Safe & Sound | Taylor & Travis

Capítulo 18 - 'this pain wouldn't be for evermore'

TAYLOR SWIFT POINT OF VIEW

— O que acontece agora? — Foi a primeira coisa que a ouvi dizer.

A primeira vez que ouvi a sua voz.

Me afastei minimamente, só para conseguir colocar uma de minhas mãos em seu rosto e conseguir olhar para ele, porque...

Eu queria dizer, fazer, falar tantas coisas ao mesmo tempo que simplesmente não sabia o que fazer primeiro. Quando meu olhar deixou o rosto dela por alguns segundos, vi Travis um pouco mais distante, conversando com meu pai, que o abraçou rapidamente antes de ficar fora de meu campo de visão.

— É... — comecei a dizer para a menina na minha frente, mas ela conseguiu ser mais rápida e me dei conta de que estava olhando para a mesma direção que eu.

— Seu pai? O senhor de óculos? — ela perguntou, voltando a ficar de frente a mim. Assenti enquanto ajeitava uma mecha de cabelo sua, minha mão tremendo até as pontas dos meus dedos. — E o outro é o seu namorado, não é? O jogador de futebol?

Paralisei por alguns segundos enquanto olhava bem no fundo dos olhos da minha filha, que eram tão semelhantes aos de
Travis que quase chegava a ser assustador.

"É o seu namorado, não é?"

Era o pai dela, também. Mas ela não fazia ideia, e honestamente, como poderia sequer considerar essa possibilidade? Eu e Travis estamos juntos há apenas dois meses, apesar de parecer ter se passado bem mais tempo desde o início de agosto.

— É, sim — respondi com um sorriso nervoso. — Nós duas temos muito a conversar, não é? Eu gostaria muito que vocês viessem para a casa de praia comigo, em Rhode Island.

— Vocês, você quer dizer, eu, Carl, Lena e o Charlie?

— Sim, querida. — A puxei um pouco para perto de mim, e beijei o topo de sua cabeça. — Depois de toda confusão de ontem, e mesmo nós estando dentro de uma casa, ou em qualquer outro lugar dessa cidade, não vamos conseguir ter espaço... entende? E eu não estou me referindo a eles, a sua família, está bem?

Ela assentiu lentamente. — Você deve entender isso melhor do que ninguém, não é? A sensação de se sentir sufocada pelas pessoas do lado de fora? — Pisquei, uma, duas vezes com as suas palavras, genuinamente surpresa pela forma como ela acertou em cheio. — Quando eu descobri que tinha outra família, nunca imaginei que poderia se tratar de alguém tão conhecido. Apesar de que pela dificuldade que foi até Carl conseguir, talvez eu tivesse começado a achar um pouco estranho. Mas... eu iria pedir para ele deixar pra lá. — Ela deu de ombros.

Antes que eu pudesse responder, a figura nem um pouco imperceptível de Travis começou a se aproximar de onde estávamos. Pelo seu olhar eu poderia dizer que ele estava ansioso, nervoso ou cauteloso, ou poderia ser um pouco de cada — o que faria mais sentido. Ele tinha uma relação adorável com as três sobrinhas, e as garotinhas o amavam, também, mas Marjorie era um pouco mais velha, tinha acabado de passar por muita coisa, e ainda não sabia sobre seu parentesco com Travis.

Me perguntei quem ela poderia pensar ser seu pai e não tenho tanta certeza se quero saber a resposta para essa pergunta antes de dizer a ela quem ele é realmente.

— A Tree arrumou alguns quartos para eles no andar de cima — ele disse, colocando uma das mãos no bolso da calça e apoiando a outra em minhas costas.

Ao parar ao meu lado, ele fixou o olhar suavemente em Marjorie e começou a sorrir para ela. O sorriso de resposta foi pequeno, mas estava lá.

— Então, nós vamos amanhã, tudo bem? — falei, confirmando a viagem para a casa de praia. Ela fez que sim com a cabeça. — Se quiser descansar pelo resto do dia... pode avisar, e prometo que não vou incomodar.