Capítulo 8

1.2K 109 10
                                    

Meu coração parecia que iria saltar pela boca. Eu já havia soltados alguns gritos e a cada curva que Lucas fazia eu o apertava mais, conseguia ouvir suas risadinhas debochadas enquanto ele acelerava a moto. O vento batia contra meu rosto, misturando-se com os gritos de excitação que escapavam da minha garganta, a confiança de Lucas transmitia uma sensação de segurança, mesmo que eu estivesse agarrado a ele como se minha vida dependesse disso. Olhei para trás e vi Iago e Fernando, seus rostos radiantes de emoção, compartilhando a mesma experiência intensa.

Lucas parecia dominar a estrada, sua habilidade na moto era evidente a cada movimento fluido, segurando firme enquanto ele desafiava os limites da velocidade.

Eu conseguia ver uma lua enorme no topo da comunidade em que Lucas estava me levando. À medida que nos aproximamos do Morro da Providência, posso sentir a energia pulsante da comunidade, palpável como uma corrente elétrica no ar. Lucas guia a moto com confiança pelas ruas estreitas e íngremes, cada curva revelando um novo cenário, uma nova história por trás das fachadas coloridas e dos becos sombrios.

A lua no alto da Providência, na Casa Amarela, parece observar silenciosamente nossa chegada, sua presença imponente iluminando o caminho à medida que avançamos. Ao passarmos pela escultura da grande lua criada pelo artista francês JR, sinto um arrepio de fascínio diante da sua magnitude e beleza, uma testemunha silenciosa das vidas que se desenrolam neste lugar.

Lucas mantém-se concentrado, seus olhos perscrutando cada canto da comunidade enquanto nos aproximamos dos lugares que não são mostrados na TV.

Ele estacionou a moto e eu pulo da garupa com as pernas pouco bambas. Lucas me ajuda atirar o capacete após tirar o seu. "Bem-vindo ao Morro da Providência.", disse ele.

Respiro fundo, absorvendo a atmosfera única do local. O ar carregado de história e de desafios parece envolver-me, como se eu estivesse entrando em um mundo à parte, distante da agitação da cidade lá embaixo.

À medida que caminhamos, percebo olhares curiosos nos seguindo, mas também sinto uma sensação de acolhimento, como se a comunidade estivesse nos recebendo de braços abertos, afinal eu conhecia alguns daqueles rostinhos. Lucas cumprimentava cada um dos moradores com um aceno amigável e um sorriso confiante.

Chegamos a um ponto de vista panorâmico, de onde podemos observar toda a extensão do Morro da Providência. A vista é impressionante, com as casas coloridas se espalhando pelas encostas e o horizonte da cidade se estendendo até onde a vista alcança.

- Lucas._ gritou uma senhora. Seus cabelos cacheados posto a tras de sua pequena orelha que acompanhava  grandes argolas. Seu sorriso ao vê-lo me deixou curioso, me pergundando sobre tal íntimidade eles pareciam ter. 

- Rose..._ falou ele abraçando a senhora. - Marcus, essa é Rose uma amiga e ativista da comunidade, ajudo ela com algumas das ONGs que temos por aqui.

- É um prazer._ digo meio tímido.

Ela acena a mim e volta seu olhar a Lucas.

- Quando você sumiu e todos te vimos estampado no jornal das 18h, pensei que não voltaria a por os pés por aqui tão cedo.

Lucas sorriu de forma reconfortante para Rose, parecendo genuinamente feliz em revê-la.

- Eu nunca abandono meus compromissos, Rose. Você sabe disso._ disse ele, sua voz carregada de sinceridade.

Rose assentiu, parecendo aliviada com a resposta de Lucas.

- Eu sei, meu querido. Você sempre foi um homem de palavra. Mas não é fácil ver alguém como você envolvido nesse tipo de situação. _ respondeu ela, sua expressão refletindo uma mistura de preocupação e afeto.

O Dono do Morro (romance gay) - REVISANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora