Capítulo 7

1.3K 121 20
                                    

Me questionei se o que eu estava fazendo era o certo. Agora, eu sabia onde estava me mentendo, não tinha como voltar atrás dessa vez, me enfiaram nesse caminho, me jogaram de um precipício e eu só aceitei a queda. Me perguntei durante o final de semana se o que eu havia feito era certo. Aceitar um criminosos do porte de Lucas acabaria com minha vida, eu poderia perder muito por isso, pricipalmente minha vida como médico. Em uma das noites de maior cansaço do serviço, me vi sendo levado a um muntareu de pensamentos sobre como tudo poderia melhorar para mim. Eu estava de frente para uma delegacia, poderia dizer tudo o que eu sabia, onde ele estava, diria que fui coagido, e pediria desculpas por não ter denunciado antes... mas segui meu caminho de casa.

Era segunda pela manhã, estava de folga, queria descansar, me livrar dos pensamentos que me cercava. Foi sentado no banco de madeira, da área externa da cozinha que observei Lucas vindo em minha direção. Cabelo meio úmido, algumas gotas escorrendo, cheiro bom do sabonete e uma toalha amarrada na cintura, seu cheiro vagava pelo ar, era fresco e doce, sua pele parecia macia.

— Não olhe muito.— disse ele sorrindo.

Desviei os olhos para o beija-flor que voava por perto. Mesmo desviando o olhar, eu ainda podia sentir a presença de Lucas ao meu lado. Seu sorriso, sua voz suave, tudo isso parecia um contraste tão estranho com a situação em que estávamos envolvidos. Eu queria acreditar que ele era apenas mais um cara que cometeu erros, como todos nós, mas a sombra do seu passado pairava sobre nós, pesando como uma âncora. Ele se sentou ao meu lado, ajeitou a toalha, abocanhando a banana que havia pegado da fruteira.

— O que vai fazer hoje na sua folga? — questionou me olhando.

Nem demorei demais para pensar.

— Vou descansar. Só quero deitar na minha cama, assistir um filme e dormir. — digo sorrido.

Vi seu olhar incrédulo com meu desejo. Sorrio pra ele e o pergunto o porque me olhava daquele jeito. Sua resposta foi clara, "Hoje é um dia que você pode ir pra Paris se quiser, mas prefere ficar em casa? " Seu comentário me fez sorrir. Lucas tinha um jeito peculiar de ver o mundo, uma perspectiva que, de alguma forma, conseguia trazer um pouco de tranquilidade para essa bagunça que estava sendo minha mente. Lucas olhou para mim, seus olhos azuis refletindo uma mistura complexa de emoções e sorriu dizendo:

— Vou te levar a um lugar hoje!

— Como assim? Pensei que não pudesse sair daqui?! — pergundo ruendo as unhas.

— Tecnicamente não posso, mas tenho meus contatos!

Sua confiança parecia inabalável, como se ele soubesse exatamente o que estava fazendo, mesmo quando tudo ao nosso redor parecia estar desmoronando.

— E para onde exatamente você pretende me levar? — Perguntei, curioso, enquanto tentava imaginar o que ele tinha em mente.

Um brilho travesso dançava em seus olhos azuis quando ele se levantou da cadeira e estendeu a mão para mim.

— Surpresa. Você vai gostar, prometo. — Ele disse com um sorriso, sua expressão cheia de entusiasmo e mistério.

~*~

Olhei da janela do meu quarto e vi Fernando conversando com Lucas no quintal de casa. Desci e me deparo com eles de imediato trocando de assunto, eu até prefiro, isso me ausenta de saber mais do que eu já sei.

— Doutor, como vai? — inícia Fernando.

— Estou bem. — digo meio estranho.

— Preparado, marquinhus? — disse Lucas com um ar de suspense no rosto.

— Não tenho certeza do que esperar, mas estou pronto para descobrir. — Respondi, sentindo uma mistura de curiosidade e nervosismo se misturarem dentro de mim.

Lucas parecia satisfeito com minha resposta, um sorriso brincando em seus lábios enquanto ele olhava para mim com um olhar cheio de expectativa.

— Então, vamos lá. — Ele disse, dando um tapinha amigável no meu ombro antes de se virar e começar a se afastar em direção ao portão da frente.

Quando vejo duas motos, uma era vermelha, do modelo Factor da Yamaha, onde Iago estava em cima. Ao lado dele, estacionada, estava uma outra toda preta. Eu nunca havia visto uma moto como aquela, era enorme, ouvi Lucas falar com Fernando sobre ela, era um modelo Honda cbr 300rr.

— Gostou? — questionou ele me olhando de braços cruzados e com um sorriso no rosto.

— É impressionante. — Respondi, olhando admirado para a moto preta. Eu nunca havia visto algo assim de perto, e a ideia de andar em uma daquelas máquinas poderosas me deixava um pouco nervoso, mas também excitado.

Lucas pareceu satisfeito com minha reação, seu sorriso se alargando enquanto ele se aproximava da moto. Ele pegou um capacete preto que estava pendurado no guidão e me ofereceu, sua expressão confiante transmitindo uma sensação de aventura iminente.

— Vamos lá, Marcus. — Ele disse, seu tom de voz cheio de entusiasmo e determinação.

Eu me senti um pouco hesitante, mas ao mesmo tempo, uma onda de excitação começou a se formar dentro de mim. Lucas sorriu mais uma vez, sua expressão radiante refletindo a emoção que eu também sentia. Com um aceno de cabeça para Fernando, ele montou na moto, dando partida no motor com um rugido poderoso. Eu me sentei atrás dele, segurando firme em sua cintura.

— Se eu fosse você segurava mais forte.— disse ele apertando minhas mãos em sua cintura.

///Nota do Autor///

Oi, estou acompanhando vocês com os likes e alguns comentários, mas estou sentindo falta do engajamento de vocês com a história e com os fatos que vieram acontecendo... deixe nos comentários com está achando da história e o que vocês acham quem está por vir...

Um beijo e até a próxima.

O Dono do Morro (romance gay) - REVISANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora