Pretending

Pânico VI

Lucy Posner

Nova Iorque, 05 de maio de 2023.

—Então, você vai finalmente me contar o que te deixou tão estressada e pra baixo? — Perguntei enquanto entramos no seu prédio.

Essa semana eu estava extremamente ocupada na revista e a Sam com as provas e trabalhos de final de semestre do seu curso, por isso não tivemos muito tempo para passarmos juntas então hoje resolvi a surpreender e fui buscá-la após a sua sessão de terapia, encontrando a minha namorada parecendo cansada e abalada por algum motivo que ela não quis compartilhar quando perguntei da primeira vez.

Não a forcei a me contar, a levei para jantar e espairecer um pouco, meu ego inflando ao ver o seu humor mudar completamente só por estar passando algum tempo na minha companhia, amo o fato de que consigo ter uma influência tão positiva na sua vida agora. Ao ver o sorriso sumir do seu rosto me arrependi um pouco de ter feito a pergunta pela segunda vez, mas não completamente porque quero que a Sam compartilhe tudo comigo, inclusive as partes ruins.

—Sammy, eu estou preocupada com você e a Tara também está, ela disse que essa semana você tem se mantido distante e que não parecia estar muito bem. — Sam continuou me guiando pelas escadas, sua mão ainda entrelaçada à minha.

—Lá em cima a gente conversa, pode ser? — Ela finalmente olhou para mim e eu assenti concordando.

Entramos no apartamento vendo a sala de estar cheia, além da Tara e da Quinn que moram aqui, Mindy, Chad, Anika e Ethan também estão espalhados pela sala de estar conversando e assistindo televisão. Todos eles nos olharam quando entramos, os cumprimentamos de longe rapidamente antes da Sam me arrastar para o seu quarto.

—Tentem não fazer muito barulho! — Mindy gritou brincando. Eu teria rido se não estivesse sentindo a tensão emanando do corpo da minha namorada.

—Sam... — O restante da sentença morreu na minha boca ao ter o meu corpo prensado na porta assim que entramos no cômodo.

Ela olhou para os meus lábios e de volta para os meus olhos em um ciclo repetitivo. Seus olhos castanhos, profundos e sedutores me olhando com puro desejo expresso neles. Uma corda invisível parece me puxar para mais perto dela, mas eu decido lutar contra a atração irresistível me mantendo o mais distante possível, o que não é uma distância considerável ainda estando presa entre ela e a porta.

Sam percebe o que estou fazendo e me puxa pela cintura, aproximando o meu corpo o máximo possível. Minha frequência cardíaca acelera desconfortavelmente, a batida presente na minha garganta. Meus músculos ficam tensos, nervosos, mas ansiosos pelo que eu sei que vai acontecer a seguir. Sem hesitar, a Sam fecha os milímetros que separavam nossos rostos. Eu estou pressionada contra ela enquanto nossos lábios exploram um ao outro em um encaixe perfeito. Já nos beijamos incontáveis vezes, mas sempre parece a primeira vez com ela.

Meus braços envolvem o seu pescoço enquanto nos beijamos apaixonadamente. A sensação que o beijo tão voraz está me trazendo é tão intensa que eu sinto que posso desmaiar a qualquer momento. A parte racional do meu cérebro está tentando me lembrar que preciso parar isso, que o motivo para virmos para o quarto não era esse, mas os lábios de Sam contra os meus estão me fazendo querer deixar para trás os meus pensamentos coerentes e racionais, só que eu sei que não posso então levo as minhas mãos para os seus ombros e delicadamente a empurro um pouco para trás parando o beijo.

—Eu sei o que você está fazendo Sam, mas você não vai continuar fugindo dessa conversa. — Minha respiração descompassada, comigo ainda tentando recuperar o fôlego após o beijo.

Um suspiro de frustração deixou os seus lábios e ela foi até a sua cama sentando na ponta do colchão. Seus olhos ficaram presos no espelho em frente a cama por tempo demais, eu entendendo o que pode estar acontecendo fui até ela e segurei o seu rosto nas minhas mãos fazendo seus lindos olhos castanhos focarem em mim, me sentei no seu colo de frente para a Sam que não hesitou em passar os seus braços ao redor da minha cintura.