Bem Vinda, Professora.

UMA ÚLTIMA DOSE

Eu já estava meio alterada, a bebida fazia com que eu não ligasse para nada... nem para a vergonha do meu corpo que vinha da minha alma, ambas das mulheres que me assistiam sabiam que eu as amava, que eu as desejava e que era delas que eu precisava... sexualmente ou não, isso não importava.
Daquela noite elas tinham razão apenas de uma coisa, eu já tinha intenção de revelar tudo que estava guardado desde uma primeira semana de dezembro até uma última semana de setembro...
Aquilo não era certo e todas nós sabíamos disso, mas parecia que nada mais importava.

Sentada naquela poltrona, com todos os meus sentimentos abertos eu podia ver Antonela vir em minha direção...
Estendendo as mãos fazendo com que eu me levantasse e com um carinho enorme me fazendo ir até o céu com um beijo, no ar não tinha nada sexual... era tudo que vinha da alma, um beijo de puro amor, um beijo como se fosse a última vez.

A sentir Antonela se afastar eu podia ver o olhar de Carmem, seus olhos castanhos brilhavam como diamantes... como se essa noite fosse a última vez, elas estavam agindo como se tudo fosse a última vez, mas não era de uma forma ruim. Elas passeavam pelo meu corpo com os olhos como se estivessem vendo o paraíso em mim, e eu? Eu estava adorando tudo aquilo por nunca ter me sentido desejada daquela maneira, ainda mais por mulheres tão atraentes e poderosas.

Carmem deixou de observar, levantou de seu lugar e eu pude senti-la tocar todo meu corpo enquanto se movimentava no ritmo da música atrás de mim, eu estava no meio das irmãs Angelle... elas me tinham em suas mãos!

Olhando nos olhos de Antonela pude perguntar no mesmo ritmo da música:

(Never was there ever a girl so pretty
Nunca houve uma garota tão bonita)

(Do you think we'll be in love forever?
Você acha que nós estaremos apaixonadas para sempre?)

(Do you think we'll be in love?
Você acha que estaremos apaixonadas?)

Seus olhos de mar brilharam e o que era cristalino se tornou a parte do oceano escuro, se afastando e me levando para o seu inferno, seu quarto vermelho...
-Deixe-me mostrar rosas durante essa noite, já que da última vez me mostraste tulipas brancas e ainda era inverno.