabia como ele descobriu que tinha um admirador, porque só Irin e Freen sabiam, e eu não ia aceitar que Non fosse um deles.
- O que acontece?! Não era isso que você queria?! Ser amada por alguém, sou eu, seu admirador que tem lhe mandado cartas intermináveis. Mas agora que você sabe, acabou de me rejeitar. Não seja estúpida, é o que você sempre quis. - Ele me entregou as cartas que tinha em mãos, e sem hesitar, eu as peguei, colocando-as na bolsa. - Você realmente é louca... - Ele não conseguia entender. - Me dê uma resposta amanhã.
Quando cheguei, tranquei-me no meu quarto, tirando de lá as cartas e as que eu havia guardado. Verifiquei se cada uma tinha a mesma assinatura e a mesma grafia. Soltei um grito alto ao ver que todas coincidiam.
Eu me recusava a aceitar.
- Tudo me indicava que era Freen. Sei que Billy poderia ajudá-la a entregar as cartas para mim. Sei que ela gosta de mim pela maneira como me olha; até seu rubor deixa isso mais evidente... Então, como é possível que Non tenha as cartas e ela não?
Segurei minha cabeça, que começava a doer. Estava confusa com a situação. Sempre quis saber quem era meu admirador, independentemente se era menina ou menino.
- Não vou aceitar Non; vou aceitar Freen... - Não me importava se isso fosse causar problemas, mas sabia que, na realidade, Freen não teve coragem de me contar a verdade. - Se você apenas me dissesse quais são seus sentimentos por mim, tudo seria diferente.
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𝑸𝒖𝒆𝒓𝒊𝒅𝒂 𝑹𝒆𝒃𝒆𝒄𝒄𝒂
FanfictionBecky estranhamente começa a receber cartas de amor de sua admiradora secreta, ficando curiosa para saber quem é a dona das cartas. Embora ela não esteja disposta a revelar sua identidade, não a deixaria saber facilmente, colocando-os em diversas s...