Capítulo 3

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Mariana POV

Eu e o David nesses últimos anos foi... Pacífico. Relacionamentos a distância não são fáceis, noivado pior ainda, mas continuamos com a ideia de que só iremos casar depois que eu terminasse a faculdade nós não, eu continuei com essa ideia , agora só falta um ano até eu formar na faculdade e então podemos dar entrada a todos os planejamentos do casamento.

É estranho pensar que vou casar. Quando noivei me apaixonei pela ideia de dividir a mesma cama, mesma casa, mesma rotina e futuramente filhos e tudo mais, mas com os anos eu entendi o quanto o casamento pode ser difícil, e olha que nem estou casada ainda.

Óbvio que nós brigamos bastante, e em alguns casos tive vontade de jogar tudo paro alto e voltar a ser solteira, e ter que "engolir" alguns desaforos dele em nome do nosso compromisso é a pior parte. Admito que ele é bem mais paciente do que eu, sendo que ser paciente é mais complicado pra mim, David sabe disso.

Escutá-lo falando dos planos dele do futuro incluindo-me, e acrescentando mais alguns filhos nossos, faz meu estômago palpitar de ansiedade e toda a vontade de terminar com ele evapora mais rápido do que a volatidade do álcool. Ok, vou parar com essas palavras "cfd's" chatas, é porque esta comparação pareceu-me cabível.

Enfim, continuando, ainda viajei outra vez para Paris, conheci a Espanha também, mas por enquanto Paris é a minha cidade favorita. Meu sonho mesmo é conhecer a Itália, mas decidi junto com David conhecermos todo o país como lua-de-mel, até lá terei muito tempo para preparar-me, pois quero conhecer cada detalhe das cidades e tenho uma lista de tudo que quero conhecer. Conhecer todos os detalhes da Itália que tenho anotado nessa lista é uma meta de vida, entende?

David conseguiu vir com mais frequência ao Brasil, ele sempre vem, mas gosto de saber que é por minha causa que ele vem mais, e a faculdade não me deixar muito tempo livre para viajar, então ter ele sempre aqui além de eu ir lá é um alívio tremendo. E também, já que estou nesse momento de admitir tudo, não gosto que ele fique lá nas pequenas férias, porque a Sara mora logo e Lisboa, bem mais perto que o Brasil, então o que impede de ela ir até a França enquanto eu estou aqui metendo a cara dos livros de medicina para não reprovar as mateiras?

Psicótico, não é? Eu sei, mas namorar a distância tem dessas coisas.

Porém, em minha defesa, David é ciumento nota 11 em uma escala de 0 a 10, e novamente gosto dessa superproteção dele. Depois de, em uma das suas viagens para a minha cidade, ele conhecer meus amigos de infância e entre eles o meu primeiro amor, fez-ló ficar louco de ciúmes quando os meninos contavam nossas histórias de crianças.

Meus primeiros beijos foram com esses meus amigos, e é engraçado hoje para todos nós lembrarmos os velhos tempos de paqueras, mas não para o David, ele, na verdade, ficou sério o tempo todo enquanto relembrávamos.

"Não acho nada engraçado saber que seu primeiro namoradinho era seu vizinho", ele disse quando entramos no quarto e eu ri. Aquelas sobrancelhas franzidas e lábios em uma linha reta não combinam com ele.

"Foi ele o primeiro cara que você transou?" Ele continuou.

"Não." respondi e liguei o som para evitar continuar com aquela conversa estranha.

Não foi ele, mas eu gostaria que tivesse sido.

Na época que viajei para Paris, eu tralhava em uma "ONG" do David lá em Minas Gerais, mas depois que começamos a namorar, meio que fui obrigada a deixar. Agradeço por não trabalhar em outro estado, era super desgastante viajar quase todos os finais de semana, mas hoje vejo que compensou. Olho para a pedra verde gigante no meu dedo e percebo como tive sorte na vida em estar com a alguém que amo, e sinto que ele será o único durante toda a minha vida.

Ah, e antes de encerrar, preciso dizer que não fiz mais nenhuma tatuagem. Parece besteira, mas pra mim não é, e eu acho importante contar, porque o motivo de eu não fazer mais é porque a minha mãe e a minha sogra caíram matando em cima de mim quando comentei sobre tatuar as minhas costas. E David, para melhorar, disse-me que não era pra eu fazer até casarmos, como uma recompensa por ele esperar até a minha formatura.

Completamente imaturo da parte dele, principalmente quando ele conseguiu me convencer de que eu não gostaria que ele tatuasse as costas dele, não porque eu não gosto de tatuagem, óbvio que não é isso, mas porque eu realmente gosto das costas dele apenas com as marcas das minhas unhas –possessivo, certo¿ Pois é, essa sou eu. E de propósito minha outra lista sobre as tatuagens que quero fazer cresceram bem mais depois desse complô sobre o meu corpo. Fala sério.

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Geeente, no próximo capítulo é que a história começa de fato.

Postei dois para compensar o tempão que fiquei sem colocar nada aqui, vou tentar postar todas as quartas ou quintas.

Beijos :**

Amigas, romances e ItáliaOnde histórias criam vida. Descubra agora