Você tem sorte que eu te amo

276 31 12
                                    

Lucy Posner

Nova Iorque, 04 de fevereiro de 2024.

É domingo e hoje a gangue decidiu almoçar juntos, então eu, a Sam, Tara, Chad, Mindy, Anika, Jake e o namorado do meu melhor amigo, David, viemos para um restaurante. Eu e a Sam pegamos uma carona no carro do meu melhor amigo, enquanto emprestei o meu carro para o Chad vir com o restante do pessoal. Já terminamos de comer e quando estávamos saindo o Jake encontrou algum conhecido dele, então deixamos ele e o David para trás continuando o nosso caminho até o estacionamento, agora eu e a minha morena estamos no carro há alguns minutos esperando nossos amigos para podermos ir para a sorveteria.

—Você está me encarando desde que entramos nesse carro. — Falei para a Sam, tirando os olhos do meu celular para encontrar o seu olhar.

Estamos sentadas do mesmo jeito em lados opostos do banco de trás da Mercedes do Jake, cada uma com as suas costas encostadas na porta do carro. Sam descansou o seu cotovelo no banco e colocou a sua mão direita no seu rosto a usando como apoio, um lindo sorriso adornando os seus lábios enquanto meus castanhos preferidos continuam grudados em mim. Ela está tão linda nesse momento, relaxada, seus olhos praticamente brilhando com uma clara felicidade expressa neles. Não conseguindo conter a minha vontade de ter um registro disso, eu abri a câmera do meu celular e tirei uma foto dela.

—Vai continuar me encarando por muito tempo ainda? — Perguntei brincando.

Maybe I stare too much, maybe not long enough. Funny how I forget to blink. (Talvez eu passe tempo demais olhando para você, talvez não por tempo o suficiente. Engraçado como eu esqueço de piscar). — Minha risada preencheu o carro ouvindo ela cantar. Sam se aproximou segurando o meu rosto nas suas mãos, deixando um beijo casto e rápido nos meus lábios. —Não estou encarando, estou admirando, tem uma diferença. — Eu ri novamente.

—Nunca achei que iria ouvir algo tão clichê saindo da sua boca. — Larguei o meu celular no banco, focando a minha atenção só nela.

—Porque?

—Sammy, você não é do tipo de grandes declarações de amor ou gestos clichês e cafonas. — Uma falsa expressão de indignação tomou conta do seu rosto. —Eu também não sou, isso não foi uma reclamação, só para deixar claro. — Ela sorriu. —Sua voz é linda, precisa cantar pra mim de novo. — Sam desviou o seu olhar envergonhada, suas mãos seguraram as minhas em cima da minha coxa.

—Eu costumava tocar violão na minha infância e início da adolescência. — Soltei a sua mão esquerda, levando a minha até o seu queixo e gentilmente fiz ela voltar a olhar para mim.

—Porque parou? — Fiz carinho na sua bochecha, antes de voltar a segurar a sua mão.

—Tudo aconteceu... eu descobri quem era o meu pai biológico e meio que parei de fazer as coisas que gostava.

—Talvez esteja na hora de voltar a fazer algumas dessas coisas.

—Talvez. — Concordou, um lindo sorriso voltando a adornar os seus lábios. —Não sinto mais a falta da maioria dessas coisas, meu futuro se tornou algo milhares de vezes melhor do que eu um dia me deixei imaginar. Muito disso é por sua causa. — O sorriso nos meus lábios cresceu.

—Acordou romântica hoje? — Perguntei, tentando ignorar o fato que estou sentindo as minhas bochechas queimarem diante das suas repentinas declarações e do olhar apaixonado no seu rosto.

—Semana que vem completamos um ano de namoro. — Assenti. —Eu não achava que iria querer ou conseguir ficar com alguém por tanto tempo, nunca achei que alguém iria querer ficar comigo por tanto tempo. Todos os meus relacionamentos antes do nosso foram rasos, insignificantes, era só para suprir uma necessidade fisica, sexo. Você surgiu do nada e se recusou a sair da minha vida, mesmo comigo tentando te empurrar para fora dela. Eu passei tempo demais lutando contra o que sinto por você, fingindo que você não era a pessoa que eu estive esperando por toda a minha vida...

PretendingOnde histórias criam vida. Descubra agora