Capítulo 13 - 'you and I will be safe and sound'

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TAYLOR SWIFT POINT OF VIEW
10 de outubro de 2010

Meus dedos seguravam a corrente dourada com delicadeza, o pequeno pingente pendendo aberto, reluzindo com a luz do abajur.

— Eu espero que você goste – falei, acariciando a minha barriga inchada. — Quer dizer, eu espero que um dia você goste. Bebês não são muito chegados em colares, né?

Eu nunca teria imaginado isso, mas conversar com a minha barriga de grávida tinha se tornado um dos meus hobbies favoritos. É claro que era uma conversa, e não um diálogo de fato, já que basicamente eu falava sozinha, mas quando eu sentia e via leves chutes, sabia que ela conseguia ouvir.

— Eu tenho que ir dormir, mas está sendo quase impossível com essa dor, então se você puder se mexer só um pouquinho pra eu saber que está tudo bem aí dentro, faz isso, por favor.

De tempos em tempos eu levava sustos enormes pelo motivo de que a minha filha, aparentemente, não gostava muito de se movimentar, especialmente quando eu precisava que ela fizesse isso para não morrer de preocupação. Ainda bem que daquela vez não demorou muito.

Apesar de que me acalmei um pouco mais quando senti o chute, levei mais tempo para pegar no sono do que o normal, já que um incômodo absurdo havia se espalhado nas minhas costas, e acordei com a mesma sensação.

— Querida, está tudo bem? – minha mãe perguntou depois que desembarcamos na Filadélfia no dia seguinte, e dirigi a ela o melhor sorriso tranquilizador que consegui.

Para sair na rua, era apenas necessário que eu vestisse roupas um pouco mais soltas, já que mesmo tendo crescido, a minha barriga ainda estava longe do tamanho habitual de uma gestação de oito meses. Estava mais para uma de cinco, no máximo seis, mas a médica havia dito que quando os nove meses chegasse, iria duplicar de tamanho bem rápido.

— Tudo bem. Só uma dorzinha boba. – Mas que estava incomodando muito, pelo amor de Deus.

Eu devo ter feito alguma careta quando começamos a andar em direção ao carro, porque ela colocou uma de suas mãos no meu ombro, desacelerando os meus passos.

— Taylor, você não parece estar bem. Eu acho melhor que...

Andrea Swift interrompeu a fala quando gemi de dor ao sentir uma pressão dolorosa na parte inferior do meu abdômen, bem no pé da barriga, me atingir junto com a pontada nas costas, e me curvei, ainda de pé, parando de andar no mesmo instante.

— Taylor! – minha mãe gritou, e virei meu rosto em sua direção.

Só consegui ver um vislumbre dos seus olhos alarmados antes de a escuridão tomar conta de tudo.

Quando acordei, já estávamos em um lugar diferente. Era tudo tão... claro, e branco, e...

— Ah!

Levei minha mão até a lateral da barriga em um gesto instintivo após a fisgada de dor, e vi o tubo fino transparente que havia sido colocado em mim, na parte de cima da mão.

— Tay, querida, você simplesmente apagou nos meus braços...

— Mãe, onde nós estamos?

— Em um hospital da Filadélfia, um médico veio vê-la quando chegamos há algumas horas, e ele disse que iria voltar assim que você acordasse.

Olhei ao redor rapidamente antes de olhar para baixo.

— Marjorie...

— Ela está bem, mas é possível que ela nasça hoje, Taylor. – As mãos da minha mãe se apressaram em pegar algo dentro da bolsa, e então ela me entrega o colar. — Vai ficar tudo bem, meu amor.

Abro o relicário, e passo a ponta do dedo sobre as palavras gravadas em ambos os lados.

Com amor, Taylor, para Marjorie.

Eu ia falar algo para a minha mãe quando mais uma vez a dor absurda me atinge com tudo. Quando o médico chega, ele explica em termos e palavras médicos demais para que eu consiga absorver o que está sendo dito no momento, mas, de uma maneira geral, entendo o que estava prestes a acontecer, o que a minha mãe já tinha dito: o nascimento da minha filha.

Tudo não passou de um enorme borrão à medida que a dor foi ficando cada vez mais intensa, e parecia não ter fim.

Horas depois, que mais pareceram dias, eu achava que não iria mais conseguir aguentar quando enfim, pela milésima vez, juntei todas as minhas forças para não apagar, o pico de dor mais alto de todos tomando conta de mim, e provavelmente só não desmaiei realmente porque ouvi o choro fraco ao longe, mas que foi ficando mais alto e mais perto quando a minha consciência deu meia volta e minha visão voltou a clarear.

Como eu estava fraca demais e a doutora não quis correr o risco de colocar o pequeno bebê em meus braços só para assistir eles falharem em seguida, foi a minha mãe quem segurou Marjorie pela primeira vez.

— Ela é tão linda, Taylor – disse, com os olhos marejados, e consegui sentir minhas próprias lágrimas, não de dor pela primeira vez no dia, escorrendo pelo meu rosto. — Eu ajudo você a segurá-la, vamos lá.

Ela se levantou da poltrona onde havia se sentado para receber a minha filha em seus braços, e se aproximou de mim, a posicionando lentamente e mantendo uma mão apoiada em baixo de sua cabecinha, como apoio.

— Você tinha razão, mãe – falei, lembrando o que ela havia me dito sobre o exato momento quando se segura um filho pela primeira vez nos braços. — É inexplicável.

Eu olhei para a minha filha e memorizei cada detalhe seu bem no fundo da minha mente, para que nunca esquecesse. Ela tinha poucos fios de cabelo claros no topo da cabeça, e abriu os olhos apenas por alguns segundos, mas mesmo sabendo que recém-nascidos não possuiam uma cor exata de olhos, eu podia jurar os dela eram verdes.

Marjorie. Era o nome da minha avó, minha maior inspiração para ter seguido com minha carreira na música, mas havia combinado tanto com a menininha em meus braços que fiquei sem palavras.

— Provavelmente você não vai lembrar do que estou falando, mas esse aqui é o colar que eu havia comentado. – ergui a corrente, e o coração de ouro brilhava intensamente. — É lindo, não é? Mas não tanto quanto você. Nada é, e nada nunca será.

Ela não chorava mais, e tentava se acostumar com a claridade do ambiente para deixar seus olhinhos abertos.

— Senhorita Swift? – Ouvi me chamarem, e a jovem enfermeira deu mais alguns passos para perto. — Com os bebês que nascem com menos de 33 semanas, nós realizamos alguns exames para verificar se está tudo em ordem com a saúde dele.

— Mas... – Olhei para a minha filha, e então de volta para a enfermeira. — Ela parece estar bem, não pode esperar mais um pouco para levá-la?

— Se tudo estiver dentro dos conformes, não demora nada para que a tragam de volta.

Concordei com um aceno de cabeça, e dei um beijo leve na testa de Marjorie.

— Tchau, meu amor. Até breve. Você e eu vamos ficar bem, prometo. Sã e salvas... Eu amo você.

Durante os poucos minutos em que pude segurar minha filha, observar o seu pequeno rosto e assisti-la realizar cada pequeno movimento, nada mais parecia existir no mundo.

Éramos só eu e ela.

Só eu e ela, antes de voltar a ser apenas eu.

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Kansas City, Missouri
25 de setembro de 2023

Já passava da meia-noite quando me aconcheguei mais próxima à Travis, minhas lágrimas silenciosas manchando meu rosto incessantemente, e molhando sua camisa.

— Travis? – o chamei depois de alguns minutos de silêncio, não querendo me virar para ele depois de chorar por duas horas seguidas enquanto falava.

Sua voz estava falha quando me respondeu:

— Eu estou aqui agora. E eu amo você.

Safe & Sound | Taylor & TravisOnde histórias criam vida. Descubra agora