N.A:
Pra animar um pouco as coisas, trago um capítulo mais longo que o habitual, no qual eu particularmente gostei bastante de fazer... Por quê será?🥰
Após ajudar os donos da casa com as tarefas que Cristiano se recusava a fazer, passei pelo corredor e me deparei com a porta do quarto de Catarina aberta. Ela, chateada, falava consigo mesmo e acendia outro dos seus cigarros em meio a fumaça que já cercava aquele ambiente e girou da cadeira, de um lado a outro.
— O que tanto pensa? – disse, apoiando-me na porta, chamando sua atenção a ponto que ela se virou para me ver.
— Me perguntando o que vou fazer agora depois de ter resolvido isso – Catarina apontou pra pilha de anotações e cadernos espalhados.
— Acho que... – levantei uma das sobrancelhas – Descansar?
— Mas já estou fazendo isso aqui em casa – ela fez um bico com os lábios – preciso de uma ocupação durante o dia se não eu surto...
— Nada que queira fazer e ainda não fez? – cruzei os braços.
Ela levantou o olhar, e deu um sorriso mal-intencionado.
— Tem, mas não é o tipo de coisa que dá pra fazer sozinha.
— Se o problema for companhia... Sabe que estou aqui.
Catarina se levantou e caminhou a passos lentos em minha direção, apoiando-se na porta aberta.
— Então mais tarde, quando todos forem pro quarto, vou bater na sua porta.
— E quais são os planos?
Ela se prestou a dar um sorriso cínico de canto, e ir encostando a porta.
— Na hora você vai saber.
E assim, a fechou. Dei as costas, sabendo que, por dentro, eu começava a ficar ansiosa pensando no que ela estava planejando.
O dia correu como de costume, com ela sequer tocando mais no assunto e comecei a questionar se ela não estava brincando. Ainda assim, após o jantar, tomei banho e disse para Cíntia e Alfredo que já estava indo para o quarto. Arrumei-me e esperei por ela, tentando me distrair.
Não demorou pra batidas se sucederem na minha porta. Quando a abri, tentei não demonstrar que a olhava da cabeça aos pés. Ela estava deslumbrante, usando um vestido que era justo na cintura e rodado nas pernas, indo até a metade de suas coxas. Seu cabelo estava arrumado e preso com uma tiara, e usava tênis visivelmente confortáveis.
Estava mais bonita do que o habitual.
— Vamos? – ela apontou para mim, e silenciosamente saímos de casa. Sabia que Cíntia e Alfredo não se importavam com que a gente saísse, mas segundo ela, queria evitar transtorno e, escondido é mais interessante.
— E para onde vamos? – perguntei enquanto caminhávamos pela rua pouco movimentada.
— Para uma festa que duvido que já tenha visto uma como ela.
Seus olhos faiscavam, e ri só com a animação de sua voz.
— Isso é bom ou ruim?
— Na hora tu vai ver...
Descemos algumas esquinas até chegar em uma casa de shows que tocava uma música ritmada alta. Pessoas se amontoavam na frente tomando cerveja barata, e Catarina se divertia vendo minha cara de espanto.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ao Norte de lugar nenhum
RomanceDepois de uma grande desilusão, Teodora vê sua vida mudar de cabeça pra baixo ao descobrir da existência do seu até então desconhecido pai. Ao embarcar nessa aventura em um novo mundo de relações, conflitos e questionamentos, ela irá aprender, do se...